Há uma falácia muito difundida
entre nossos teóricos esquerdistas – frise-se: teóricos! – de que quem pegou em
armas contra a ditadura militar, “lutava pela democracia”. Estranha noção de
democracia dessa classe que se diz pensante, entre eles inúmeros professores
muito titulados . . . Isso é e sempre foi uma mentira retumbante!
Em recente pronunciamento
nacional, a nossa presidente mentiu mais uma vez ao dizer que ela lutou para
que nós, cidadãos comuns, pudéssemos protestar. Desde quando alguém que lutava
para implantar um socialismo marxista-leninista luta por liberdade? Desde
quanto uma ditadura do proletariado é diferente de ditadura? Segue trecho do
depoimento de Dilma à justiça militar em 21 de outubro de 1970:
"Que se
declara marxista-leninista e, por isto mesmo, em função de uma análise da
realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios
regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população,
ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através
da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de
libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada
optou pelo caminho socialista".
Posteriormente
a deputada do PCdoB, Jandira Feghali, endossou essa mentira da “luta pela
liberdade” no plenário do congresso, em 17 de março de 2015: “. . . todos nós,
que perdemos vidas em nossos partidos, particularmente comunistas, para dar a
eles a liberdade de se expressar e opinar na rua”. Adoraria conhecer um único
país comunista que respeita liberdade de expressão!
Para
contrapor a mentira propagada, cito o historiador, esquerdista histórico e
ex-membro do MR8, Daniel Aarão Reis: “As esquerdas radicais não queriam
restaurar a democracia, considerada um conceito burguês, mas instaurar o
socialismo por meio de uma ditadura revolucionária”.
Reforço com o
ex-guerrilheiro, Fernando Gabeira: “havia muita gente lutando pela democracia
no Brasil, mas não especificamente os grupos armados, que tinham como programa
esse processo de chegar numa ditadura do proletariado”.
Poderia ainda
citar outro esquerdista histórico, Jacob Gorender, que estudou exaustivamente o
período e chegou à conclusão que nossos “democratas” mandavam militantes
treinar guerrilha fora do país antes mesmo de 1964. Hobby estranho esse, não?
Tenho entre
meus amigos pessoais, um senhor comunista e que possui uma das maiores
bibliotecas sobre o período militar que já vi. Ele afirma também que o maior
erro das esquerdas foi a luta armada.
Vejam bem,
não vim aqui defender ditadura alguma! Já citei anteriormente que sou contra o
impeachment da presidente Dilma, por ser legalista e ter lido a Lei sobre o processo.
Mas o que não dá mais para tolerar, é que pessoas públicas, investidas de
autoridade e que deveriam prezar pelo decoro que lhes foi conferido,
continuarem mentindo e distorcendo fatos históricos.
Pelo que ando
lendo e analisando, há mais historiadores precisando estudar história do que
nós - meros curiosos -, que insistem em ter senso crítico e remar contra a
corrente, buscando fontes alternativas e nos aprofundando em assuntos que nos
causam interesse.
Keep on rockin' in the free world
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