sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Senado, de novo, novamente, outra vez . . .


Afonso Vieira


Há tempos tenho evitado escrever sobre política. Ler os noticiários é algo asqueroso, não há um único dia que não seja publicada algum tipo de farra/ilícito com o erário público. Novamente (?) temos o Senado Federal enlameado por denúncias de corrupção.

José Sarney é o símbolo mor do que se tornou a Ética e a Moral em nosso país. Atua nos bastidores da República desde a década de 50, sempre mamando nos cofres da nação – sabe-se lá o que já conseguiu em seus conluios com outras amebas de mesmo quilate.

O maranhense representa exatamente o Congresso Nacional: cínico, de boa lábia, suposto letrado, sua sede pelo poder é maior do que sua probidade – que parece ser nula -, apegado nas piores práticas de fisiologismo e populismo barato, é um beócio sobre economia e administração pública, só age à contento quando o interesse é particular.

Alguém ainda acredita nas suas desculpas esfarrapadas? Eu nunca acreditei! Assim como sou totalmente descrente em qualquer parlamentar em atividade. Não creio que alguém honesto e com boa formação moral tenha inclinação para a carreira política, e os fatos só comprovam a minha tese, dia após dia.

Vivemos sob a égide de um Estado corrupto, esfacelado em todas as suas instituições nos quesitos que dizem respeito ao que é pudico. E isso vai desde o mandatário mor – este aprendeu muito bem a arte de enganar com o senador em questão -, até o mais relé edil de pequeno município.

Esse senhor, caso venha a ser defenestrado da presidência da casa, continuará nos brindando com sua cara de pau. Continuará sendo eleito pelo povo miserável e ignorante que nele já votou. Nenhuma investigação o punirá, seus adversários de plenário estão no mesmo nível intelectual, probo e vil.

As desculpas para suas improbidades seguirão a linha do chefe do executivo: imprensa golpista, perseguição ideológica, conspiração da “direita” – se é que isso existe no Brasil -, ou no pior estilo do “eu não sabia”. Cabe ressaltar que o próprio Lula já chamou o caudilho maranhense por diversos impropérios.

O Brasil é ímpar em diversos aspectos, via de regra, somos acomodados, queremos levar vantagem em tudo, não somos muito avessos ao trabalho árduo – preferimos o caminho do jeitinho, sempre! -, temos um nível cultural deprimente, nossa educação só piora. A grande maioria dos ditos cultos, são partidários de alguma agremiação política – que eu chamo carinhosamente de quadrilhas -, costumam se engalfinhar com unhas e dentes na defesa deste ou daquele bandido candidato da respectiva sigla. Quando alguém diz uma verdade, esses mesmos hipócritas saem como aquela mãe que se finge de cega, que não admite que alguém aponte os milhares de defeitos do próprio filho, ainda que ela tenha plena consciência de todos eles. Amar seu país, seu estado, sua cidade, seus entes queridos, não deve ser sinônimo de conivência e acomodação, pelo contrário, quem gosta, cuida, critica e cobra!

Renan se safou da cassação, seus pares – da mesma laia – lhe garantiram posição de destaque na atual legislatura, mesmo contrários à opinião de boa parcela da sociedade. Sarney deve ter o mesmo destino.

O próximo ocupante da chefia de tão "presigiada" instituição poderia muito bem ser Fernandinho Beira Mar ou o Marcola; estariam perfeitamente equiparados com os demais nobres daquele parlamento. Ao menos as celas poderiam ser as mesmas . . .

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=4642

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ensaios


Aos poucos retorno para minha rotina de leitura diária, ainda que esteja muito defasada do que um dia já foi, tenho conseguido uma melhora considerável. Filosofo muito, nos mais variados temas, o que tem faltado é tempo para colocar no texto propriamente dito; artigos inteiros fluem em uma corridinha de 10 km ou num passeio de moto. A fila está ficando grande. Meu último texto enviado e publicado na mídia data de março, o que não me tem muita importância também.

Li um artigo - há aproximadamente uma semana – de um coronel aviador, que tratava da tendência atual da formação do Estado, uma descrição excelente que corrobora com minha opinião. Hoje pincelei um ensaio sobre a independência do Banco Central, como autoridade monetária fluindo como um quarto poder, Montesquieu foi citado com sua tripartição dos poderes estatais, e decorreu para a formação das economias atuais.

Como minha área de atuação é gerencial, e os temas que muito chamam minha atenção dizem respeito à qualidade, tenho estudado bastante fatores regionais para entender o péssimo nível de atendimento dos locais que passei.

Às vezes penso em retornar à escrita política, mas tenho evitado até mesmo em me aprofundar na análise das notícias, é a descrença total nesses ogros e suas mentiras corriqueiras. Já cheguei a iniciar dois ou três parágrafos, mas minha saúde é mais importante! Não é bom facilitar, vai que minha gastrite ataca . . .

Comprei e pretendo comprar alguns livros sobre filosofia e política, de pronto consegui um exemplar do Espírito das Leis, do já citado Montesquieu; irei adquirir novamente uns exemplares de Voltaire e Schopenhauer. As leituras têm que dar prazer, aquela vontade de devorar o texto o quanto antes é primordial para a satisfação pessoal. Acredito que os ensaios vindouros após certas obras terão melhor conteúdo.

O fato é que sem emoção, raiva ou vontade, o resultado teórico pode não ser com a satisfação desejada. A inspiração deve fluir normalmente, acompanhada da embriaguez com que surgem pensamentos, citações e opiniões. O conteúdo discorre dos dedos com rapidez e agilidade, as palavras despontam uma após a outra, numa sintonia quase perfeita com o individuo e sua divagação.

Por fim, este esboço foi somente o desabafo de um desejo que tem se feito frustrar, ora por falta de tempo ou inspiração, ora por falta de oportunidade. Mas, conforme dito no parágrafo anterior, faz-se necessária a “luz” para que saia algo à contento. Como tenho sabido controlar melhor minha ansiedade, fica a deixa do magnífico Celso Blues Boy:

“As coisas são assim
Prá que se lamentar
Se dentro de nós
Sempre existirá
. . .
Toda esperança
Sempre brilhará”

terça-feira, 2 de junho de 2009

Cotidiano


Ultimamente tenho tido pouco tempo para escrever, ler, e até mesmo descansar devidamente. É a correria do dia-a-dia, dos afazeres cotidianos. Particularmente, gosto da vida corrida e agitada, de trabalhar no “220” o tempo todo. Mas creio que o que tem me faltado muito mais, é a inspiração, reclamação que já proferi em texto anterior.

Eis-me aqui, na minha morada nova, desfrutando da minha tão amada solidão, ouvindo um rock oitentista e reciclando as notícias diárias – fugindo um pouco do frio. Leio notícias sobre a tragédia do voo da Air France; leio nosso presidente – mais uma vez – falando besteiras; leio reportagens sobre projetos políticos, corrupção, beócios no planalto central, etc. Dou uma zapeada nas comunidades de discussão política, o radicalismo de uns, a miopia de outros e a futilidade com que se levam o debate, são desanimadores!

Penso em abrir um livro, o inicio da obra é excelente, talvez agora no meu sossego diário, possa lê-lo a contento. Alguns projetos pessoais devem voltar a ser prioridades. Às vezes creio que deveria ter retornado antes para “Golden City”, outras vezes agradeço por não tê-lo feito. O que importa é o estado de espírito, que há muito tempo anda em paz comigo mesmo. A maturidade pessoal é uma busca constante.

Olho para os livros, para as fotos antigas - no mesmo momento que começa a tocar Psycho Kyller no Media Player – milhares de lembranças vêm à mente. Relembro que em poucos dias, alguns dos melhores amigos darão o ar da graça por aqui, uma sensação gostosa de satisfação preenche o vazio.

Será que devo me aprofundar em Schopenhauer, Nietzche e afins? Ou me dedico a frivolidades mundanas? Uma coisa é certa, minha mente precisa de ocupação intelectual, mas isso tem que vir acompanhado de prazer. A racionalização do tempo se faz necessária. Talvez eu me dedique a assuntos que não rendem bons textos - ao menos para quem lê -, mas de cunho estritamente profissional, isto, para minha pessoa, causa satisfação.

Preciso retornar a uma rotina mais saudável, tanto física, como mental. Havia programado o retorno à exercícios físicos, o intelectual é mera conseqüência. Bom, amanhã começa a seleção para meu “aprendiz”, pelo menos na parte profissional o ofício tende a se tornar mais prazeroso. Se as coisas não mudam, continuam na mesmice diária, temos que nos esforçar para que nós não nos entediemos, o caminho do aprimoramento e aprendizado constante já é um grande passo para isso.

Estou me tornando mais chato que o de costume, será que é a idade, o excesso de ceticismo ou a descrença na natureza humana? Não sei, mas minha paz interior, como já disse, continua elevada. Boa noite!