Algumas
vezes, pessoas vêm me perguntar sobre a definição de libertário, ou ainda
observo que sempre atribuem esse termo meramente a questões políticas e econômicas.
Enfim, é um conceito que para muitos pode ser simplório, mas é complexo e diz
mais respeito a questão de foro íntimo do que meras formalidades ou achismos.
Creio
que um libertário preza primeiramente pelas liberdades individuais, tanto a sua
como a de outrem. É aquele contrassenso do respeito e direito de cada um, um
termina onde começa o do próximo. Em segundo, um libertário jamais pode possuir
dogmas e paradigmas que não possam ser revistos, aprimorados e até mesmo
mudados.
É
possível atingir sua paz interior sem nenhum dogma, sem nenhum amparo espiritual/religioso?
Sim, e alguém que ama a liberdade de forma suprema entende perfeitamente disso
– liberdade talvez seja o único valor absoluto - contrassenso de novo, ainda
que suas definições sejam relativas em certas partes para cada um. Buscamos
nossas necessidades dentro de nossa mente, conseguimos nos suprir e entender
nossas qualidades e defeitos e sobre isso refletimos e encontramos as devidas
soluções.
Há
outra atitude que é primordial: o respeito com quem pensa diferente. Impor sua
opinião - a quem quer que seja -, não vale a pena e não é comum em pessoas
livres. Pode-se discutir, divergir e argumentar, mas o mundo civilizado e que
desejamos, sempre vai ser oriundo do equilíbrio. Devemos fugir de extremos, mas
ainda assim, eles também devem existir para fazer o peso e o contrapeso da
balança. Para ilustrar: nunca consegui ter um grande amigo de quem não
discordasse ao menos um pouco, muito menos que não tenha discutido
ferrenhamente sobre um determinado assunto, nem por isso a fraternidade
diminui, talvez até aumente pela situação.
Estamos
falando aqui de questões filosóficas e de natureza íntima, são teses que nem
sempre podem ser aplicadas em todos os locais, mas quem atinge certa maturidade
consegue entender e se adaptar. Por exemplo, liberdade individual não se aplica
dentro de organizações hierarquizadas, por questões obvias de disciplina e de
funcionamento. Talvez ainda chegaremos lá, mas ainda precisamos evoluir muito
para isso.
Dentro
da ótica econômica e política da coisa, existem muitos que leem este ou aquele
pensador e já se autodenominam seguidor. Não funciona assim! Pode-se ler quem
quer que seja, e continuar sendo enganado ou com a visão completamente
deturpada! Liberdade e ideologia cega são excludentes.
“A
liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as
consequências das próprias decisões” – James Mullen
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