quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Existe luz no fim do túnel



Afonso Vieira*

O recente projeto, de iniciativa popular - frise-se – contrário à candidatura de políticos com “ficha suja” é algo que nos traz uma pequena esperança, dentro do lamaçal que se tornou a política nacional.

Oras, se para ser efetivado em diversos concursos públicos, para ser aceito em certas empresas, a pessoa quando passa pelo teste seletivo tem que comprovar a própria idoneidade, por que não cobrar isto também dos políticos? Ao contrário do que essa corja pensa, os representantes de cargos eletivos deveriam ser, obrigatoriamente, pessoas de boa índole, probos incontestes e exemplos de caráter. Tragicamente o que ocorre é exatamente o oposto.

Outra colocação que deve ser posta, o candidato não é representante antes de ser eleito. Os mandatos têm dia e horário para terminar. O impeditivo em questão é apenas momentâneo; que o pretenso político resolva seus problemas para depois vir nos “representar”!

A iniciativa, além de ser completamente elogiável, traz à tona o sentimento popular de repúdio que anda muito explícito nos círculos nacionais. É chegada a hora de dar um basta na situação atual! Se realmente fôssemos um país com leis e instituições sólidas, provavelmente, mais da metade das casas legislativas do país já estaria atrás das grades, e não panfletando suas picaretagens Brasil afora.

Infelizmente, essa discussão vai acabar no STF, e com as interpretações toscas que só têm protegido bandidos, não dá para aguardar muita coisa.

Nosso país se notabiliza pela existência do político profissional, cuja única ocupação é viver mamando no erário; normalmente com currículo medíocre, que se resume a ser filho deste ou daquele parlamentar ou ter feito parte de certa militância. Capacidade administrativa e intelectual é raridade, só despontam mesmo quando cometem atos vis, de desvio de conduta e da verba pública.

Na contramão do que pensa a sociedade, aumenta-se o número de edis das casas do país. Mais uma vez, babacas que somos, vamos bancar o inchaço da corja de energúmenos, sem a menor função social ou empregabilidade que mereça respeito. Nem preciso dizer quais são os resultados práticos do que virá. A suposta representatividade é a maior balela que já ouvi.

1,3 milhão de eleitores assinaram o documento. Levando-se em conta que muitos nem souberam da iniciativa, e das dificuldades em atingir todas as classes, é muita gente! Façamos votos que o projeto seja aprovado, torcida nunca é demais, não nesses casos!

É apenas o sexto projeto de iniciativa popular desde 1988, mas vem em boa hora, que sirva de exemplo e que vire rotina. Mobilizar a população pensante, ante a massa de ignorantes e analfabetos funcionais, é necessário e estimula o senso crítico da população.

E para encerrar, chamo para a seguinte reflexão: um cidadão de bem, não tem como enxergar algo de ruim na iniciativa e suas propostas, mas acompanhem quais serão os maiores críticos do projeto. Ficará fácil separar o joio do trigo. Saudações!

http://www.edicaoms.com.br/index.php?pag=noticias_det&id=50186

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Um registro


Como sempre, quando registramos algo, dificilmente nos lembramos de tudo e fazemos justiça a quem de direito. Preciso deixar claro alguns pormenores sobre a passagem da minha data natalícia.

Comecei bem as comemorações, um grande amigo me ligou, ainda no dia 10. Saímos para um bar, recebi um belo presente do time do coração e encontramos vários colegas. Junto com o presente veio um recorte de jornal, com um belo texto sobre amizade, com autoria atribuída a Charles Chaplin. Segue:

“Preciso de Alguém Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; Alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.
Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: - A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo” e ria muito.
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela . . .”

O texto fala por si só.

Seguindo o rito, continuei recebendo as parabenizações e a me ater com os últimos preparativos da festa que realizaria no domingo.

Coloco agora a parte ruim: a falta de profissionalismo, a molecagem e desfaçatez do proprietário do antigo Boteco Bar, atual Velho Oeste Rock Bar. Faltando mais de um mês para realizar a confraternização, eu fechei com ele que realizaria o evento em seu bar, pois, pensei comigo, já possuía toda a estrutura necessária. Na quarta feira, dia 09 de setembro, fui até lá e confirmei o evento. Para minha surpresa ele deixa scrap no orkut dizendo que precisava falar comigo, no dia 11. Veio com uma conversa tosca, que logo percebi que era furada, de que iria realizar uma obra no domingo. Isso com todos os convidados já avisados e tudo organizado. No sábado vem a confirmação da sacanagem, é anunciado que haveria uma festa de república naquele bar. Quer dizer que, mais uma vez, vemos que não podemos negociar com moleques, e que o cidadão em questão não honra as calças que usa.

Deixando isso de lado, ainda consegui realizar o evento, com muito mais trabalho e em um local sem a menor infraestrutura, mas tudo se ocorreu dentro dos conformes. Muitos amigos não conseguiram chegar “vivos” para a festa, em virtude da véspera, outros vieram ainda no embalo do sábado. Foram poucos, mas a qualidade é o que importa!

Após todo o ocorrido, chego em casa do trabalho e encontro um caixa de sedex, novamente uma grande amiga me presenteia com o melhor dos mimos, livros! Vou acabar ficando mal acostumado.

Mas é isso, mais uma vez fiz questão de agradecer e deixar público minha ode constante à amizade. E que os pingos fiquem sempre sobre os “is”. Que venha o AC DC!

\0/

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Trânsito, questão de consciência


Afonso Vieira
Na última segunda, quando cumpria meu rito matinal de preparação para o trabalho, assisti, primeiramente em jornal de circulação nacional, e depois em outro, de circulação estadual, duas reportagens sobre o trânsito. Há tempos pensei em me pronunciar sobre este tema, que muito me envolve - nada melhor que na Semana Nacional do Trânsito.

Por todos os estados brasileiros que andei/morei, sempre observei atentamente o comportamento das pessoas ao dirigir pelas ruas e avenidas. É curioso constatar que por mais que haja cultura diferente, nos mais variados aspectos, somos péssimos motoristas e extremamente mal educados, e isso é característica nacional.

Nunca fui muito fã do volante, só o faço por necessidade. É algo que me irrita profundamente, portanto, é melhor evitar. O conjunto: péssima sinalização, ruas esburacadas e intransitáveis, somados aos “ases” da direção, pode ser fatal.

Para exemplificar melhor o que escrevo, vou citar exemplos de quatro estados:

- No MS, o sulmatogrossense parece desconhecer o que é seta e qual sua real função, parar em fila dupla ou para conversar com o vizinho do carro ao lado, é tão comum quanto desrespeitar o pedestre. Há aproximadamente um mês, quase sofri um acidente ao me deslocar para o serviço, com um tremendo agravante, o veículo era oficial, da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Ivinhema. O indivíduo literalmente “roletou” a preferencial. Cheguei a encaminhar e-mail para os endereços disponíveis no site da prefeitura, sem obter nenhuma resposta;

- Na Bahia, o trânsito é tão caótico e estressante, que após meio dia de trabalho já estava exausto. O pedestre parece desconsiderar a real finalidade da calçada. É comum ouvir dizer que temos que dirigir para nós, para o veículo da frente, o de trás e os dos lados;

- No RS, o gaúcho parece desconhecer completamente a preferência do veículo que está na rotatória – chamada de rótula por aqueles rincões;

- No MT, a contra mão é apenas um referencial, nunca entendi como é que as autoridades não multam aquela parcela significativa que adora transgredir as regras. Eu mesmo sofri um pequeno acidente devido a um mau piloto.

Há outras coisas que observamos por todos os cantos. O desconhecimento da legislação é algo que fica claro, para exemplificar, quantos têm ciência de que a preferência não é de quem vira, mas de quem segue em frente nos cruzamentos de mão dupla? É comum vermos veículos estacionados nas vagas de deficientes físicos, e após breve verificação, vemos que se trata unicamente de deficiência moral. Quantos param para o pedestre atravessar a faixa? Em contrapartida, quantos pedestres atravessam somente nas faixas? Quantos costumam se utilizar dos retrovisores para verificar se há algum veículo na retaguarda? E os motoristas profissionais de caminhões e ônibus, a ultima coisa que obedecem são limites de velocidade. Motoboys arriscam as próprias vidas e de outrem, diariamente.

Não nos esqueçamos dos entes públicos, responsáveis pela manutenção das ruas, das sinalizações e respectiva fiscalização. A grosso modo, estamos anos luz de possuirmos vias adequadas. Cito minha cidade, Dourados, MS, onde há muito asfalto nos buracos! Já até decorei alguns devido ao tempo que permanecem abertos, e pasmem, a maioria se encontram na região central do município. Isso gera prejuízo material e, muitas das vezes, ocasionam acidentes.

São parcas constatações que verificamos todos os dias. Somos imperitos, imprudentes e negligentes. Em considerável parte dos casos não é somente desconhecimento da legislação, ou da falta de habilidade do condutor; mas sim, de uma pandemia nacional, da falta de educação moral, de respeito e de bom senso. É um problema de consciência individual.

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=4793

http://www.edicaoms.com.br/index.php?pag=noticias_det&id=49824

domingo, 20 de setembro de 2009

O perigo do radicalismo


Afonso Vieira
Recentemente escrevi um texto refletindo sobre valores, conceitos e definições. Após um período, li que foi publicado em um veículo de nível nacional, onde há a possibilidade dos leitores comentarem as opiniões ali existentes. Alguns comentários feitos e outras posturas que vivenciei no presente, trazem-me a esta reflexão.

Tenho observado muito o comportamento humano, as atitudes, tanto minhas quanto dos demais confrades do cotidiano. Creio que a primeira constatação quando se está diante de um radical, é que ele se torna defensor ferrenho e cego de uma causa, seja qual for – eu mesmo tento me policiar muito por isso.

Quando possuímos dogmas absolutos, preconceitos imutáveis, fé cega ou certeza da verdade, caímos no fanatismo, totalitarismo das idéias e “impositismo”.

No texto que cito no início deste ensaio, fiz algo totalmente desprovido de intenção panfletária política/ideológica – o que não é do meu feitio, diga-se -, eram apenas divagações sobre o meio que nos cerca. Ao ler certas postagens, concluí que há algo muito perverso no quadro atual, alguns enxergam duendes verdes em todos os cantos. Fui chamado, pasmem, de petista – essa patologia nunca me assolou. Algum conservador discordou de mim, o que já provou que o texto tinha sua lógica, pois eu dizia que valores são relativos à ótica individual de cada um.

Estamos diante de uma sociedade que evolui constantemente, com parcos exemplos que vão de encontro com a lógica natural. Há toda uma aura conservadora na sociedade ocidental, mas que gradativamente está mais flexível, caminhando para o consenso. Os fundamentalistas, ainda que sejam minoria, tornam-se muito mais danosos, justamente porque são virulentos e teoricamente suicidas.

Um exemplo que tenho acompanhado muito, é o excesso de teorias conspiratórias sobre o suposto gramcismo do governo atual. Não sei quem é pior, os corruPTos ou os lulofóbicos. Existem cidadãos que resumiram a própria existência em criticar Luis Inácio, parecem que esqueceram o que é uma vida saudável, que há muito mais coisa a se pensar. Políticos devem ser fiscalizados e criticados constantemente, mas o mundo não se restringe a um mandatário. Outro exemplo é a parcela dos norte americanos que enxerga um “comunista” Obama, o que é praticamente impensável em uma mente sã; ainda que eu preferia McCain, Barack jamais será marxista. Será que isso tudo é falta de vida social, de exercício físico, de falta de sexo?

Há muito parei de ler certas revistas e colunistas, talvez porque se tornaram donos de uma tecla única. Até gostava de ler o contraditório ao meu pensamento, mas parece que não conseguem produzir nada de novo. As críticas são as mesmas, os “culpados”, idem; não aprimoram o próprio pensar, é cegueira decorrente do extremismo. Isso deve ser interessante para incautos e “rebeldes sem causa” dos diretórios acadêmicos de nossas universidades, mas se tornou balela intelectual, sem a menor profundidade ou amparo.

A evolução do pensamento, o amadurecimento do intelecto, só se atinge com respeito ao contraditório, com a contestação saudável e constante do que nos é exposto. A busca pelo conhecimento deve ser diária, a cada segundo. Não se evolui possuindo pré-conceitos limitando a própria visão. Como muito bem disse Leonardo da Vinci: aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Um eterno, livre e apaixonado aprendiz


Quando escrevi a frase título deste texto, foi quando realmente encontrei uma certa paz interior, após anos de conflitos internos e reflexões. Este é um texto pessoal, resumir-se-á ao blog; pouquíssimos lerão. Digamos assim, só estará na net por capricho.

Como hoje é meu aniversário, esta é uma data para reflexão, acredito que este tipo de atitude só nos fortaleça e nos faz crescer como indivíduos.

Há um ano louvei meus amigos neste blog, inclusive nominei-os, cometendo algumas injustiças, mas já me antecipei e disse que seria consequência da parca memória: Com certeza estou esquecendo uma penca de gente, não é minha intenção desmerecer ninguém, o que pode ser lido aqui
http://afonsocachorrao.blogspot.com/2008/09/33.html. Ainda que neste meio tempo tenha perdido duas amizades de peso – notem que sei perfeitamente a quantidade e os motivos estão implícitos neste texto http://afonsocachorrao.blogspot.com/2008/09/valores-morais.html -, os motivos sobrepõem qualquer arrependimento; tenho certeza que adquiri outras afeições, e em maior número e em equiparado valor.

Creio que estou chegando a uma fase de maturidade, onde aprendi a pedir desculpas - o que nunca será fácil para alguém de personalidade forte e orgulhosa -, onde reconhecer os próprios erros e limitações tem sido uma constante.

Talvez ainda peque muito, mais do que devia, mas me policio. Tornei-me muito mais radical em certas posições, que dizem respeito ao caráter individual. Meu imperativo categórico está mais forte do que nunca!

Vou evitar nomear pessoas, justamente para não repetir o erro do ano anterior, mas hoje tive contato com amigos que não visualizava há anos, isso é muito bom, muito prazeroso e nos nutre de emoção benéfica. Talvez eu esteja emotivo demais neste momento de reflexão.

Sou extremamente cético e contestador, mas aprendi a ser mais observador, a pensar antes de falar, ainda que continue errando muito neste quesito. O aprendizado constante é algo que só agrega valor e tem me feito muito bem.

Muitas vezes sou radical, teimoso e “senhor da razão”, mas aprendi dar o braço a torcer, desculpar-me. Alguns têm uma visão até errada da minha pessoa, mas quem realmente me importa sabe exatamente o que sou.

Ontem, quando relia uns comentários no meu blog, emocionei-me muito com uns amigos que fiz no meio virtual. A admiração é recíproca, e é muito bom termos referência de peso em nossa breve existência.

Tenho evitado me exaltar, evito dirigir sempre que posso, não discuto, ou procuro não discutir com ignorantes, sou mais seletivo nas companhias que me cercam e tenho dado mais valor à família – inclua-se nisso, amizades!

Bom, fica esta reflexão no espaço virtual. Entre erros e acertos seguimos nossas vidas, e a tendência é sempre, para melhor!

Beijos e abraços!

domingo, 6 de setembro de 2009

A morte do bom senso


Afonso Vieira

Pouquíssimas coisas efetivamente me tiram do sério, são raras as vezes em que me vejo realmente irritado. Podem ser atitudes de certas pessoas, alguns comentários ou cobranças do dia a dia. Vemos que o bom senso, quando buscado constantemente, a tolerância e o aprendizado constante, sabendo conviver nas adversidades, deveriam ser o norte para a vivência pacífica.

O mundo atual tende a um equilíbrio em praticamente todas as áreas, verifica-se facilmente na teoria política, que cada vez mais tende ao centro. As diferenças nos comportamentos governamentais são mínimas, reduzindo-se a querelas assistencialistas, tamanho estatal – mas que se diferenciam muito pouco.

Nas organizações privadas, ao menos nas de grande porte, vemos que a busca tem sido na aplicação correta de leis, normas e padrões, até mesmo os ambientais. Dificilmente vemos nos grandes conglomerados, a saída de produtos sem emissão de nota fiscal, por exemplo. As horas extras têm sido pagas rigorosamente. O recolhimento de impostos não tem falhado.

No meio social temos uma tolerância maior com as diferenças. O trato das pessoas tem sido mais polido. Ações de desprezo, preconceito e humilhação são combatidas de forma mais acentuada. Enfim, caminhamos lentamente para uma sociedade melhor, digamos assim, mais justa.

O exposto até aqui tem sido a regra que vemos e vivenciamos no cotidiano. Mas há uma parcela, que ainda é minoria, que teima em radicalizar padrões de conduta ao ponto mais desprezível possível.

Sob bandeiras políticas – que se dizem ideológicas - vemos o assalto constante do erário. Alguns grupelhos, parados no tempo, ainda insistem em teses estapafúrdias que não têm mais espaço na atual conjectura.

Continuamos vendo empresas envolvidas em casos de corrupção, sonegação, até mesmo tráfico. Há notícias de que até mesmo direitos trabalhistas têm sido ignorados, mesmo o empregador tendo completa condição de pagá-los.

No meio que nos cerca, nas situações mundanas, ainda encontramos seres vis. Falsos moralistas, sem a menor educação. Racistas, homofóbicos e demais criminosos, escondem-se agora sob o manto do politicamente incorreto. Há ainda os “coitados”, que se sentem injustiçados, ofendidos por tudo e por todos, mas não conseguem enxergar que o que colhem é exatamente o fruto daquilo que plantam diariamente. Costumo dizer que, normalmente, a ofensa está muito mais na cabeça do ofendido, do que na do suposto ofensor. Não nos esqueçamos dos conspiracionistas, que creem piamente que o fato de criticar o atual governo, já é salvo conduto para a intelectualidade, ainda que tenham que fazer esforços hercúleos para redigir uma simples frase. Esses hipócritas deixam suas máscaras caírem facilmente quando postos à prova, ou ainda, borram-se todos nas calças na frente de adversário à altura.

Se todos tivessem bom senso, as Leis poderiam ser abolidas, ou serem reduzidas a meia dúzia de artigos, isso seria o coroamento de uma sociedade ideal para um libertário como eu. Infelizmente, o que vemos é a necessidade cada vez maior de enrijecimento das normas. Colocando uma visão cética, e não utópica, o ser humano sempre precisou, precisa e irá precisar de uma boa dose de hierarquia e disciplina, sempre!

O padrão normal de conduta de um cidadão de bem, tem passado longe do comportamento de certos biltres de plantão. Para citar um exemplo bem recente, utilizo-me da Lei Antifumo, por causa de uma parcela de pessoas que não respeitam o ambiente alheio, todos os tabagistas sofreram sanção. É uma medida autoritária, mas as leis sempre são impositivas, e só se fazem necessárias quando não há outra solução. Fazendo um adendo, as comparações que tenho lido com medidas nazistas, são totalmente toscas e fora de contexto, aliás, a fuga para Hitler é o primeiro sinal que já se perdeu o debate.

Em 187 anos de independência, ainda engatinhamos como seres maduros, o pobre bom senso é assassinado diariamente, por culpa de pequena parcela - mas muito danosa – de “cultos”, “inteligentes” e “adultos”, que nunca saíram do jardim de infância. Sad but true!

http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2009/09/18/a-morte-do-bom-senso-767669724.asp