sábado, 21 de fevereiro de 2015

Uma reflexão libertária


Algumas vezes, pessoas vêm me perguntar sobre a definição de libertário, ou ainda observo que sempre atribuem esse termo meramente a questões políticas e econômicas. Enfim, é um conceito que para muitos pode ser simplório, mas é complexo e diz mais respeito a questão de foro íntimo do que meras formalidades ou achismos.

Creio que um libertário preza primeiramente pelas liberdades individuais, tanto a sua como a de outrem. É aquele contrassenso do respeito e direito de cada um, um termina onde começa o do próximo. Em segundo, um libertário jamais pode possuir dogmas e paradigmas que não possam ser revistos, aprimorados e até mesmo mudados.

É possível atingir sua paz interior sem nenhum dogma, sem nenhum amparo espiritual/religioso? Sim, e alguém que ama a liberdade de forma suprema entende perfeitamente disso – liberdade talvez seja o único valor absoluto - contrassenso de novo, ainda que suas definições sejam relativas em certas partes para cada um. Buscamos nossas necessidades dentro de nossa mente, conseguimos nos suprir e entender nossas qualidades e defeitos e sobre isso refletimos e encontramos as devidas soluções.

Há outra atitude que é primordial: o respeito com quem pensa diferente. Impor sua opinião - a quem quer que seja -, não vale a pena e não é comum em pessoas livres. Pode-se discutir, divergir e argumentar, mas o mundo civilizado e que desejamos, sempre vai ser oriundo do equilíbrio. Devemos fugir de extremos, mas ainda assim, eles também devem existir para fazer o peso e o contrapeso da balança. Para ilustrar: nunca consegui ter um grande amigo de quem não discordasse ao menos um pouco, muito menos que não tenha discutido ferrenhamente sobre um determinado assunto, nem por isso a fraternidade diminui, talvez até aumente pela situação.

Estamos falando aqui de questões filosóficas e de natureza íntima, são teses que nem sempre podem ser aplicadas em todos os locais, mas quem atinge certa maturidade consegue entender e se adaptar. Por exemplo, liberdade individual não se aplica dentro de organizações hierarquizadas, por questões obvias de disciplina e de funcionamento. Talvez ainda chegaremos lá, mas ainda precisamos evoluir muito para isso.

Dentro da ótica econômica e política da coisa, existem muitos que leem este ou aquele pensador e já se autodenominam seguidor. Não funciona assim! Pode-se ler quem quer que seja, e continuar sendo enganado ou com a visão completamente deturpada! Liberdade e ideologia cega são excludentes.


“A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as consequências das próprias decisões” – James Mullen