domingo, 27 de junho de 2010

A mediocridade da maioria


Estava eu, como de costume, contestando a corrente. Por natureza, de omnibus dubitandum. Analisando certas discussões e ouvindo o que a massa apregoa, vejo a mediocridade reinante do senso comum. Desculpem-me, mas a maioria tende à estupidez, sempre! Já dizia Nelson Rodrigues: toda unanimidade é burra.

Uma das coisas que a vida me ensinou, é que temos que respeitar o contraditório, ouvir as opiniões e formar a nossa. Mas ter personalidade não vem sendo o forte do povo brasileiro.

Qual deveria ser, por exemplo, a primeira coisa que um historiador aprende? Que não existe verdade histórica, existem fatos e versões. Mas, longe disso, vemos uma infinidade de doutores da razão pregando besteiras por aí. E pobre do aluno que não escrever exatamente o que o mestre quer ler.

Fala-se muito, e geralmente mal, de nossos políticos. Mas quem os elegeu? Cada povo tem o governo que merece! Ninguém gosta de ouvir e admitir que, via de regra, temos milhares de defeitos. Somos facilmente 'corrompíveis', acomodados ao extremo, só trabalhamos na pressão. Disciplina consciente? Ah, mais uma utopia buscada e nunca alcançada. Minha conclusão é de que estamos perfeitamente representados no congresso nacional e demais casas legislativas. As instituições oficiais são o reflexo exato da nação.

Eu respeito as demais pessoas, seus cultos e paixões, mas não queiram impor suas tendências a quem discorde delas. Jamais vou entender - nem mesmo tentar - a idolatria aos bovinos feita em músicas, sejam sertanejas, de pagode ou demais gêneros. Se um cantor de axé vende milhões de cópias, não compro! Tudo que vira gosto da massa, de imediato já ganha minha antipatia. Se todo mundo vai à igreja no domingo, eu prefiro ir para o bar.

Não é porque o escritor José Saramago morreu ou vendeu milhões de livros que tenho que gostar do que escreveu. Para mim, a pior leitura que fiz nos últimos anos foi Quando Nietzsche chorou, e esse livro foi um fenômeno do mercado editorial, idolatrado por muita gente.

Outro dia acompanhei uma série de artigos de um escritor, em que ele - ateu convicto - malhava o 'coitadismo' que tomava conta de seu público, também ateu. Ele alega que nunca viu preconceito contra essa classe, do que a massa ateia discorda completamente. Concordo com o autor: já me defini ateu por inúmeras vezes e nada sofri em consequência disso. A maior parte das bandeiras exaltadas pelas minorias não passa de recalques pessoais, de pré-conceitos que esses mesmos grupos minoritários criaram e dos quais não conseguem desapegar.

Em tempos de 'patrulhamento politicamente correto', fica difícil incutir na cabeça dos demais que devemos raciocinar por nós mesmos. Tudo deve seguir uma tendência, remar conforme a maré. Senso crítico e raciocínio lógico praticamente inexistem. Eu, por exemplo, não quero pensar como a maioria, e ela, em contrapartida, têm a obrigação de discordar de mim. Chega de ruminantes! É preciso duvidar!

http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2010/06/29/fim-da-mediocridade-da-maioria-ou-comprovada-burrice-da-unanimidade-917011630.asp

http://www.imil.org.br/blog/14751/

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Eu, petista?



Recentemente fui acusado - por um grande amigo – de ter sido petista. De pronto revidei: “jamais fui petista, posso ter votado uma única vez na esperança de moralizar a política. Mas foi a primeira e última, e tenho orgulho de nunca ter votado em Lula!”.

Muito curiosa é a forma que as pessoas enxergam nossas posições. Pela minha formação moral e familiar, jamais teria a menor afinidade com um partido como o PT. Primeiro porque tenho sangue e formação militar; segundo que prezo o trabalho como mola mestre da sociedade, com um alicerce meritocrático, e sempre pensei assim! Terceiro que tenho como valor absoluto, a Lei – mesmo que discorde dela -, portanto busco cumpri-la. Apesar do partido em questão abocanhar a alcunha do trabalho, o que menos se vê é trabalhador propriamente dito naquela agremiação.

Tenho amigos petistas, nunca deixei de tê-los. Muitos, inclusive, não gostarão deste texto. Mas minha verve nunca se importou com opiniões divergentes, sustento e assumo tudo o que digo e que faço – pena que não posso dizer o mesmo dos dirigentes daquela sigla -, e é justamente mais um motivo para me distanciar ainda mais dessa trupe.

Votei, 12 anos atrás, no candidato do PT à eleição estadual. Era, a meu ver, o “menos pior”. Afinal, o candidato da situação era muito ruim. Votei eu, mais um montão de amigos que tentávamos dar um ar de renovação. Como otários fomos! O meliante entrou e fez tudo de pior nos quesitos morais e éticos – qualquer semelhança com o representante do planalto, não é mera coincidência.

Oras, valores morais e éticos não se mudam, pelo contrário, apenas se aprimoram, é para a frente que se anda! Se conluios espúrios existiram – e ainda existem -, é porque isso já estava enraizado na índole dos protagonistas políticos. Eu, por exemplo, jamais vou defender assassinos e ditadores, faz parte da minha alma libertária. Nunca roubei, não sou perfeito - pelo contrário -, mas creio que vergonha na cara seja obrigação! Relativismo moral é para pessoas sem caráter, sem opinião firmada e honesta.

Eu relevo uma ínfima parcela do PT, que realmente acreditou na defesa de uma bandeira ética, mas não dá para levar a sério quem ainda milita abertamente na defesa de corruptos, que abraça e tira fotos com larápios, sorrindo da desgraça alheia. E isso independe de partido, deveria ser a regra de alguém probo!

Ao levantar a defesa dos valores democráticos, da livre concorrência e das liberdades individuais, buscamos um norte. Aprendemos com os erros, maximizamos acertos. Faço parte dos 5% que ainda não se embriagaram na popularidade recorde de nosso governante, não vendi minha alma em nome de resultados obtidos, ainda mais que tenho plena consciência que não se inventou a roda há 8 anos.

Ps. Não votei em 2002, 2006 e nem votarei no atual candidato do PSDB. Esta reflexão, como tantas, é suprapartidária. Não penso em partidos, penso no País. Políticas públicas deveriam ser de Estado, não de governos!

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=5336

http://www.24horasnews.com.br/evc/index.php?mat=3352