quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sobre correntes e spams

Diariamente somos bombardeados por e-mails de crianças desaparecidas, correntes que prometem realização de desejos “impossíveis” se repassadas. Temos ainda as correntes de cunho religioso, que na mesma linha de raciocínio, pede o encaminhamento e a “difusão” da palavra do senhor.

Existem pessoas que não ligam muito para os spams, outros os apagam sem nem abri-los. O problema é que tem muita “pegadinha”, às vezes abrimos pensando ser outra coisa, e quando verificamos mais afundo, é milionésima vez que olhamos para o rosto de uma criança, que há uns 10 anos está desaparecida, ou pior, fotos de mau gosto com bebês doentes, que pregam o repasse da corrente alegando que a família receberá U$ 0,05 por cada reenvio. Isto é uma mentira deslavada! Basta ter mais que dois neurônios para entender isto. Lembram o e-mail da Nokia? Pois é, e tem muita gente que se diz inteligente que repassou.

O intuito da maior parte das pessoas, quando reencaminham as mensagens, é nobre. Mas da mesma forma que se perde tempo reenviando uma corrente, podemos perder mais alguns segundos e dar um “googlada” com o nome da criança e o termo “crianças desaparecidas”, acredito que muita gente se surpreenderia com o resultado.

Agora, acreditar que encaminhar e-mail para cinco, dez ou vinte amigos, que um desejo será consumado, é assinar o atestado de burrice!

Acredito que a parte mais espinhosa de toda essa história é a religiosa. Eu, por exemplo, sou agnóstico, e não fico tentando desacreditar os crentes. Particularmente, quando vejo qualquer alusão ao termo Jesus e Deus, apago. Como já disse, o intuito pode ser nobre, mas os textos são toscos por si só. Já se iniciam apelando para o emocional: “você tem tempo . . .”. Temos que entender que – apesar da maioria cristã – muitos não professam da mesma fé.

Posso dizer que sempre gosto de receber textos e matérias, normalmente são encaminhadas por pessoas que já entendem meu gosto pessoal. Também encaminho meus próprios ensaios aos amigos que tenho cadastrados, é interessante receber os comentários no feedback. Normalmente o intuito é promover um debate ou reflexão. Mas são esporádicos e de produção própria, e tenho selecionado melhor a quem enviar. Por exemplo - já visando acabar com o spam - deixei de repassar muitos dos artigos, por entender que não era o caso. Posto apenas no blog, e em alguns casos, envio para publicações nas quais colaboro.

Minha produção escrita também anda pífia, não sei se é falta de inspiração ou se estou emburrecendo, pode ser a soma dos dois. Fui convidado para colaborar com um site de nível nacional, vinculado a um Instituto de um ex-presidente. Vamos ver se consigo estar à altura.

Mas é isso, dentro do contexto da mediocridade reinante, podemos fazer nossa parte e evitarmos a “proliferação das pestes”. Desde já informo que não mais enviarei e-mails com minhas divagações, este pretende ser o último. Postarei apenas no blog e divulgarei nas redes sociais, quem tiver interesse, clica e lê, se for o caso, comenta também.