sábado, 23 de julho de 2011

Nós, os intolerantes



Estive dando uma lida nos diversos sites de revistas, jornais e blogs. Inclui em meu roteiro até mesmo a dita imprensa governista, ou chapa branca, se assim preferirem. Verifico em todos os locais artigos e matérias bradando contra a corrupção, cada qual dando seu contorno e ótica. Esse lamaçal nos afasta da política!

Há alguns dias observei uma discussão em um fórum da internet, nela alguns atacavam ardorosamente os governos petistas, e em sua defesa havia uma militante – quase histérica – a defender com unhas, dentes e todos os clichês possíveis, mesmo os mais toscos e já enterrados pela avalanche dos fatos. Penso comigo: quem é probo e tem isso bem definido em sua personalidade, em hipótese alguma deve aceitar ou minimizar ilicitude, independente do autor, credo, filiação, etc. Mas a militância sempre ignora fatos e se utiliza de uma moral seletiva, torpe e rasteira – seja ela da situação ou da oposição.

Não defendo este ou aquele governo, pelo contrário! Já fui chamado de capitalista, anarquista, fascista, direitista e até mesmo, petista. Sempre dependendo da posição ideológica do oponente.

Eu não sou da torcida adversária, assim como diversas pessoas que me cercam e coadunam os mesmos valores morais e éticos. Apenas nunca aceitei a lógica de que os fins justificam os meios. Não podemos tolerar desvios – de qualquer natureza – de pessoas imbuídas de autoridade e responsabilidade públicas. Até mesmo uma recusa ao exame do bafômetro. Qualquer tipo de impropriedade cometida deveria ser agravante devido ao cargo ocupado, não o contrário!

Li há pouco uma frase - atribuída à nossa presidente - com o seguinte teor: “pelo fato que é do PT não significa que esteja certo. Pelo fato de ser da oposição não significa que esteja errado”. A governante tem razão, e se continuar sua “faxina”, tem meu apoio. – atitude que seu antecessor nunca tomou, frise-se. Órgão público deveria ser ocupado por gente idônea e competente, não por apaniguados políticos, estúpidos e corruptos!

Há uma corrente que cresce a cada dia, completamente intolerante com a política. Não temos mais norte moral, ele sucumbiu aos anos do lulopetismo. Os poucos seres honestos e decentes que possuímos, começam a não enxergar mais luz no fim do túnel.

Nós, intolerantes com a corrupção, estamos órfãos de representantes nas casas legislativas de nosso país. O momento é grave, é de falência completa de valores cívicos e morais. Praticamente todas as esferas de nosso Leviatã estão podres. Já estou sendo repetitivo neste discurso, mas é o único que me resta.

Ao deixarmos de tolerar a corrupção, criamos um Estado dentro do próprio Estado. Afinal, se o ente maior não nos supre em nossas necessidades, tentamos nos imunizar ao seu contágio maléfico e tendemos a ignorá-lo por completo. Só resta saber quem perde mais nesta equação. Ainda é cedo para dizer, mas ninguém pode nos culpar por não tentar . . .

terça-feira, 12 de julho de 2011

É Apenas Rock'n Roll


Algumas coisas definem nossa personalidade, alguns hábitos demonstram nosso estilo de vida, caráter e intelecto. Roqueiros, via de regra, são polêmicos, autênticos e – nem todos –com uma boa cultura, arrisco dizer que acima da média nacional.

Muitos dizem que o rock é eterno, de certa forma, penso eu, a boa música é eterna. Mas convenhamos, dos clássicos que permanecem nas últimas décadas, o grosso é oriundo do meio das guitarras nervosas, graves bumbos e vocais agudos/graves. De um conjunto harmonioso chamado Banda.

Numa data de comemoração, temos que agradecer a quantidade de atrações de peso que visitarão o Brasil. Do Black Label Society em agosto, Eric Clapton em outubro, Pearl Jam em novembro e até mesmo o lendário Roger Walters em 2012.

Morando no RS, tive a oportunidade de me deparar com velhas bandas, que há anos, talvez décadas, nem ouvia falar. Vi os Raimundos, que confesso, surpreendeu-me! Na semana passada tocou aqui próximo o Nenhum de Nós. Quase todos os sucessos dos anos 80 voltaram à tona nos últimos tempos.

Em contrapartida, nunca estivemos em uma fase tão ruim para novos talentos, ao menos os que surgem a nível nacional/mundial. A escassez é gritante! Deixo claro, temos excelentes músicos, mas não chegam a ganhar destaque, por isso falo do que tem vulto.

Ah, antes que me esqueça, o sagrado nome do rock anda sendo jogado – literalmente - na latrina quando classificam excrescências como umas bandas emos no mesmo estilo musical.

Do mago das guitarras, como Jimi Hendrix; do vocal inigualável de Janis Joplin; dos hilariantes australianos do AC DC; do dançante Led Zeppelin; do simpático “príncipe das trevas” Ozzy Osbourne; dos técnicos e sincronizados do Rush; da rebeldia dos Rolling Stones; da pancadaria do Metallica; da velocidade do Slayer; da atitude do Sepultura, pouco ou nada mudou ou restou. O cenário atual carece de inovação.

Enquanto ainda temos vivos os ídolos de duas, três ou quatro décadas, ainda não estamos órfãos, mas o que será da geração futura?

Precisaremos de uma Suicide Solution para encontrarmos The Spirit Of Radio?

Continuaremos gritando I Wanna Be Sedated?

Espero que não! Que nossos jovens talentos desaflorem, afinal It's A Long Way To The Top (If You Wanna Rock 'n' Roll).