sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Uma música para uma noite de sexta


Bons tempos da cachaçaria Fogo no Rato, em Dourados, grande época.

Um som para relembrar. Creio que a proximidade do meu aniversário está me deixando nostálgico hehehe.

Um ótimo final de semana aos amigos.


segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Momentos felizes são eternos

Quem me conhece sabe o apreço que possuo por minhas amizades, elas estão acima do bem e do mal, do certo e do errado, são dádivas da vida. Fica uma música para celebrar momentos felizes.

Uma ótima semana para todos nós.


quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Somos todos hipócritas


Afonso Vieira

Ao longo de nossa breve existência, sempre nos deparamos com duras críticas aos políticos; nas mais variadas vezes as indagações são fortes por parte de alguns e praticamente inexistente da ampla maioria. Ouvimos lamurios de muitos, mas manifestações de peso e que sejam consistentes acabam vindo apenas de uma pequena parcela da população, estes são os que fazem as cobranças mais fortes. Mas será que a culpa das nossas mazelas é única e exclusiva dos políticos?

Este breve ensaio vai generalizar a situação. Reclamamos - na maioria das vezes - com razão, mas será que fazemos ao menos a nossa parte? Ou ainda, temos moral o suficiente para criticar? Que políticos se utilizam de práticas espúrias para conseguirem agrados, e que não produzem nada a contento quando não lhes convém, é fato conhecido por todos – mas não são eles o perfeito reflexo de nossa sociedade?

Oras, vivemos na cultura do “jeitinho brasileiro”, onde levar vantagem sobre os demais – inclusive de forma desonesta - é exaltado como qualidade; quem fura fila é “esperto”; sonegar imposto de renda é regra e não exceção; o suborno do guarda de trânsito é prática corriqueira; os alunos estudiosos são tidos como nerds, malvistos pela maioria de seus pares. Pessoas alcançam padrões de vida elevados de formas impudicas, e devido a sua nova classe, passam a ser tratados como exemplos de retidão.

A baixa valorização da moral e dos bons costumes não possui determinismo geográfico ou posição social, ela possui representantes de todos os credos, raças e classes. Presenciei esta semana um senhor de carro importado estacionando na vaga de deficientes físicos; em contrapartida, os estacionamentos de carros – mesmo tento placas proibindo – estão abarrotados de motos.

Quantas vezes não vemos pessoas abastadas utilizando o nome das igrejas para conseguir benefícios? Quantas vezes buscamos formas de burlar as regras existentes para tirar proveito? Temos que autenticar cópias de documentos, fazer reconhecimento de assinaturas em cartório a apresentar comprovante de residência, pois nossa palavra não é confiável.

Temos o hábito de reclamar de qualquer coisa, mas normalmente não buscamos os meios corretos para sanar os problemas – mesmo tendo plena consciência de como fazê-lo. Existem leis municipais que regulam o tempo de permanência em filas bancárias e, mesmo sabendo disso, as pessoas ficam a reclamar, mas não se utilizam dos mecanismos legais para fazer valer seus direitos. Há ainda as mães que, sem necessidade, levam crianças no colo para escapar da espera.

Não estamos preocupados em resolver a situação, e sim, em tirar proveito. Preferimos assistir novelas estúpidas a ler um bom livro. Não apagamos a luz de estabelecimentos de terceiros – a conta não é nossa. Lixeiras parecem mais ornamentações sem finalidade, pois atirar papel ou latas de cerveja nas ruas é normal. Não nos preocupamos em bem fazer nosso serviço, afinal, o salário estará na conta no fim do mês, independente da produção. O professor bom é aquele que não cobra, mas que enrola a aula.

Pois é, entra governo e sai governo, os escândalos se multiplicam e o povo continua elegendo Jaders e Malufs com votações recordes. Magistrados “aumentam” os próprios salários. As mais ridículas desculpas continuam sendo aceitas. Não nos lembramos em quem votamos na última eleição, e nem cobramos atitudes e esclarecimentos dos representantes. Justificamos tudo com o chavão: “os outros também faziam/fazem”, e fica tudo por isso mesmo.

Somos hipócritas quando cobramos padrões morais de nossos representantes, afinal, eles são nossa cópia elevada à perfeição.

*Quadro "A fábrica de ilusões" de Aniano Henrique

**Publicado em O JORNAL, de 20 de agosto de 2007.

***Publicado no Portal Grito http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=54


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Fala Renan!


Afonso Vieira

A quantas andam as investigações que pesam sobre o Presidente do Senado? Pois é, é uma pergunta a que todos os cidadãos devem buscar as devidas respostas. Até agora, as coisas ficam a cada dia mais complicadas para o alagoense, mas não é este o assunto que venho tratar neste artigo e sim, das informações que ele possui sobre os demais políticos.

Muito foi dito sobre a montagem de um possível dossiê contra seus detratores, ele mesmo já ameaçou alguns de forma direta e ao vivo pela Tv Senado. A canalhice suprema ganha formas e vulto na política brasileira.

O que ele sabe a ponto de não renunciar ou mesmo se afastar do cargo? Será que possui algo tão bombástico que possa desestruturar de vez a nossa já combalida república de bananas?

Olhem o nível a que chegamos, o presidente de uma das mais importantes instituições do país ameaçando seus pares para se salvar do calvário. Quando pessoas mais ácidas criticam e mexem nas feridas brasileiras, são duramente criticadas pelos nacionalistas e ufanistas de plantão, mas será que elas estão mesmo erradas? Sou uma pessoa que cultua os valores cívicos, que ama seu país, mas cada vez eu fico mais descrente em nossas instituições. Não vislumbro sequer um representante político confiável nos que estão disponíveis.

Primeiramente, se Renan sabe algo de podre de seus colegas de casa e não diz, está compactuando com o ilícito; segundo, para alguém que preside o Senado da República, este comportamento é no mínimo incompatível com a magnitude do cargo; terceiro, partir para o ataque antes de justificar suas falcatruas, só está comprovando que não possui defesa contundente sobre as denúncias que lhe assombram.

Como qualquer cidadão honesto e que possua vergonha na cara, eu engrosso o coro dos que querem que as denúncias atuais - e todas as que possam vir a surgir - sejam investigadas até a exaustão. Se para que Renan caia e seja punido por seus atos for preciso derrubar meio parlamento, que assim seja. Chega de vermos bandidos sendo beneficiados por decisões ridículas.

Até hoje estou esperando o partido da “ética e da moral” - que há alguns anos pedia a cabeça de qualquer rato por coisa muito menos importante - se manifestar. Cadê os militontos que gritavam o “Fora FHC” e “Fora FMI” todos os dias? Até agora, só tenho visto eles se pronunciarem para defender ou relativizar sobre os fatos.

Volto a bater na tecla de que temos que renovar todas as casas legislativas do país. Tirando as poucas e raríssimas exceções, qualquer um merece mais respeito que a corja que hoje ocupa nosso Senado/Câmara dos Deputados.

E não venha o cara-de-pau do Senador Almeida Lima enviar e-mails querendo justificar o injustificável. Quem defende bandidos e corruptos, também o é. Ninguém é mago das finanças que possa multiplicar o patrimônio tão rapidamente, vendendo produtos por valores muito superiores ao praticado pelo mercado. Se essa conversa fiada cola para alguém, para mim, não.

Torço para que apertem mais ainda Renan Calheiros, que esmiúcem suas contas até o último centavo, quem sabe assim ele fala tudo o que sabe.

Fala Renan, fala que nós queremos ouvir!

Publicado http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=55


De: Afonso Vieira (afonsohjv@hotmail.com)
Enviados: quarta-feira, 15 de agosto de 2007 4:35:49
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quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Liberdade, responsabilidade e relatividade


Afonso Vieira

Liberdade, ai está um conceito que caminha concomitantemente com responsabilidade. À medida que dispomos de maior autonomia, nossas obrigações aumentam. É de certa forma relativo, mas indispensável ao ser vivo.

Muito ouvimos sobre liberdades individuais, econômicas e de expressão. A liberdade individual é correlata ao respeito dos direitos de terceiros e à observância das regras estabelecidas pela sociedade; a econômica depende da regulamentação por parte do Estado - sua fiscalização e observância dos preceitos éticos e morais inerentes ao meio social; a de expressão deve ser emitida com a observância dos valores, sem denegrir pejorativamente e difamar alguém ou algo.

A definição conceitual é relativa a cada pessoa, mas o valor é absoluto - assim como ética e moral. Eu posso perfeitamente me encontrar em uma situação que para outrem não represente liberdade e, mesmo assim, considerar-me livre. A liberdade se expressa nas mais diversas maneiras, seja por palavras, atos, gestos, sentimentos e demais formas de manifestação.

Ao me dirigir a alguém, tenho que ter ciência de que posso fazê-lo desde que não desrespeite Leis e a individualidade dos demais seres da comunidade. Posso perfeitamente ter conhecimento e opinião sobre um assunto, posso discordar da legislação vigente, sendo esta o único valor que não posso relativizar - ao menos enquanto esteja valendo; se discordo, sou livre para contestar de forma civilizada e buscar meios para que seja alterada.

Quando alguém ataca qualquer forma de liberdade, e fica somente na retórica, prova-se que ela foi expressa de forma legítima. Vários jornalistas da dita grande imprensa sofreram/sofrem processos jurídicos por exporem suas opiniões, e pelo que tenho lido ganham a maioria das ações. Há muita distorção das palavras, uma espécie de ditadura do politicamente correto, e infelizmente- - somente quando convém aos supostos ofendidos.

Liberdade não é libertinagem, é viver dentro das adversidades tendo plena consciência de seus direitos e deveres. É respeitar as minorias, mesmo fazendo parte da maioria; saber se portar sem desmerecer os demais.

O conhecimento é atributo necessário para que se atinja a liberdade plena. Há a necessidade de Educação, assim como meios mínimos de qualidade de vida. Ser livre necessita entendimento amplo do sistema vigente. Não se justifica o desrespeito e a transgressão das normas alegando parco conhecimento, muito menos se atenua culpa por posição social ou grau de instrução, este último - quando elevado - deve ser tido como agravante e não diminuto de culpabilidade.

Liberdade é fazer criticas, saber que se está sujeito às mesmas e que devemos aprender com elas. É poder vaiar ou aplaudir uma pessoa pública, cobrando-lhe responsabilidades e atitudes.

Ser livre é ser religioso, ateu, agnóstico, apolítico, partidário, apartidário, crítico, conivente, omisso, atuante; mas, acima de tudo, ser responsável por seus atos e ações, assumindo-os de forma clara e jamais fugindo deles com alegação de desconhecimento.

Quanto maior o grau de liberdade, maior é a responsabilidade, independente de relatividade.

*"A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as conseqüências das próprias decisões".(James Mullen)

**Publicado no Portal Grito http://www.portalgrito.com.br/arquivol/arquivol.php?id=53


sábado, 4 de agosto de 2007

A meritocracia que nos falta


Afonso Vieira

Muito tem se falado sobre as qualificações profissionais - e a falta delas - nos mais diversos setores. O que falta para que não se ocorra tantos descalabros e incompetência gritantes no país? Há de se adotar critérios técnicos e processos seletivos mais eficazes para a designação de cargos estratégicos, para que os problemas sejam solucionados a contento.

A tendência natural de um mundo em evolução é o aprimoramento constante; as melhoras virão com mais ou menos rapidez de acordo com o sucesso das pessoas responsáveis pelo gerenciamento das engrenagens.

Nas grandes empresas o nível de exigência aumenta cada vez mais, de sorte que temos dentro de todas as adversidades possíveis, empresas mais competitivas alcançando maiores lucros e com produtos cada vez melhores; em decorrência disso, os cargos são mais bem remunerados e a qualidade de trabalho tende a um patamar mais satisfatório.

As empresas públicas acompanham a tendência globalizada; vemos seus lucros baterem recordes atrás de recordes, mas ainda assim ficam atrás da qualidade do setor privado. O que falta para melhorar estes setores? Vemos exemplos dos mais diversos, até mesmo dentro de governos estaduais e municipais, onde o sistema de méritos e metas estão sendo implantados. Os resultados saltam aos olhos, o enxugamento da máquina pública tem proporcionado a obtenção de resultados maiores em um curto espaço de tempo.

Nos últimos dias, as Agências Reguladoras têm sofrido diversos ataques quanto a sua autonomia; não há problema algum na independência delas; há sim, a falta de qualificação dos nomeados políticos. Quais os méritos e qualificações que o atual governo se utilizou para aparelhar os órgãos reguladores? Ao que tudo indica, fisiologismo e partidarismo doentio, somente.

Temos exemplos bem sucedidos de governos que contrataram consultorias. Entre as mentes brilhantes temos em destaque Vicente Falconi Campos - que inclusive foi sondado para projetos na Previdência Social - que, ao que tudo indica, foi barrado pelo atual Ministro da Fazenda Guido Mantega. O Ministro da Saúde já anunciou que pretende implantar métodos gerenciais nos hospitais financiados pelo SUS.

É nítido que especialistas devem se sair muito melhor em secretarias e ministérios que políticos profissionais, que normalmente só entendem de finanças pessoais. Precisamos de uma renovação nas secretarias, ministérios e qualquer cargo gerencial da administração pública; que se retirem os políticos ineptos e incapazes e se coloquem profissionais qualificados na área. Chega de pagarmos incompetentes e toupeiras que só sevem para aumentar o patrimônio particular e malversar os recursos de sua responsabilidade. Isso vale para as três esferas de poder, municipal, estadual e federal.

Vou citar um exemplo recente: o Presidente da República possui uma assessoria de comunicação, sabemos que Lula adora um improviso e se destaca por proferir gafes. O mínimo que se espera de um representante público é respeito para com o ouvinte, os discursos ao menos devem ser preparados ou debatidos os assuntos abordados. Onde estavam os assessores do presidente quando ele disse - mais uma vez - que “não sabia de nada” sobre o apagão aéreo, mesmo tendo assinado um texto com duras críticas ao setor em 2002? Ressalte-se que este é apenas um dos inúmeros casos. Em qualquer empresa séria, já teríamos novos auxiliares.

Abaixo ao peleguismo e fisiologismo partidário; que venham os profissionais, os méritos e as metas!

*Quadro "O Mágico" de Aniano Henrique

**Publicado em O JORNAL, de 06 de agosto de 2007.