As recentes revoltas em todo o nosso país, além do
chacoalho geral que já provocou, serviu também para mostrar o quão intolerante,
relativista e hipócrita pode ser o ser humano. Teoricamente, todos que são nossos amigos nas redes
sociais, também o são na vida real, ou nos adicionaram por já ter lido nossas
discussões, conhecer e coadunar com nossas ideias.
O fato de uma pessoa ser de esquerda ou direita - seja lá
o entendimento de cada um nessas definições –, não vai fazer com que deixemos
de ser amigos, de termos relações cordiais e nem vai nos colocar em uma batalha
campal cheia de agressões.
Enquanto todos falam em democracia, uma parte parece
desconhecer o real significado da palavra. O que mais observei foi gente excluindo
o perfil de fulano ou beltrano, pelo simples fato de não concordar com a visão
do cidadão. Ressalte-se que essa atitude não teve uma vertente ideológica
específica, presenciei isso tanto com esquerdistas (?) como com direitistas
(?). Penso que se estivessem frete a frente, chegariam a entrar em luta corporal.
O perfil de uma pessoa no ambiente virtual é público até
certo ponto, podemos restringir o acesso a informações e ignorar pedidos de
amizades. Se eu não gosto de uma pessoa e ela não faz parte do meu círculo de
amizade, posso bloqueá-la e ficar livre de suas posições.
Posso afirmar, sem medo de errar, que dentre meus amigos virtuais
– conheço quase todos pessoalmente –, eu tenho opinião completamente diferente da
maioria sobre as manifestações, e estou num lado ideológico oposto. E, por mais
que isso nos coloque como adversários de ideias, jamais diminuirá nosso apreço,
jamais influenciará em nossas amizades.
O exercício da tolerância vem de berço, radicais não
conseguem enxergar que – na maioria das vezes – eles mesmos são tudo o que
criticam e condenam.
Há uma frase famosa, erroneamente atribuída ao filósofo
Voltaire, que não me canso de repetir:
“Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte o
direito de dizê-lo” – Evely Hall, na obra Os
amigos de Voltaire.
Civilidade e respeito às Leis não é somente propagar seus
conceitos, é dar o exemplo todos os dias, cumprindo e defendendo as normas de
um Estado, Democrático e de Direito. Ao menos ele ainda o é, e espero que
continue . . .
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