domingo, 29 de julho de 2007

Uma música para alegrar o domingo

Recordando a época das matinês e boates, quando tínhamos que arrumar CPF (então CIC) emprestado para poder entrar nas casas noturnas, vai uma música que traz boas recordações.

sábado, 28 de julho de 2007

Perseguição midiática


Afonso Vieira

Quem persegue os políticos? A mídia? É uma pergunta que levo à reflexão de todos. Já se tornou clichê dos representantes eleitos envolvidos em qualquer tipo de escândalo. Basta surgir um problema ou desvio de conduta, que automaticamente a culpa é imputada aos veículos de comunicação - que têm como missão divulgar fatos.

É público e notório que não existe imparcialidade jornalística, o próprio conceito de imparcialidade é de certa forma utópico. O que um veículo de comunicação tem que buscar é a pluralidade de idéias. As notícias devem se ater aos fatos, e as posições emitidas em colunas de opinião.

Proponho outra questão: haveria perseguição midiática se a “vítima” não se envolvesse em atitudes suspeitas? Digamos assim: uma pessoa sendo eleita ou nomeada para um cargo, é flagrada em conversas telefônicas fazendo acertos nebulosos para partilha de dinheiro; outra, por parentesco com alguém importante, é pega praticando tráfico de influência; a pensão de um filho fora do casamento de um cacique da política é paga por um lobista de uma grande empreiteira; o filho do presidente da nação vira - da noite para o dia - um milionário, sócio de uma empresa de fundo de quintal que recebe aporte de uma concessionária do serviço público; o sigilo bancário de um caseiro é violado por pressão de autoridades; pessoas do primeiro escalão, nomeadas e tidas como de confiança, cometem atos ao menos contestáveis; as filas e atrasos nos aeroportos viram rotina e nada de efeito surge para saná-las. Esses são apenas alguns exemplos. O que nossos representantes querem, que isso tudo fique escondido? O mínimo que se espera é apuração e que a sociedade seja informada.

O curioso é que os chorões de agora exaltavam os jornais e revistas outrora. Recordo-me muito bem de capas de semanários elogiando vários “perseguidos”. Alguns jornalistas que hoje são demonizados por certas militâncias, eram tidos e tratados até pejorativamente com o mesmo nome dos partidários de algumas agremiações políticas.

Será que um jornalista não pode mudar de opinião? É o mínimo que uma pessoa honesta pode fazer: assumir o erro e, por ser imprensa, não se omitir quanto aos fatos. A palavra valia quando elogiava, e agora - quando critica - não vale mais?

Os cidadãos, em contrapartida, devem buscar informações e se inteirar dos assuntos; de preferência ler mais de uma fonte, buscar o senso crítico e não se tornar o animal midiático – perfeitamente descrito no livro "Como ler jornais" de Janer Cristaldo.

Falta ao brasileiro aprender que fazer uma boa gestão é obrigação do político, e que todos os cidadãos têm o dever de cobrá-los. Fazer propaganda para alardear a construção de uma obra emergencial ou a reforma de qualquer escola, hospital e demais estabelecimentos sob a tutela do Estado, nada mais é que compra de votos disfarçada, como se os eleitos já não tivessem a incumbência de gerir a máquina pública.

Falta aos “astutos” hombridade de assumir responsabilidades, vergonha na cara em admitir erros e competência em nos representar. E à imprensa resta noticiar fatos, sem exageros e conclusões precipitadas; caso incorra em crime ou devaneios, a justiça está ai para proteger a quem de direito. Chorar e tergiversar só prova que a mídia não perseguiu e, sim, cumpriu seu dever de noticiar a verdade.

Ps. Pegue um texto de Arnaldo Jabor anterior a 2003, troque FHC por Lula, você se surpreenderá com o resultado.

*Publicado em O JORNAL, de 30 de julho de 2007.

**Publicado no Portal Grito http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=51


sexta-feira, 27 de julho de 2007

Inauguração do contador do blog

Como não havia um contador, acabei de instalá-lo, vamos ver no que dá, sei que o ibope é baixo, mas vamos ver o tanto que realmente é hehehehe.

Abrindo uma cerveja para comemorar a inauguração.


quinta-feira, 26 de julho de 2007

A melhor frase que li neste dia que termina


A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água.


(Miguel de Cervantes)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Questão de opinião?

Afonso Vieira

Em recente artigo intitulado “Até quando?”, citei claramente a incompetência governamental em gerir diversos problemas que assolam o país, disse ainda: “Lula e sua equipe vivem de brindar números estatísticos com as melhoras alcançadas, mas se esquecem dos fatores que proporcionaram galgar esses degraus”. Para bom entendedor, sem amarras ideológicas e partidárias, meia palavra basta.

Vangloriar-se de números é fácil, difícil é mostrar as medidas deste governo que foram adotadas para que chegasse a eles. Como disse, o apagão gerencial é tão gritante, que o presidente do Banco Central deste governo é um político do partido de oposição PSDB – falta de gente qualificada para o cargo? Não sei - o fato é que ele continua lá, firme e forte dentro de sua ortodoxia de cumprimento de metas exatamente como seu antecessor. Quais foram as medidas estruturais aprovadas e implementadas por este governo e que resultaram em algum fruto?

O tão alardeado PAC, que pretende investir R$ 15 bilhões neste ano em obras de infra-estrutura, até 30 de abril tinha liberado apenas R$ 1 bilhão e isso utilizando metade de despesas que foram inscritas em restos a pagar.

Lembro que políticas de longo prazo demoram anos para surtirem efeitos, não se cria estabilidade econômica em 4 anos. Qual foi a reforma realizada na já combalida de deficitária previdência, na ultrapassada legislação trabalhista? Lembro que só o fato de existir a Lei de Responsabilidade Fiscal (ressalte-se que o PT votou e fez campanha contra), já temos uma melhoria na gestão administrativa, que influencia diretamente nos números galgados.

Quando se fala em privatizações – esse “monstro” – temos uma melhora em praticamente todos os setores, a lauda não me permite que poste muitos números, mas para breve exemplo cito a telefonia: Telefones fixos e celulares em uso - 1997 = 23 milhões - 2006 = 137 milhões; Preço da linha telefônica fixa (em U$) - 1997 = 4000 - 2006 = Zero; Empregos -1997 = 91000 - 2006 = 316500.

No desenrolar da atual crise aérea, temos o seguinte quadro: o número de passageiros cresceu 40% em relação a 2003 - mesmo após inúmeros alertas das autoridades sobre o risco iminente - o governo reduziu pela metade o investimento; em 2002 foram investidos R$ 823 milhões no sistema de segurança aérea, tendo caído para a média de R$ 458 milhões nos últimos anos.

Em relatório divulgado no início deste ano pela ONU, o Brasil está em penúltimo no ranking do crescimento entre os emergentes, para efeito de comparação temos a previsão de crescimento de nossos vizinhos: Argentina deve apresentar o melhor desempenho, com 6,1% de crescimento, ante 6% da Venezuela. Lembro ainda que a economia mundial vive um dos momentos de maior prosperidade da história, que gera automaticamente elevados investimentos nos países emergentes – entre eles o Brasil. Tem quem goste de basear por baixo, que se contente com esmolas ou se omite ante aos fatos, eu não.

Continuo dizendo, temos uma economia sólida, que cresce a passos de tartaruga e nada é feito com eficiência. Os setores da economia prosperam devido a excelentes administradores, com poucas ou nenhuma medida de incentivo adotada pelo governo. Lembro ainda que temos o terceiro maior custo investimento do mundo e uma das maiores cargas tributária. Utilizar-se de estatísticas, sem conhecer os processos para que se cheguem até os números, é populismo barato, é alardear frutos que não plantou. Gastou-se milhões em campanha publicitária sobre a auto-suficiência do petróleo, depois descobrimos que era mentira. Pois é, vivemos na terra da demagogia, de pouca ação e muita propaganda.

É o espetáculo do crescimento, pena que é de vítimas de acidentes aéreos.

*"Uma mentira muitas vezes repetidas, torna-se verdade" - Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda de Hitler.

**Publicado em O JORNAL, 27 de julho de 2007.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Assassinem os políticos!

Afonso Vieira

Preparem suas foices, facas, revólveres, pedras, balaústres ou qualquer instrumento que possa ser utilizado como uma arma. Estou declarando aberta a campanha "Assassinem os Políticos".

Exatamente isso, leitor: conclamo a todas as pessoas de bem - que ainda possuem vergonha na cara e prezam pela ética e moral - a angariarem o maior número de adeptos para que levemos à execução da conspiração. Não se esqueça que você é um dos maiores culpados por eles estarem no poder; afinal, você de certa forma os elegeu.

Pegue todo seu ódio guardado; recorde-se das milhares de pessoas mortas todos os anos em decorrência do descaso das autoridades, daquele senhor morto na frente da câmera de tv em um estabelecimento de saúde; lembre-se que tem que trabalhar todos os dias por mais de trinta anos, ganhando um salário muitas vezes pífio e só depois conseguir se aposentar – isso sendo obrigado a ver verdadeiros néscios eleitos com uma mão na frente e outra atrás, que em poucos anos se tornam fenômenos das finanças pessoais; nutra suas forças com o escárnio; fixe-se em todas as pessoas prejudicadas pelas obras inacabadas, superfaturadas e inexistentes; não deixe de lembrar dos sanguessugas, mensalão, painel do congresso, anões do orçamento; e jamais se esqueça de que a conta de toda essa tragédia quem paga é você!

Comece a elaborar seu plano, estude as táticas que melhor encontrar para degolar o político. Prepare sua bomba caseira - se possível até atômica - vamos exterminar essa raça! Peça colaboração e até mesmo recrute cirurgiões para auxiliar na tarefa: ajuda nunca é demais. Estamos em uma guerra para tentar recuperar a moral de nossa política.

Você pode pensar “mas existem políticos bons e honestos”; sim, existem, mas são comuns como uma baleia azul. De sorte que você deve pensar como um militar frio e calculista que pretende vencer uma guerra: são baixas de combate – entram simplesmente nas estatísticas. Eximo automaticamente das conseqüências desta campanha o Senador Jefferson Peres, que do alto de sua honra - até o presente inatacável - já anunciou que vai se afastar do antro que se tornou nosso Senado.

Pense bem, escolha seu alvo, não se esqueça que vamos mirar todos os políticos da legislatura atual, sem exceção: do mais ridículo vereador ao supremo mandatário da nação.

Deixe de lado as paixões partidárias e ideológicas, o assunto é sério e visa o bem maior que é o país como um todo. Sei que é difícil para os doutrinados aceitarem a mudança, mas é só forçar um pouquinho e buscar o mínimo de inteligência que perceberá que essas mortes se fazem necessárias.

Busque todos os meios auxiliares possíveis: guilhotinas, trituradores, metralhadoras, tanques, aviões, helicópteros, fuzis e o que mais encontrar. Mire de forma que não erre - a precisão tem que ser cirúrgica; depois de mortos ainda temos que cremá-los e jogar suas cinzas ao mar, para que não reste a menor lembrança de seus feitos e atrocidades.

Todos preparados? Estão prontos? Vamos às vias de fato!

Municiem-se de seus títulos de eleitor na próxima eleição e não reelejam um único político, assassinem politicamente quem não merece seu voto. A renovação se faz necessária - pior do que está, garanto que não ficará.

Ps. Se depois de tudo isso ainda não houver solução ou melhora, releiam o texto, ignorem o último parágrafo e mãos à obra.

Publicado no Portal Grito http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=50


sábado, 21 de julho de 2007

Até quando?


Afonso Vieira

Já disse inúmeras vezes que este país só irá se tornar uma nação respeitável e séria, quando tivermos um salto astronômico em nossa Educação. Mas chega ser revoltante e ofensivo à nossa inteligência, a forma com que são tratados os problemas nacionais. A cada dia que passa, a gritante incapacidade gerencial do presidente - reeleito com 61 % dos votos válidos – fica mais patente.

Não quero entrar nos méritos da culpabilidade do acidente aéreo ocorrido no último dia 17, não vem ao caso. Venho chamar à reflexão a completa inaptidão do “governante” e sua corja para administrar o que quer que seja. Senão vejamos:

Com exceção do ProUni, não há um único programa fruto deste governo que saiu do papel e tenha obtido resultados satisfatórios. Luiz Inácio da Silva possui um ego inflado e praticamente já se convenceu que é o representante divino que veio sanar todas a mazelas do Brasil. Lula e sua equipe vivem de brindar números estatísticos com as melhoras alcançadas, mas se esquecem dos fatores que proporcionaram galgar esses degraus. E isso é tão preocupante, que até mesmo pessoas que se dizem esclarecidas acreditam; mal sabem eles que quase a totalidade dos programas lulisticos são cópias pioradas de seu antecessor, sem méritos próprios.


Para se governar um país, o mínimo que se espera é preparo e tino de administrador; qualquer gestor - por mais medíocre que seja - tem por obrigação tomar atitudes quando os problemas lhes são postos. O supremo apedeuta (sim, tem horas que a paciência se esgota) até hoje não afastou nenhum ministro ou aliado nos casos de corrupção e incapacidade gerencial. Temos uma ameba como Ministro da Defesa, que nada sabe da pasta que ocupa, foi preciso acontecer catástrofes para que se cogitasse seu afastamento do cargo; pois já estamos na segunda e o líder dos analfabetos ainda busca uma “saída honrosa” para o amigo incapaz.

A Ministra “relaxa e goza” perdeu a reeleição pela incapacidade de administrar e, como prêmio pela inépcia ganhou um ministério; alguém sabe dizer qual o grande feito político de Marta Suplicy, além de ofender os usuários do setor aéreo? O único de relevância foi manter o sobrenome do marido traído.

O energúmeno Marco Aurélio Garcia demonstra seu real sentimento para com a última tragédia, ofendendo mais uma vez a memória dos que foram e a inteligência dos que ficam.
Alguém poderia me dizer qual a qualificação técnica que possui Milton Zuanazzi para presidir a Anac? Pelo visto seu currículo se resume a ser membro do Partido dos Trabalhadores (sic).

Até quando teremos que aturar incompetentes cuidando da gestão pública? Sem uma população esclarecida (Educação) - que vote no projeto de governo e não na esmola diária e política do pão e circo – infelizmente, não vemos luz no fim do túnel.

*Um administrador será sempre um governante, mas um governante nem sempre será um administrador.

**Publicado em O JORNAL, 23 de julho de 2007.

***Publicado no Portal Grito
http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=49


sexta-feira, 20 de julho de 2007

Uma música à Amizade - Wasted Years

Dia Internacional da Amizade

Afonso Vieira

Amizade, este deve ser o sentimento mais louvável e verdadeiro do ser vivo. O estabelecimento de um dia específico para comemorar algo que manifestamos diariamente é mera formalidade para a exaltação.

Não há sentimento maior de afeto; os amigos podem ser pais, irmãos, a pessoa amada, parceiros do trabalho e pessoas do círculo social. Entretanto, só se torna merecedor da alcunha alguém digno da confiança depositada, "um irmão pode ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão."

Você já parou para pensar que existem pessoas que mesmo distantes não nos saem da cabeça? É algo inexplicável, queremos o bem desses seres sem importar quando e onde. Seja em Buenos Aires, Nova Zelândia, San Diego, Japão ou até mesmo em Marte. O sentimento transcende a lógica da razão - por mais que possam ocorrer divergências, o vínculo afetivo supera qualquer impasse.

O verdadeiro amigo não precisa nos provar nada, o simples fato de existir já é a nossa maior recompensa. É aquela pessoa que aguardamos que nos incomode, que nos ligue na madrugada em pleno inverno, que mesmo embriagada consegue nos alegrar pelo simples fato de nos procurar.

Na convivência diária, até os defeitos mais irritantes fazem falta na ausência. É a pessoa acima do bem e do mal, aquela que pode ser uma péssima referência para os outros, mas o que importa é o que é para nós. Com todos os defeitos possíveis, o amigo ainda terá mais qualidade que um mártir da virtude.

O verdadeiro amigo pode ficar por anos desaparecido, coisa que meia dúzia de palavras e um simples abraço superam como se nunca tivesse se ausentado.

É aquela pessoa que podemos contar a qualquer hora do dia ou da noite, que nunca nos negará o ombro na alegria ou na tristeza. O verdadeiro amigo não precisa ter vínculo de sangue, basta o vínculo da confiabilidade.

Os melhores amigos são os irmãos que a vida nos dá, são nossos cúmplices e confidentes de todos os momentos. A amizade é superior à materialidade. Criamos laços mesmo por trás de uma tela de computador. Aprendemos a confiar em pessoas que não vemos ou sequer conhecemos pessoalmente, sem que isso abale de forma alguma o sentimento.

A vida nos brinda com momentos e pessoas que devem ser aproveitados e preservados. A minha me proporcionou uma quantidade considerável de verdadeiros amigos, tanto como familiares quanto não - pessoas com que convivi e convivo. Ter este dia para exaltá-los é mero rito formal para comemorar o que é cultivado todos os dias, o sentimento de amor pelo que de melhor minha breve existência me apresentou.

Bom seria se todas as pessoas preservassem as amizades, honrassem este sentimento tão nobre e praticassem a tolerância e compreensão - coisas que só aprendemos no exercício da afeição.

Feliz dia internacional da amizade!

*Publicado em O Jornal, 20 de julho de 2007.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O Brasil sangra

Afonso Vieira

Mais um trágico acidente aéreo abala o país, em um momento de dor e tristeza; primeiramente venho expressar meus sentimentos às famílias das vítimas da tragédia, após isso, faço algumas reflexões que se seguem:

Ainda não se sabem as causas do acidente, muito menos quais os culpados. Devido aos recentes acontecimentos e a crise aérea que assola o país, foi inevitável que boa parte da população e dos jornais do Brasil, insinuassem a culpa pela falta de gerenciamento e planejamento do Governo Federal.

Tomadas as devidas proporções dos comentários midiáticos e até mesmo, ressaltando o bom senso que algumas emissoras tiveram em respeito às vítimas, chama a atenção tamanha a hipocrisia que se tornou a internet brasileira.

Recomendo para as pessoas de boa saúde mental e que não estão acostumadas com comentários medíocres que ofendem a inteligência, que evitem ler os comentários de blogs, comunidades do orkut e demais fóruns virtuais.

A boçalidade é tamanha, que muitos estão mais preocupados em criar uma guerra partidária sobre os culpados, onde automaticamente já estão arranjando álibis para justificar alguma responsabilidade que possa vir a ocorrer. Nem a privacidade das vítimas e familiares é respeitada, muitas vezes até em grandes portais eletrônicos.

O mais deprimente de tudo isso, é constatar que boa parte desses biltres acéfalos, são universitários e alguns pseudo-jornalistas detentores de blogs sensacionalistas, que proliferam hoax com as mais estúpidas teorias conspiratórias. Travam verdadeiras batalhas, dignas das mais arraigadas militâncias extremistas – sem nenhum escrúpulo ou respeito.

Assistindo ao Jornal Nacional hoje (18/07), vi a dor e sofrimento dos familiares das vítimas - em um hotel em Porto Alegre - quando da divulgação da lista de passageiros. As imagens comovem qualquer um; ficar por horas aguardando as notícias, sem confirmação alguma - não desejo a angústia e o sofrimento semelhante a ninguém.

A tragédia poderia ser evitada? Não sei, e achar os culpados não vai trazer os mortos de volta, nem melhorar o sofrimento atual das famílias. Os problemas estruturais do governo, a incapacidade de seus ministros, com comentários desastrosos, podem nada ter a ver com o acidente. Nas imagens divulgadas na edição do jornal, nota -se que o avião passou rapidamente pela pista, demonstrando que estava acima da velocidade normal para o pouso.

É um momento lamentável, não somente o acidente, mas o caos estrutural em que se encontra o país. Porém, o mais lamentável é verificar que pessoas, que se dizem esclarecidas, não demonstram o menor sentimento e nenhuma hombridade - deixando o mínimo de civilidade de lado - fazendo transparecer toda a estupidez humana, com atitudes dignas dos mais vis seres.

Simplesmente, aviltante.

http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=48


domingo, 15 de julho de 2007

Semana da amizade

Como nesta semana comemoramos o dia internacional da amizade, nada mais justo que a iniciemos com uma música animada que estimule a alegria.

Boa semana!!!

Música do Domingo


Inciando o domingo vendo um clipe muito bom, traz ótimas recordações, a saudade da "época boa" é inevitável.

Mindnight Oil



sábado, 14 de julho de 2007

Frase do dia

“Não devemos de forma alguma preocupar-nos com o que diz a maioria, mas apenas com a opinião dos que têm conhecimento do justo e do injusto, e com a própria verdade.” (Platão)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Em homenagem ao Dia do Rock, uma breve seleção

Midnight Oil - Beds are Burning
http://www.youtube.com/watch?v=10BbpGKLXqk

Janis Joplin - Piece of my heart
http://www.youtube.com/watch?v=-7JVxE2SYxo

Deep Purple-Perfect Strangers
http://www.youtube.com/watch?v=imDzw_k1xig

Jimi Hendrix - All along the watchtower
http://www.youtube.com/watch?v=1n7EEcv5bIw

Jimi Hendrix - Voodoo Chile live
http://www.youtube.com/watch?v=22eubaCUNJU

Velhas Virgens - Beijos de Corpo
http://www.youtube.com/watch?v=4yIPKAwezE0

Kiss - Rock-n-Roll All Night
http://www.youtube.com/watch?v=DWLpbcgc814

Ramones - Poison Heart
http://www.youtube.com/watch?v=lUwDX84JDbg


A minha preferida:

Dia Mundial do Rock



For Those About To Rock (We Salute You) – AC DC

Aos adoradores das guitarras nervosas, das baterias pesadas, dos baixos raivosos e vocais nada convencionais, brindemos ao Dia Mundial do Rock.

Saudemos os deuses das guitarras e os imortais monstros do rock, vida longa à música de qualidade, desde que a qualidade seja um solo de guitarra, um bumbo ensurdecedor ou um agudo estridente.


[. . .]Brindamos com álcool
Todos os sonhos frustrados
Será preciso mais para nos derrubar
Aperto de mãos, olhos nos olhos
Amigos para uma vida inteira
É o que da força pra continuar[. . .]

Meus irmãos da Banda Katástrofe, música Labirinto da Morte.

Download da música neste link:

http://www.4shared.com/file/19799729/2b7016d8/Katastrofe_-__mp3__-_Labirinto_Da_Morte.html

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Eu falei Educação, estúpido!


Afonso Vieira

A bandeira que defendo como solução para nosso país é a da educação; mas quero deixar claro que é a educação de qualidade, ou seja, Educação com "E" maiúsculo. Não o que temos como exemplo na maior parte das escolas e universidades.

É comum vermos pessoas dizendo “ensino público, gratuito e de qualidade” - será? Gostaria de chamar para a seguinte reflexão: a suposta qualidade está na instituição ou nos alunos? Senão, vejamos: as melhores e maiores universidades do país, ou os melhores cursos, são os que possuem os vestibulares mais concorridos e - em conseqüência - os alunos com melhor conteúdo. Será que teriam essa suposta excelência sem esses alunos? Isso sem mensurar a quantidade de estudantes que pode pagar um ensino privado cursando vagas públicas; se colocarmos essa proporção nas universidades realmente de relevância, arrisco que mais de 2/3 possam pagar pelo seu estudo.

Um segundo ponto a deixar claro é o de que universidades possuem extensão e pesquisa, onde se preocupam com particularidades que não a formação acadêmica, mesmo sendo esta o que a maior parte da sociedade procura. Falando com a experiência de quem já estudou em universidade pública e privada, títulos como doutorado e mestrado - dentro de uma sala de aula - não refletem necessariamente a excelência na educação. Já vi péssimos doutores e excelentes bacharéis ministrando aulas, lembrando que a didática é atributo necessário ao educador. De que vale ser detentor de conhecimento, se como mestre não consegue repassá-lo? Se não consegue "ensinar a pensar"?

É comum vermos pedidos para que se abram novos cursos e se ampliem as vagas no ensino superior; de que isso adianta se não possuímos estrutura adequada e professores qualificados para compor o corpo docente das instituições? Em recente estudo do Conselho Nacional de Educação, verificou-se a defasagem de formandos em áreas fundamentais como física, química, biologia e matemática, resultando na falta de profissionais qualificados para ministrarem aulas aos alunos dos ensinos fundamental e médio, que dirá do superior.

Onde está o ensino de qualidade? Na maioria das vezes, nas escolas particulares e nos cursos restritos das grandes universidades - de um modo geral - a qualidade é a mesma em bancos acadêmicos públicos ou privados, sendo o único diferencial o nível do aluno. Cito um exemplo que já presenciei em algumas ocasiões: péssimos professores - que foram demitidos de instituições privadas - ministrando aulas em universidades públicas, prova que nem sempre o concurso seja a solução.

Há ainda a necessidade de estipular um código de ética claro para quem deseje professar um conhecimento, pois as condutas de muitos são dúbias. É comum vermos “profissionais” que não preparam aulas, que se propõem a ministrar um assunto que não dominam, e - para piorar - não possuem humildade para enxergar ou admitir isso.

Não é raro nos depararmos com “ícones” das grandes universidades públicas proferindo besteiras pelos jornais do país. Citando um colega, se “a religião é o ópio do povo, Karl Marx é o ópio dos intelectuais tupiniquins”.

De nada vale a quantidade sem qualidade, chega de produzirmos analfabetos funcionais. É por isso que digo e repito, a solução é a Educação. Se não entende isso, me desculpe, estúpido!

*Publicado em O Jornal, de 16 de julho de 2007.

http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=47

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Educação básica de qualidade, a melhor solução

Afonso Vieira

Não é novidade que o país atravessa um momento extremamente ímpar de sua história. De um lado vemos um país emergente, firmando-se como uma economia sólida e respeitada; do outro temos uma crise moral, onde as instituições e representantes chafurdam como “nunca antes neste país” no maior lamaçal, enterrando as virtudes que outrora eram motivos de orgulho e respeito, dando lugar aos mais desprezíveis sentimentos. Qual a solução para uma nação continental e com desigualdades tão grandes? Parece óbvio, mas não é, a resposta está na educação de base, feita com qualidade e responsabilidade.

Digamos assim: se nossas escolas do ensino fundamental e médio fossem equipadas com boa estrutura, professores qualificados e material didático adequado, teríamos certamente universitários críticos e inteligentes, eleitores menos manipuláveis e mais exigentes, profissionais competentes e confiáveis.

Quem é aprovado nas melhores universidades? Pessoas que estudaram nas melhores escolas e com grande acesso à informação. Resta então, à imensa maioria dos estudantes, cursos tidos como “menos importantes” e estabelecimentos de ensino de qualidade duvidosa – sendo que muita universidade pública se enquadra neste grupo.

Quem elege idiotas e reelege corruptos, fazendo campeões de votos seres que já deveriam estar na cadeia? Justamente os eleitores sem informação e sem capacidade de enxergar o que é evidente, a chamada massa de manobra manipulável.

De onde saem os melhores profissionais? Das melhores universidades, onde a seleção exige um alto grau de conhecimento e de interpretação.

Existem exceções, mas a regra geral é o acima exposto. Será que adianta investimento no ensino superior, se o problema vem do berço?

É claro que as universidades precisam manter um certo padrão e aprimorá-los, mas isso seria conseqüência natural caso tivéssemos jovens com elevado grau de conhecimento e noção da realidade. O que costumamos ver no Brasil, é um número astronômico de pessoas com o ensino médio concluso e que mal conseguem escrever um simples texto, que dirá interpretá-lo.

Com ensino fundamental e médio de qualidade, teríamos automaticamente uma melhora a médio prazo de todos os índices decorrentes do processo de formação; essa seria a solução para diversos problemas, incluindo as polêmicas cotas. Colocando todos os estudantes em igualdade de condições para concorrerem em um vestibular, deixaríamos a universidade para os que realmente estão aptos para a vida acadêmica - gerando justiça nos critérios de seleção - universalizando o que hoje é restrito a uma ínfima parcela da população: a excelência acadêmica.

Parafraseando Pitágoras, “educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos”. O senso crítico e os moldes do caráter são firmados na infância e juventude, e é onde devem ser focados esforços na busca de mentes esclarecidas e brilhantes, o resto pode vir a ser a simples conseqüência.

Vou a um exemplo prático, é mais fácil ensinar o alfabeto a uma criança do que mudar o pensamento de um adulto, eis uma máxima de difícil contestação.

*Publicado em O Jornal, 12.07.2007.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

“Ismo”, escolha o seu


Afonso Vieira

Segundo o dicionário, em uma conceituação simples, ideologia é: “ciência que trata da formação das idéias e da sua origem; conjunto de idéias, crenças e doutrinas, próprias de uma sociedade, de uma época ou de uma classe, e que são produto de uma situação histórica e das aspirações dos grupos que as apresentam como imperativos da razão; sistema organizado e fechado de idéias que serve de base a uma luta política”. Isto exposto, venho chamar a atenção para o que vem ganhando vulto em alguns setores da mídia.

Há alguns anos, tínhamos um forte apelo às ideologias radicais esquerdistas, onde boa parte dos atuais ocupantes do poder ainda pregava a ditadura do proletariado e outras formas de governo - o que realmente gerava preocupação aos diversos setores, tanto da economia como da política. Passada a fase radical, e com o comprometimento do atual presidente com o cumprimento de contratos e uma política de responsabilidade fiscal nos moldes de seu antecessor, começou a aparecer um vácuo ideológico no que se pode dizer a centro-esquerda nacional. Por outro lado, verifica-se a radicalização do discurso de uma pequena fatia da chamada direita conservadora, onde as mais estapafúrdias teorias conspiratórias ganham fôlego e - pior - adeptos; temos ainda o surgimento de uma pequena vertente de liberais utópicos, que reverenciam o Deus mercado e demonizam o monstro Estado, mas se esquecem das conjunturas da terra brazilis.

Vemos uma infinidade de ideologias - comunismo, socialismo, liberalismo, conservadorismo, anarquismo e outras mais. As vertentes ganham voz nos fóruns de internet, com debates acalorados e representantes caricatos de todos os ângulos. Será que já não está mais do que na hora de aprendermos com a história? Não há hoje país nenhum - que se possa dizer desenvolvido - em que se aplique apenas um tipo de ideologia.

Não há mais espaço para impor uma ditadura do politicamente correto, ou mesmo basear costumes apenas em dogmas religiosos; não há como esperar que o mercado regule tudo, principalmente em paises com desigualdades sociais gritantes como o Brasil; não tem como socializar a propriedade constituída, desrespeitando leis e contratos; não há espaço para qualquer sistema que não respeite o diálogo e fatores externos e internos, tudo deve ser levado em consideração.

As teorias sempre são lindas, porém de aplicações duvidosas. O meio termo, o bom senso e o equilíbrio devem ser buscados, e - quando atingidos - preservados e aprimorados dentro de uma lógica permeada basicamente pela razão.

O mundo é composto por diversas nações, raças, credos, ideologias - enfim - uma infinidade de idéias. As culturas devem ser preservadas e, como sempre, respeitada a pluralidade.

Uns enxergam comunistas até mesmo nos setores mais capitalistas da mídia; outros, vêem um monstro selvagem e explorador na mais inocente empresa; e - a grande maioria dos radicais ideológicos - vê trama da mídia contra tudo e contra todos, digno da mais ridícula teoria conspiratória.

Já eu, vejo que falta amplitude de horizontes, visão da realidade e - principalmente - coerência, muita coerência.

* Publicado em O Jornal, edição 91, de 09 de julho de 2007.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Frase do dia

As principais bases que os Estados têm são boas leis e boas armas. Não podem existir boas leis onde não há armas boas e onde há boas armas convém que existam boas leis.

(Maquiavel)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Porque ser apartidário

Afonso Vieira
Quantos partidos políticos existem no Brasil? Quantos destes possuem um programa realmente aplicável e que mereça respeito? Quantos partidos não possuem entre seus quadros, membros envolvidos com denúncias de corrupção?
Vale a pena manter uma entidade que nada produz de concreto? Será que já não passou da época e já não evoluímos o suficiente para caminharmos com nossas próprias pernas, sem as amarras de um partido?
O que dizer das contribuições? Mesmo que não existam em estatuto, elas serão cobradas como cargos ou favores. Projetos irrelevantes ou mesmo coisas esdrúxulas são impostas por ser filiado a uma organização partidária que pouco ou nada traz de benefício, seja para a sociedade ou para si próprio. O cidadão comum sabe as conseqüências do voto em lista?
A obrigatoriedade de engolir pessoas que nada agregam, ou a vergonha de ver algo que defendeu jogado na vala comum, enlameado pelas mais espúrias atitudes. Vale a pena um cidadão de bem se manter filiado a uma agremiação? Respondendo, da forma que está, não vale a pena.
A maior parte dos setores da sociedade não perfilam com os partidos existentes, procuram somente para facilitar trâmites burocráticos do sistema vigente, o que por si só já é uma incoerência.
Partidos tendem ao fisiologismo de forma doentia e perniciosa. É um campo farto para a corrupção, um verdadeiro culto ao ilícito. É uma generalização, pode até ser injusta com as raras exceções, mas não deixa de ser o espelho da atual situação. Nada que um partido possa oferecer paga o fardo da imoralidade, da antiética.
Ser apartidário não é o mesmo que ser apolítico, nada impede de ter ideais e de defendê-los, mas é no descolamento das amarras doutrinárias que florescem grandes pensamentos, onde aumenta o senso crítico e a visão realista; é exatamente onde se pode cobrar de todos o compromisso com o dever. O sem-partido é livre para criticar qualquer corrupto, é livre para cobrar soluções dos mais variados temas – é este ser que não precisa ser traído para mostrar a falta de caráter incutida na política. É este ser que pode defender a liberdade econômica e a inclusão social ao mesmo tempo, isento de apreciação desfavorável de qualquer radical ideológico. Os partidos podem até pregar que seus integrantes também possam, mas não é o reflexo da prática.
A história recente é lotada de exemplos de polarizações ideológicas e partidárias, divisões estas que causaram malefícios em todo planeta, com radicalização de ambos os lados. Muitas vezes faltou a coerência nos debates, faltou a “visão” que poderia ser o ponto de equilíbrio da situação – pode ter certeza que filiações partidárias e doutrinações ideológicas, são fatores que contribuíram fortemente para a ausência de conformidade.
Ser apartidário é mais um atributo da liberdade, é poder dizer aos quatro cantos do mundo: “eu não concordo e não contribuo para a situação degradante e com a falência moral de meu país”. Têm coisas que não têm preço.
*O Jornal, 02 de julho de 2007.
http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=45

Relativismo Moral

Afonso Vieira

O que vem a ser um valor absoluto? Acredito que a Lei, mesmo que eu discorde de seu conteúdo, o é - ao menos enquanto não for reformulada ou alterada. Eu, como cidadão ciente de meus deveres, estou sujeito ao estabelecido nas normas jurídicas de uma sociedade e a obrigação de cumpri-las. Tenho ainda, meus princípios éticos e morais permeados pelos costumes e ensinamentos que me foram repassados pelo meio do qual sou fruto.

O que está ocorrendo com diversos segmentos de nossa sociedade? Pergunto isso porque as leis e princípios básicos vêm sendo deturpados diariamente.

Na imprensa dita “de esquerda”, temos tido diversos arroubos com o relativismo propriamente dito. De um lado temos um irmão do presidente envolvido em tráfico de influência, com gravações claras sobre o ilícito; do outro, temos vários articulistas relativizando a irregularidade pelo fato do indivíduo ser “pobre” e irmão de um presidente “perseguido” pela imprensa “golpista”.

No cenário do legislativo, temos os senadores envolvidos em desvios de conduta, e seus pares - que deveriam fiscalizar tais atos - relativizam a situação. A bola da vez, Renan Calheiros, diz-se perseguido, como se seus atos não justificassem a cobrança por parte da sociedade.

Temos ainda os “militontos”, sim, esses projetos de revolucionários que nunca procuraram ler nada que não lhes fosse repassado pelos doutrinadores, frutos de um pseudo-intelectual qualquer. Estes vivem a reclamar da cobrança imposta ao atual governo, e no menor sinal de comprovação de irregularidade, saem com o clichê “os outros também fazem”. Como se o fato de alguém roubar é salvo-conduto para que outro também o faça.

O relativismo é tamanho, que o pai de um dos agressores da doméstica Sirlei Dias Carvalho Pinto, disse que o filho não é bandido. Quer dizer que quem agride e rouba uma pessoa sem motivo algum, que são “crianças que estão na faculdade, estão estudando, trabalham” não devem ser responsabilizados por seus atos? A meu ver, o fato de serem de uma classe social mais abastada, serem pessoas com acesso à informação e maior conhecimento, deve ser considerado agravante, e não atenuante.

Não há meio crime, assim como não há pessoa pública isenta de críticas e de “perseguição”. Há, sim, criminosos, isso independe de classe ou origem social. Há, sim, desvios de conduta. Não queiram que pessoas culpadas ou que devem satisfação à sociedade fiquem intocáveis dentro de uma redoma, isso é ruim para a democracia e para suas instituições.

Sou um crítico por natureza, a ponto de ter sido ofendido verbalmente na época do governo FHC pelo termo pejorativo “petista”, o que não aceito. Cobro, assim como todos devem cobrar postura condizente de um cidadão dentro dos limites da lei. Não relativizo crimes e desvios, isso é coisa para cúmplice, coisa que não sou e sei que maior parte da população também não é. Bom seria se os citados no texto também pensassem assim, já seria um bom começo.

*Publicado na Edição 83 de O Jornal, de 29 de junho de 2007.

http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=44

Conselho de Ética do Senado – Descaso com o Eleitor

No dia 20 de junho, aproximadamente às 08:00hs, horário de Brasília, eu enviei uma carta expressando minha indignação com a atual situação que se encontra a instituição Senado Federal.

Na carta citava que acreditava que minha opinião ou a de qualquer cidadão comum, pouco ou nada importava aos Senadores do Conselho de Ética, carta esta que enviei a jornais e sítios da Internet, e ainda tomei a liberdade de repassar para meus amigos através de correio eletrônico. Pelo visto minhas palavras refletiam o que suspeitava, nenhum senador respondeu ou deu satisfação sobre o texto, “quem cala consente”.

Minha opinião irrelevante foi publicada em um jornal da minha cidade, em um sítio da Internet e se tornou uma espécie de spam momentâneo nos e-mails, inclusive sendo reenviada aos mesmos senadores por diversos amigos.

Continuo aumentando minha frustração quando leio o nome Conselho de Ética, oras, para que serve isso? Que moral têm os integrantes deste Conselho para julgar alguém? Qual o conhecimento que estes senhores têm sobre o que é Ética? Até agora, pelas suas manifestações, atuações teatrais e cínicas de Wellinton Salgado, relativismo moral da outrora raivosa Ideli Salvatti, isso sem citar demais integrantes e ex-integrantes, demonstram que sua ética é extremamente relativa (com raras exceções), que mais vale a conivência com desvios de conduta do que os valores morais propriamente ditos. Ou seja, respondendo à minha primeira pergunta, não serve para nada, só para circo, que se extinga isso então, é mais bonito e menos frustrante para o eleitor, que fica assistindo a tudo com cara de palhaço, impassível e impotente.

Assistimos diariamente ao circo montado, vendo que tudo se aproxima de mais uma grande pizza. Uma reportagem na Folha de São Paulo de sábado, de 23 de junho, mostra a tendência da impunidade, dos 70 senadores ouvidos, 66 disseram que os agravantes ainda são insuficientes. Teremos mais uma vez um político influente envolvido em desvios de conduta, absolvido pelo Conselho que deveria punir justamente comportamentos irregulares.

A cara-de-pau é tamanha, que Renan Calheiros chegou a ameaçar criar uma crise institucional, oras, se ele sabe de algo que possa criar uma crise e não conta, é conivente com algum ilícito, o pior é saber que este senhor continua como presidente da casa, sem a menor vergonha e nem pretensão de se afastar do cargo. Qualquer pessoa com o mínimo de hombridade, ao menos se afastaria para não prejudicar a já abalada imagem da instituição. Temos mais um senador despontando em mais um escândalo, agora é o Joaquim Roriz, pelo observado até agora, será mais um para arranhar a imagem do legislativo, se é que alguém consegue piorar o que já está péssimo.

Sei que esta mensagem chegará ao destino, sei que alguns assessores lerão, só não sei se terei alguma satisfação, mas desde já digo que não desistirei facilmente e continuarei lotando suas caixas de mensagens, pois quem paga os salários destes senhores, alguns nem eleitos (outra aberração desta República), e de seus auxiliares, sou eu e demais cidadãos. Digo mais, se eles não possuem valores éticos e morais definidos, que tomem vergonha e deixem a profissão para quem os tenha. O duro é encontrar quem possua nobreza e que tenha pretensões de disputar cargo eletivo. Triste, para não dizer deprimente.

http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=43

* Publicado em O Jornal, Edição 80, pág. 02, de 26 de junho de 2007.

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Subject: Conselho de Ética do Senado – Descaso com o Eleitor
Date: Sun, 24 Jun 2007 04:04:22 +0300

A quem possa interessar

Escrevo estas parcas linhas a quem possa interessar a opinião de um cidadão comum, sim, digo a quem possa interessar porque não sei se a minha a opinião ou a de qualquer outro cidadão, seja de interesse dos destinatários originais desta mensagem, os Senadores do Conselho de Ética do Senado.

A quem possa interessar, eu venho dizer que sinto profundamente pelo que um dia deveria ser uma casa, onde valores éticos e morais fossem a bandeira maior a ser defendida, uma casa que ao contrário, esbalda um descaramento, um cinismo doentio, a patologia do escárnio com a cara do eleitor.

A quem possa interessar, venho dizer que não acredito na inocência de nenhum político, a ponto de afirmar que a maioria tem algum tipo de envolvimento em atos ilícitos, fato este que é sabido por todos que têm conhecimento dos bastidores do poder, sendo a total explicitação da verdade. Engana-se quem acredita em corrupção endêmica, já ultrapassou os níveis da pandemia há muito tempo. De nada adianta defesas acaloradas, permeadas de impudência, que visam enganar os ignorantes e analfabetos funcionais, quem tem bom senso e vergonha na cara já perdeu a credibilidade na instituição republicana chamada Poder Legislativo.

A quem possa interessar, manifesto meu desprezo aos Senadores que ignoram princípios básicos de conduta ilibada para defender o indefensável, meu desprezo ainda é maior com aqueles que quando eram oposição, vociferavam aos quatro cantos suas diatribes contra tudo e contra todos, incluindo boa parcela dos atuais aliados.

A quem possa interessar, sinto a mais profunda vergonha de ser obrigado a votar, sob pena de sofrer algumas sanções. A vergonha é ainda maior quando verifico que entre os candidatos existentes, não tem nenhum em quem possa creditar retidão moral, sendo obrigado a escolher o “menos pior” da escória que permeia as casas legislativas de todo o país.

A quem possa interessar, digo ainda que não acredito em punições, que só nos resta lamentar. Temos praticamente todas as instituições podres e que a tendência é piorar, que os atores que fingem arrependimento ou mesmo tentam passar uma imagem de homens probos, por trás riem se esbaldando em nosso dinheiro e nossos sonhos, que o aparelhamento e nível de envolvimento com o ilícito é tamanho, que sempre haverá alguém devendo um favor a outrem, e que acreditar em justiça é tão deprimente como acreditar que um político influente não sabia de nada.

Deprimo-me em pensar que honestidade é a exceção entre as exceções no meio político.

Lamento muito em saber, que em toda minha breve vida, jamais tive tão pouca consideração pelo país que amo, que por causa de uma classe corrupta, nossos ideais se perdem, que nossos sonhos se tornam pesadelos e que, infelizmente, só nos resta “relaxar e gozar”.

* E-mail enviado a todos os Senadores do Conselho de Ética.

* Publicado em O Jornal, Edição 76, pág. 02, de 21 de junho de 2007.

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Subject: A quem possa interessar
Date: Wed, 20 Jun 2007 08:23:16 +0300

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Ética, algo a preservar

Tenho presenciado, lido e ouvido constantemente, fatos que me fazem refletir sobre os valores éticos e morais da nossa sociedade. Creio que estamos vivendo um momento delicado e devemos primar pela preservação e recuperação dos valores tão deturpados na atualidade.

Não vou citar apenas os escândalos políticos, isso já está tão banalizado que, erroneamente, enraizou-se no seio da sociedade. Chamo a atenção às praticas corriqueiras do nosso dia-a-dia, para situações que vivenciamos em nossos lares, nos estabelecimentos que freqüentamos e no próprio ambiente de trabalho.

Os valores éticos e morais são estabelecidos dentro de cada grupo social, boa parte segue as orientações doutrinárias de seu meio. Os padrões são modificados e aprimorados na medida que vão surgindo novas tendências e necessidades de adequação ao bem comum. O que vemos hoje é a total ausência de valores, na verdade uma deturpação do que temos como correto a ser seguido.

Os valores morais provêm de um conjunto de fatores, discordo veementemente do artigo “Presentes e subornos” quando dito: “. . . padrões de honestidade vêm de Deus e não da sociedade”. Oras, quer dizer que os ateus, agnósticos ou descrentes no Deus cristão não são honestos? Saio em defesa, dos que como eu, não são religiosos, mas respeitam a liberdade de crença. Garanto que a maioria das pessoas “descrentes”, possuem valores éticos e morais tão estáveis quanto religiosos praticantes. É justamente por ignorar a liberdade alheia, que as religiões cometeram inúmeras atrocidades em nossa história. O Imperativo Categórico de Kant, de certo ponto utópico, não deixa de existir em boa parcela da população. Não é difícil ver entidades ligadas a igrejas ou os próprios sacerdotes, que deturpam o verdadeiro valor da instituição, utilizando o nome de Cristo para causas nada nobres.

Quando vemos surgir uma nova profissão, ou precisamos reformular nossos conceitos, devido a evolução ocorrida na sociedade, já estamos exercitando princípios éticos e provando que somos totalmente capazes de trilhar caminhos do certo e do errado sem a necessidade de crença em ente superior. O Estado é laico justamente para preservar valores comuns a todos, desvencilhando suas atitudes dos dogmas religiosos, que a própria história mostra que não são absolutos, ou as igrejas não mudaram seus padrões de conduta com o passar dos anos?

Ética e moral, são conceitos que são definidos em cada meio, que não são idênticos para todos os povos. O que pode ser considerado um valor absoluto para um cristão não é para um budista ou ateu, para normatizar estas diferenças, temos Leis e preceitos da comunidade.

São muitos exemplos que poderia citar, mas quero chegar à seguinte conclusão, buscamos para nós sempre o melhor, mas nem sempre respeitamos o que é certo. Ser plenamente ético é utopia, mas nada impede que a busquemos, é saudável, exercita valores que andam em baixa e melhora a auto-estima. Nunca faça a uma pessoa aquilo que não quer que façam com você, não cobre nada que você mesmo não possa cumprir, e essencialmente, obedeça a sua consciência.

* Publicado em O Jornal, Edição 76, página 02, de 19 de junho de 2007.

** Publicado no Diário da Serra, Edição 3068, de 23 de junho de 2007.

http://www.diariodaserra.com.br/showartigos.asp?codigo=109843

Homem Primata?

Fico estarrecido com a capacidade de tergiversação de alguns, ao ler o artigo ”Homem Primata”, de autoria de Ander Clebisom, publicado em O Jornal de 02.06.2007, li,reli e estou tentando entender até agora.

Primeiro, ele elencou um monte de clichês, mas não refutou nenhum dado por mim escrito. Peço encarecidamente ao referido articulista que refute meu texto “Herança Socialista”, em momento algum eu disse que o capitalismo é o sistema ideal, disse que o socialismo não combina com liberdade. Desafio ao postulante a me mostrar um único país onde foram aplicadas as idéias de Karl Marx e que foram respeitadas as liberdades individuais. A lauda não me permite escrever com profundidade sobre o tema, mas o que vejo nos ditos socialistas, é que são tão apaixonados pela “causa” que se esquecem de se informar corretamente sobre o que pretendem debater.

Sobre Eldorado dos Carajás, cabe lembrar que os envolvidos já foram condenados em primeira instância, e que, devido às brechas em nossa legislação, recorreram e continuam em liberdade. Quanto aos assassinos de Chico Mendes, Darly e Darci Alves da Silva, eles já cumpriram parte da pena em regime fechado e até onde me consta, estavam em condicional, obedecendo o que está previsto na legislação. O acusado do assassinato de Vicente Canhas, foi absolvido pela justiça em novembro de 2006, e é a última informação que tenho a respeito. Não sei onde o referido autor quer chegar com perguntas sem nexo, o que ele quer, a pena capital? Devo lembrá-lo que esta não é prevista em nossa legislação. Volto a enfatizar, viver como viúva de um sistema ultrapassado, que na prática se demonstrou ineficaz, é coisa para ideólogos e que desconhecem o termo mérito e liberdade. Como bem disse o comunista Saramago, em entrevista ao Jornal da Globo, direto de sua mansão: "Sou comunista e irei sê-lo até o fim da vida. Mas duvido que, nos tempos mais próximos, as idéias socialistas tenham alguma oportunidade".

Conforme dito no texto do escritor: “quem tira a vida de seu semelhante regride no tempo”, bastaria ele ir se informar um pouco sobre as pessoas que Che Guevara assassinou em nome de seus ideais, para não proferir diatribes que só servem para contradizê-lo na defesa de suas idéias. Quanto ao respeito da liberdade de expressão, eu sou um defensor incansável da mesma, como bem dito por Evelyn Hall no livro "Os Amigos de Voltaire": “Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-lo”. Pena que não posso dizer o mesmo do socialista Hugo Chávez, que acabou de calar a RCTV.

Sugiro ao referido autor, que antes de escrever e tentar debater sobre o que não domina, faça urgentemente uma aula de interpretação de texto, pois só fez distorcer o que escrevi e não refutar nenhum dado por mim exposto.

"A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as conseqüências das próprias decisões".(James Mullen)

* Publicado em O Jornal, Edição 62, pág. 02, de 04 de junho de 2007.

Herança socialista?

Como defensor das liberdades individuais, não poderia deixar passar em branco a exaltação feita ao guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara de la Serna, e ao socialismo revolucionário, publicada na edição 56 de O Jornal, de 28 de maio de 2007.

Defender uma utopia com base em teorias que visam uma sociedade mais justa, é totalmente aceitável e, em certos casos, elogiável, o que não podemos é nos basearmos em exemplos distorcidos do que realmente representaram e seus resultados práticos. A maior obra de Che Guevara é a ditadura de Fidel Castro, que perdura até hoje e em nome dos ideais socialistas, mataram mais de 17 mil pessoas, isso em números estimados.

Alguém precisa avisar aos socialistas da América Latina, que o Muro de Berlim caiu há mais de 15 anos, que viver como viúva de um sistema que na prática se demonstrou totalmente inaplicável, não é saudável e não possui mais lugar em uma democracia sólida. Praticamente todos os países que optaram para o socialismo, terminaram em ditaduras sangrentas, cerceando liberdades, inclusive a de imprensa. Segundo o Livro Negro do Comunismo (escrito por comunistas), os regimes tidos como socialistas foram responsáveis por cerca de 100 milhões de mortos no século XX.

Lembro que vivemos em um Estado Democrático de Direito, e que a Lei é feita para todos. O que temos verificado nos grupos ditos socialistas, é que não são muito adeptos do cumprimento da legislação, já que estes mesmos grupos têm apoiado movimentos que se dizem sociais e de trabalhadores, que atacam propriedades privadas, devidamente legalizadas, praticam atos de vandalismos que beiram ao terrorismo, obrigando pessoas que estão ganhando seu pão de forma honesta, a cárcere privado e outras atrocidades. Até mesmo uma Usina, responsável por 10% do abastecimento de energia do território nacional foi alvo recente dessas agremiações, ato estúpido e irresponsável diga-se de passagem.

Quando leio algo do tipo “ou lutamos, ou morremos”, me recordo da retórica do fanfarrão Hugo Chávez, que com seu discurso tosco e deturpado, empurrado pelos petrodólares do “monstro imperialista” americano, me causa repulsa e preocupação. Os erros do passado servem para nortear novos horizontes e para não mais cometê-los. Nenhum sistema é perfeito, temos que filtrar o que é bom e expurgar o que é ruim, dentro do limite legal e do bom senso, só assim construiremos um mundo mais justo e correto.

A propósito, a sigla Nazi, do nazismo, significa: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.

* Publicado em O Jornal, Edição 57, pág. 02, de 29 de maio de 2007.

Pandemia de corrupção

Todos os dias lemos e assistimos notícias de políticos e empresários sendo presos Brasil afora, não se passam 24 horas para nos depararmos com algo novo, pode não ser neste município ou estado, mas no país, há algum tempo convivemos com novos escândalos como se fosse parte da rotina diária.

O recente episódio da operação navalha é apenas a ponta do iceberg. Qualquer pessoa com o menor conhecimento do funcionamento da máquina estatal, sabe que quase a totalidade das grandes licitações do poder público sofre algum tipo de irregularidade, o difícil é documentar o ilícito. O papel é frio e aceita tudo, em uma auditoria dificilmente se encontrará algo irregular no procedimento licitatório, apesar de todas as amarras previstas na Lei 8666/93, só mesmo alguém muito incompetente para não formalizar um contrato com a padronização estabelecida.

Sem hipocrisia e sendo claro, é praticamente impossível que um órgão público sobreviva sem que cometa algo irregular, quem tem vivência no assunto entende o que escrevo. A chamada “química”, é prática corriqueira nas unidades administrativas, é ilegal mas não imoral, infelizmente os caminhos burocráticos nos obrigam a isso. Da mesma forma que não há como imaginar que todas as aquisições obedeçam aos estágios da despesa, empenho, liquidação e pagamento, existem coisas prioritárias, que não têm como aguardar dotação orçamentária.

Mas o que presenciamos não são irregularidades banais, e sim crimes previstos na legislação em vigor. O próprio empresariado já apresenta a proposta de preços levando em conta o valor da propina. As licitações são praticamente todas direcionadas em favor desta ou daquela empresa, difícil não encontrar envolvidos diretos com estes procedimentos sem a respectiva culpa.

Dizer “eu não sabia” ou “fui traído”, só engana a massa de manobra ignorante e analfabeta funcional. Discursos populistas e demagogos proliferam proporcionalmente com a impunidade reinante. A corrupção há muito passou da endemia, isso é para tranqüilizar os incautos, pandemia é o termo correto para a situação degradante em que vivemos.

Difícil é ter esperanças, quando os mesmos corruptos presos e envolvidos em crimes, são eleitos e “anistiados” pelas urnas, falta memória e vergonha na cara também ao cidadão brasileiro. É difícil esperar muito de um povo que mal consegue ler, que vê o “jeitinho brasileiro” como algo a ser exaltado, que já se acomodou com as mazelas políticas e só pensa no almoço. Difícil ter esperanças em um país que as instituições chafurdam em um mar de lama, que o preso de hoje é o governante de amanhã. Triste e real.

* Publicado em O Jornal, Edição 55, pág. 02, de 26 de maio de 2007.

Dia do Trabalho


Criado em 1889, o dia foi escolhido para homenagear as manifestações e reivindicações de trabalhadores ocorridas em 1886, em Chicago, que em 1º de maio daquele ano, culminou em uma greve geral e com a morte de alguns manifestantes que clamavam por melhores condições de trabalho. No Brasil, o feriado nacional foi instituído por meio do Decreto do Poder Legislativo nº 4.859, de 26 de setembro de 1924, na gestão do Presidente Artur Bernardes, porém, a primeira celebração a que se tem registro em território nacional ocorreu em Santos-SP, em 1895.

Em que pese os acontecimentos daquela época e as conquistas alcançadas pelos trabalhadores, as quais considero maior parte extremamente justas, temos que refletir melhor para o que ocorre hoje e quem realmente merece o epíteto de trabalhador.

O que é um trabalhador? Alguém que executa um trabalho/ofício, que cumpre afazeres de forma a produzir algo, gerando de certa forma uma espécie de riqueza (no sentido mais genérico da palavra). Vou mais longe, como nosso sistema econômico visa geração de riquezas, produtividade e em conseqüência, empregos - na teoria, condições mínimas para alcançar uma vida com dignidade -, o trabalhador pode ser definido como um executor de um produto ou serviço, com qualidade, dentro das condições que lhes foram dadas, desde que respeite o previsto na legislação e condições humanas.

Utilizando-se do pseudônimo de trabalhador, ou como bandeiras para supostamente representar uma categoria e reivindicar direitos têm verdadeiras aberrações. Partidos que se utilizam da alcunha, deturpam fatos; seus políticos e representantes são os que menos se pode esperar de um auto-intitulado trabalhador. Temos diversos movimentos, ditos sociais, que automaticamente se apoderam do termo para reivindicar direitos e esquecem seus deveres, promovendo crimes como depredação de patrimônio, cárcere privado, roubos e mais alguns ilícitos - e para piorar - com a total conivência de certos órgãos do poder público.

É evidente que tendemos cada vez mais à globalização - isso é inevitável -, negá-la ou ser contra, é assinar o atestado de fracasso, portanto, alerto que cada vez mais iremos precisar de trabalhadores de verdade. A meritocracia já está sendo implantada em diversos setores públicos, no privado existe há muito tempo. Não é justo que alguém que efetivamente faça seu dever ganhe o mesmo que alguém que vive encostado, que não merece nem ser chamado de trabalhador. Já pararam para observar que os que mais “lutam” pelos direitos trabalhistas, são os que efetivamente menos trabalham? Verifiquem os “trabalhadores” que fazem parte de sindicatos, normalmente são os que mais reclamam e os que menos produzem; os políticos do Congresso Nacional ignoram até mesmo a “santa” segunda-feira, sinônimo de ofício para qualquer reles mortal.

Dizem que o trabalho dignifica o homem, realmente, nada mais justo que trabalhar e ganhar sua recompensa de forma a ter o mínimo de satisfação, o problema é que muitas vezes percebemos que os verdadeiros trabalhadores não são devidamente indenizados.

Vamos às profissões, é comum vermos certos profissionais desprezando esta ou aquela classe, quem comete este equívoco ou é muito limitado ou age de má-fé. Todas as profissões possuem sua importância, não é porque um médico salva uma vida que um advogado merece menos respeito. A responsabilidade de certos ofícios muitas vezes ultrapassa o caráter do conhecimento teórico, não é porque eu me considero extremamente qualificado que posso desprezar outro colega. Um jornalista pode vir a desvendar um conluio que estava prejudicando milhares de pessoas, e muitas vezes ocasionando problemas que resultaria em verdadeiras barbáries. Um administrador pode, em apenas um ato, definir o destino de várias pessoas, um cientista pode desvendar a cura para a pior de todas as doenças.

O 1º de maio é uma data para reflexão, para atentarmos se estamos realmente merecendo nossos salários, se cumprimos nosso dever de profissional, se é justo o tanto que trabalhamos e se não estamos prejudicando a nós mesmos ou a outrem. Devemos deixar de lado invejas e recalques, buscando aprimoramento de forma a sermos mais eficientes e merecedores de respeito, executando nossos ofícios com amor e dedicação, demonstrando profissionalismo e honrando a memória dos que tombaram para que tivéssemos uma sociedade com as condições mínimas para uma vida digna.

Parabéns a todos os trabalhadores que realmente representam suas classes, que honram o direito de exercer um ofício, coisa que, infelizmente nem todos atualmente conseguem, e é por isso que devemos primar pela excelência na execução de nossos atos. Em todos os cantos vemos exemplos de pessoas que devem ser seguidos, e espero que cada vez mais tenhamos a oportunidade de presenciarmos profissionais dignos de respeito e admiração.

30.04.2007

Idiotia Americana

No excelente artigo “O retorno do Idiota” de Alvaro Vargas Llosa, publicado na Revista Veja desta semana, o escritor aborda com precisão o fenômeno recorrente da América Latina, que por mais incrível que possa parecer, dá claros sinais de retrocesso, andando na contra-mão do resto do mundo e deixando de aproveitar um dos melhores momentos da economia mundial dos últimos tempos.

É claro que na juventude, a sedução por tudo que é rebelde e que vai contra o sistema coopte grande quantidade de adeptos, porém, as pessoas tendem a evoluir e com o tempo fazer uma reflexão enxergando que suas ideologias não estavam tão certas, que por falta muitas vezes de leitura do contraditório e abertura de uma visão deturpada, normalmente imposta em bancos acadêmicos pelos maiores defensores da ideologia marxista, se deixaram seduzir.

É incrível que até hoje, a universidades públicas ainda vociferem contra o capitalismo e defendam o socialismo, que historicamente cerceou as liberdades individuais e tratou o ser humano como o homem-massa, descrito perfeitamente no livro “A Rebelião das Massas” de José Ortega y Gasset. É público que os sistemas que tentaram implantar a ideologia de Karl Marx tenderam ao totalitarismo, são esses mesmos críticos do sistema vigente que idolatram o ditador cubano Fidel Castro, que mandou prender ou matar todos seus opositores. No clássico “A revolução dos bichos”, George Orwell demonstra claramente o igualitarismo tendencioso que resulta o ultrapassado sistema quando cita: “todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros”.

O capitalismo não é perfeito, está muito longe de ser, mas alcançar justiça social é uma meta de qualquer pessoa lúcida, desde que feita de forma coerente, defende. O problema maior é que muito distante disso, na América Latina, ainda vemos proliferar a idiotia populista, onde caudilhos fanfarrões vivem de proferir bravatas, vive de criticar “a elite” mas se esquece que estamos em um mundo globalizado, desrespeitar Leis e liberdades é um retrocesso absurdo, mas para muitos, ainda é o caminho trilhado. Não pense que estamos longe de passar por idiotas, o atual governo nacional já vem tentando limitar o poder da imprensa, algo impensável em uma democracia sólida, se realmente conseguir aprovar o projeto proposto por Ricardo Berzoini, faremos jus ao apelido proposto por Llosa, “Perfeito Idiota Latino-Americano”.

*Publicado em O Jornal, Edição 41, pág 02, de 09 de maio de 2007.

Evite Filas


Ao ler na mídia local sobre a campanha “Evite Filas” do Procon e Instituições Bancárias de Tangará, pesquisei e refleti melhor sobre o assunto, já que acredito ser de interesse de qualquer cidadão que utiliza esses estabelecimentos.

Sobre o pagamento de Boletos, Água, Luz e Telefone em pontos alternativos, falta esclarecer quais são estes locais, haja vista que, salvo raríssimas exceções, os locais disponíveis para a efetivação dessas compensações vivem lotados, e muitas vezes se recusam a receber uma ou outra fatura das citadas.

Existe muito discurso e pouca ação das instituições bancárias, sobre as quais teço alguns esclarecimentos:

Primeiro, a maioria NÃO fornece senha para o cliente quando este se posiciona na fila;

Segundo, não são raras as vezes que o cliente permanece por mais tempo que o previsto em legislação municipal, na verdade, já é pratica corriqueira;

Terceiro, em certos estabelecimentos, dá até para se constatar um relativo descaso ou mesmo despreparo para o atendimento ao público;

Quarto, há muita desinformação por parte da imensa maioria dos clientes sobre a utilização de terminais, bem como dos direitos do cidadão, este, muitas vezes tratado até com desrespeito.

Isto exposto, chamo a atenção para o que efetivamente prevê a Lei Municipal 2.603/2006, de Tangará da Serra:

“Art. 1º - Ficam as agências bancárias, correios, casas lotéricas, agência do INSS, SAMAE, obrigadas a colocar a disposição dos usuários, pessoal suficiente no setor de caixas e demais setores em que ocorram aglomeração de usuários, possibilitando que o atendimento ao público seja efetivado em tempo razoável.

Parágrafo único: Para efeitos desta lei, fica estabelecido como tempo máximo de permanência nas filas de atendimento, trinta minutos para pessoa física, e quarenta e cinco minutos para pessoa jurídica.

. . .

Art. 3º - Ficam obrigados os estabelecimentos descritos no artigo 1º, a emitirem uma senha de atendimento, sem nenhum custo para os usuários, devendo constar obrigatoriamente, mediante impressão mecânica ou eletrônica, o horário de recebimento da senha, horário de atendimento do usuário, data do atendimento, e identificação da instituição emissora.

Parágrafo único: O bilhete emitido, ficará na posse do usuário, não podendo

ser recolhido no final do atendimento.”

De cara já constatamos que a Lei NÃO é cumprida.

Temos uma única agência dos Correios em Tangará, duas casas lotéricas e algumas agências das maiores instituições bancárias do país. Tal aparato já é insuficiente para atender a demanda populacional e comercial do município. De nada adianta reformar o que já existe, faltam novas agências e em alguns casos, melhor qualidade no atendimento. Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating já dizia em entrevista em maio de 2006 "Bancos não estão preocupados com melhores serviços, mas sim com lucros", é exatamente esta visão que tenho da maior parte dessas instituições. Até vejo que muitos funcionários têm presteza e cumprem muito bem seu papel, o problema já está em dimensionar os serviços à demanda.

Da forma que se apresentam hoje, os Bancos estão muito longe de atingir um patamar que dê para ser considerado satisfatório aos clientes. A agência do Banco do Brasil possui alguns caixas que aparentemente vivem de mal com a vida, não sorriem e dificilmente proferem um simples “bom dia”, nos atendem como se estivessem fazendo um favor, e não como se estivessem cumprindo sua função de profissional, neste ponto as agências privadas superam os servidores estatais. O Bradesco a cada dia que passa dá mais um passo para se tornar o campeão de reclamações, creio que já supera a Caixa Econômica, e olha que esta última é tida como sinônimo da morosidade em qualquer parte do país, está certo que possui particularidades que as demais instituições não possuem.

Não sei e não me interesso em saber a formação acadêmica dos gerentes destes bancos, nem sei se todos possuem, mas falta conhecimento que hoje é primordial a qualquer gestor de uma instituição, ainda mais quando estas visam lucro. De que adianta obter lucros se a insatisfação é gritante? Quantos desses senhores já parou para ler um livro sobre gestão da qualidade? Como já dizia Vicenti Falconi Campos, “Ao trabalhar na implantação da Qualidade Total em várias empresas brasileiras, percebi que o insucesso na padronização era causado por falta de estudo. Acho que não gostamos muito de ler”, isso mesmo, dá para constatar até a falta de padronização em alguns estabelecimentos. Não digo que os Bancos precisam de profissionais formados em administração, basta profissionais dedicados e que se atualizam constantemente, não é necessário formação acadêmica específica para se antenar às praticas que já são mais do que batidas no meio empresarial.

Em recente artigo publicado na revista Propaganda, Adriana Curi alerta para a utilização do cliente como meio de divulgação da empresa, “...O consumidor de hoje está mais exigente. Quer entretenimento, interação, participar de uma campanha, da criação de um produto, opinar e se manifestar individualmente. É consumidor e garoto-propaganda ao mesmo tempo, leitor e repórter, conteúdo e continente, difundindo mensagens graciosamente ou alterando rotas de comunicação que se pensavam vencedoras”. Se depender da minha opinião e da imensa parte das pessoas que conheço, os bancos estão entre as piores referências no que tange ao atendimento ao público, inclusive ocupam lugar de destaque no ranking de reclamações no Procon, de quebra obtém o pior tipo de marketing possível proveniente de seus usuários. Particularmente, faço praticamente todas as minhas transações bancárias de cunho pessoal pelo sistema home banking, mas faço parte da minoria que tem acesso a computadores e que consegue se utilizar deste recurso de forma segura, minha ojeriza ao atendimento bancário só tende a aumentar cada vez que adentro uma agência.

Para ilustrar melhor minha linha de raciocínio, deixo abaixo os valores dos lucros alcançados por alguns dos maiores Bancos do país no ano passado:

Bradesco -R$ 6,646 bilhões

Itaú - R$ 6,48 bilhões

Banco do Brasil - R$ 6,04 bilhões

CEF - R$ 2,386 bilhões

Sou defensor do lucro cada vez maior por parte dos estabelecimentos comerciais, entendo que isso realizado de forma correta e justa, só tende a melhorar os demais indicadores que dependem do mercado, porém, não sou hipócrita de buscar lucro a todo custo sem que existam contrapartidas, e primordialmente, a qualidade nos produtos e serviços que originaram tal ganho.

25.04.2007