Venho
notando recentemente certo comportamento nas pessoas, sempre criticando a
postura das autoridades quando aumentam a fiscalização ou cumprem seu dever
legal. O fato é que uma crítica embasada e construtiva é primordial para o
aprimoramento das instituições, mas vejo que nem sempre elas seguem essa ótica.
Há
um claro aumento na fiscalização do trânsito em diversas cidades do país, em
vários estados é comum vermos notícias a esse respeito, assim como aumento das críticas,
que chegam a ser infantis sobre variados temas.
Primeiro,
dentro daquilo que está previsto na Lei, no Código de Trânsito Brasileiro e
resoluções do Contran: não existe indústria das multas! Oras meus caros, todos
sabemos que temos que pagar o IPVA/Seguro Obrigatório, que temos que obedecer
limites de velocidade, que não se pode ultrapassar sinal vermelho e temos que
manter nossos veículos em condições de uso e não desacatar autoridades.
Sinto
lhes dizer, mas se você está criticando uma fiscalização que vai coibir maus
motoristas, inadimplentes e veículos que deveriam estar no ferro velho, você
está contribuindo para a corrupção e descaso que tanto abomina!
Particularmente,
não gosto do governo. Não vejo com bons olhos um Estado me monitorando; acredito que pagamos
impostos demais com retorno de menos. É fato que os recursos públicos são muito
mal aplicados, que são desviados em larga escala, mas isso não é justificativa
para desrespeitar as Leis. A meu ver o Estado deveria se ater a setores
essenciais e agir somente em situações de extrema necessidade, mas ele continua
sendo um “mal necessário”.
Qual
é o único valor absoluto independente de credo ou ideologia? No meu
entendimento são as Leis, elas devem existir para a manutenção de um Estado de
Direito, mesmo que seja mínimo! É uma espécie de imperativo categórico formal. Se
não concordamos com elas, temos mecanismos para contestá-las com base em
processos legais, qualquer coisa fora disso é passível de sanção.
Vejo
pessoas criticando a ação das polícias, dos agentes investidos de autoridade
para averiguar determinados setores, imputando muitas vezes culpa a quem nada
tem a ver com a causa do problema. Oras senhores, todos temos plena consciência
de nossos deveres, se estamos em dívida com algum encargo, temos que batalhar
para quitá-la e não depreciar um trabalho que está sendo feito. Por mais que a
intenção de um órgão público seja meramente monetária, se estivermos em dia com
nossas obrigações, não seremos afetados. Não estamos falando de situações pontuais
de desvio de servidores, frise-se!
Curiosamente,
eu que não gosto de um Estado inchado e bisbilhoteiro, não tenho problema algum
com autoridades, blitz, multas e outros recursos estatais que visam coibir atos
considerados infracionais. O fato de ser um libertário não me dá o direito de
infringir as Leis, ponto! Da mesma forma, muitos progressistas criticam ações policiais
por cumprirem o seu dever de manutenção da lei e da ordem, não enxergam que se
estão sendo cerceados de alguma forma, é porque estão cometendo um ilícito.
Por
pior que as nossas instituições sejam – na maioria das vezes por causa de maus funcionários
-, elas devem ser preservadas. Bem ou mal, são elas que ainda não deixaram
cairmos num caos absoluto, haja vista a completa incapacidade e inépcia de
nossos representantes e gestores públicos.
Você
pode ter sua utopia, visão política, seus conceitos morais, mas o preceito de
alguém que se autodeclara idôneo, é cumprir com seus deveres para poder cobrar
direitos. Caso contrário você não passa de mais um hipócrita, de um grande relativista
moral!
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