quinta-feira, 12 de abril de 2012

O ateu que existe em mim, saúda o religioso que habita em você


Sou agnóstico - praticamente um ateu –, como não acredito que exista a descrença absoluta, penso que toda pessoa crê em algo, mesmo que seja a razão. Recentemente tenho visto nas redes sociais uma militância ateísta tão arraigada quanto aos fundamentalistas religiosos. Nada contra que todos possam expressar seus sentimentos, mesmo porque é algo que defendo abertamente, mas há algo de podre nesse reino.

A visão que sempre tive dos descrentes, sempre foi de pessoas cultas, relativamente evoluídas espiritual e intelectualmente. Oras, ateus – normalmente – abandonam as religiões por terem lido, estudado e chegado à conclusão de que não há racionalidade na crença ao inanimado, ao divino, contraditório e intangível. Isso só se chega com muita erudição, senso crítico e contestação. Notem, estou falando dos verdadeiros ateus, não de estúpidos que vomitam algo sem ter o menor conhecimento de causa.

Sempre me irritei muito com qualquer tipo de fanatismo, nossa história está repleta de péssimos exemplos do que a intolerância e falta de respeito com quem pensa diferente nos causou. Recordo-me perfeitamente de quando teve uma explosão de conversões evangélicas nos anos 90. Do tão chato que muitos amigos se tornaram, de tantas asneiras que tivemos de ouvir, quantas pregações bíblicas de pessoas que nunca souberam interpretar corretamente ou lido o livro sagrado cristão.

Num passado não muito distante a igreja católica cometeu diversas atrocidades, tudo supostamente em nome de um “bem maior”. Oliver Cromwell fez com que católicos provassem da mesma intolerância que praticavam, promovendo o que muitos historiadores consideram genocídio. Até hoje vemos pregações de falsos profetas do islã cometendo assassinatos e massacres de pessoas inocentes. O comunismo (outra forma de religião: a ideológica), supostamente ateu, matou mais que qualquer guerra em menos de 100 anos.

Agora tenho visto pregadores ateus, que no auge de sua “racionalidade” querem impor goela abaixo aos crentes sua visão una.

Eu, e muitos de outros descrentes que li/leio, não queremos impor nossa visão. Nunca quis nem mesmo irei tentar tornar alguém ateu. Como expus acima, isso é algo individual, que se conquista. E no meu entendimento pessoal, é somente mais uma consequência do triunfo da liberdade espiritual/moral.

Para que servem as pregações? Para doutrinar e definir que algo é “mais correto”. Que os outros seres e credos são menos importantes que uma minoria “visionária”. Podem tentar argumentar o contrário, na prática é o que ocorre.

Portanto, meus caros neoateus de ocasião, se realmente chegaram ao entendimento que a razão é superior à superstição, e se chegaram a isso através da inteligência, creio que nos está faltando maior abertura na visão. O primordial para um mundo racional é a tolerância com quem pense diferente. Utilizei-me de uma variação do popular namastê para o título deste texto, para expressar justamente o que penso nos estar faltando, e em muitos sentidos: respeito!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Estranha noção de liberdade


Não estou aqui para condenar ou defender o golpe militar de 1964. Apenas quero jogar uma luz ao debate dentro da ótica de seus maiores defensores/críticos.

Estou vendo manifestações de ambas as partes, tanto de radicais de lá como de cá – seja lá o que isso signifique. Faz parte do jogo democrático as pessoas se expressarem, a liberdade de expressão é um dos pilares de uma sociedade aberta e plural.

Mas é correto que as manifestações fujam da legalidade? No meu entendimento, não! Pichar muros, agredir idosos ou querer proibir que se manifestem, são apenas uns dos atos praticados nos últimos meses.

Às vezes me pego pensando o que se passa na cabeça dessas pessoas que – teoricamente – defendem a democracia e as liberdades, acima de tudo. Será que têm noção exata do significado disso?

Outro dia fui acusado de defender torturadores, simplesmente por dizer que os militares da reserva podem se manifestar – o que é previsto em legislação, frise-se! Vemos diariamente uma manada de biltres proferindo diatribes, muitas vezes de forma criminosa, e nada é feito. Eu defendo que até os idiotas tenham o direito a se expressar, se burlarem as leis, que sejam enquadrados e ponto final.

Sempre tive para mim que os atuais governantes, ex-guerrilheiros, nunca lutaram pela liberdade. Isso é histórico e fartamente documentado, por mais que insistam em negar. Assim como a cúpula militar da época, também era extremamente autoritária. O que também dispensa apresentações. Mas o que não dá é para relativizar, com é que vou condenar um regime autoritário, defendendo outro igual ou pior? Exaltando regimes onde as pessoas são assassinadas pelo simples fato de pensar em dissonância com o governo?

Nós, reais defensores das liberdades individuais, devemos cerrar fileiras em defesa das mesmas, não se aplaude qualquer ato de cerceamento. Devemos estar atentos para qualquer tipo de autoritarismo. Penso que os arquivos da ditadura, se é que ainda existem, devam ser escancarados. Se for comprovada tortura por parte de agentes do Estado, que sejam também punidos, ainda que tenha decisão já a respeito do assunto. Mas também penso que os opositores do regime devam ser enquadrados se crimes cometeram.

Primeiro, em momento algum de nossa história a tortura foi algo legal, quem o cometeu, o fez à revelia das Leis. Há um dito militar muito bom: “ordens absurdas não se cumprem!”, assim como assassinar inocentes, roubar bancos, e botar bombas em lugares públicos, também sempre foi considerado ilícito.

Tenho muito receio dos que “querem salvar o mundo”, em nome dos supostos milagres, criam utopias que na prática se tornam totalitárias. Isto dito, é sempre bom bradar, ditadura nunca mais, seja ela de direita ou de esquerda! Abaixo ao relativismo moral, aos idiotas úteis que defendem somente o que lhes convêm. Que muitas das vezes abraçam uma causa sem conhecer a própria história, sem se informar e adquirir bagagem intelectual sobre o que propõem defender.

"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir." - George Orwell

domingo, 25 de março de 2012

Não somos iguais!

É muito comum vermos pessoas chamando o PSDB de direita brasileira. Eu, insistentemente, não canso de dizer que não é! Politicamente falando, não temos nenhuma agremiação que defenda abertamente o que hoje chamam de direita. Mesmo porque essas definições se confundem com tempo e local.

Temos sim, uma situação e uma mau e porca oposição, que patina sem propostas e sem se mostrar a que veio. Nos últimos dias o que já parecia fraco ficou pífio de vez. Um dos maiores oposicionistas do atual Governo, Senador Demóstenes Torres, está atolado em denúncias e gravações nebulosas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, José Serra, enlameou todo o discurso dos emplumados quando proferiu a asneira "Primeiro, eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore. Eu assinei um papelzinho. Não era nada...", referindo-se ao abandono da Prefeitura para disputar a eleição ao Governo do Estado de SP em outra ocasião, mesmo tendo assumido o compromisso em sabatina em jornal de circulação nacional. Não dá para defender ou argumentar na defesa de uma estultice monumental como essa, não quem tenha vergonha na cara e honra suas palavras. Era muito melhor ter assumido e justificado. Relativistas morais contumazes já tentaram dar outra roupagem, mas é fato que quem critica/criticou o “eu não sabia” de Lula – e outras cretinices de Luiz Inácio -, jamais pode se dar ao luxo de um deslize desse quilate.

Já fui chamado de petista na época do governo FHC, já cometi o erro de ter votado – uma única vez – em um candidato petista. Já fui taxado de anarquista, de reacionário, tucano – por criticar o lulopetismo -, entre outras alcunhas. O fato é que sou apartidário, eu e muitos da suposta direita brasileira.

Se: defender valores morais, a propriedade privada, os direitos individuais, a economia de mercado e acima de tudo, o combate à corrupção constante, é ser de direita, o sou com orgulho.

Pouco importa a denominação que nos dão, a verdade é que muitos dos seres politizados deste país não pertencem a nenhuma agremiação política, justamente por enxergarem que nenhuma delas nos representa. O fato de trabalharmos e defendermos o trabalho como mola mestre da sociedade não nos torna elitista, e sim, que enxergamos a meritocracia como forma mais justa na distribuição social.

Em suma, façam-nos um favor, não nos confundam com militontos medíocres e limitados. Seres ruminantes que defendem corruptos e bandidos em nome de uma sigla. Defendemos sim, a punição a todos os corruptos deste país e do planeta, independente de onde quer que venham. José Direceu, Delúbio Soares, Demóstenes Torres, Lula, José Serra, entre tantos, são farinha do mesmo saco quando se portam de forma indigna e incompatível com os cargos que almejam/ocupam!

Respeitem-nos, não somos de sua laia!