
Nunca acreditei que o homem fosse puro por natureza, como previa Rousseau; filo-me mais ao prescrito por Thomas Hobbes: “homo homini lupus". Ainda que na prática sofremos influência do meio, temos também uma carga genética a ser considerada e o empirismo do dia a dia.
Qual o valor da sua consciência: oito, dez, cem mil, um milhão de reais? Se você relutou e cogitou um valor, você faz parte de uma considerável parcela da população que não possui princípios de ética e honestidade bem formados. Basta dizer que é mais um hipócrita que critica políticos e corruptos, mas na menor oportunidade cerraria fileiras com usurpadores e improbos.
Em nome de uma amizade, você cometeria algo que considera imoral, ilegal? Cerro fila com os ensinamentos de meu pai, que se o filho cometesse um crime, ele mesmo o entregaria às autoridades – guardadas as devidas proporções do ato.
Quantas pessoas deitam, colocam suas cabeças no travesseiro e têm a certeza do dever cumprido, não perdem o sono com preocupações devido a maracutaias? A cada dia que passa, penso que esse número se reduz. Se existe um ser perveso que comete atrocidades e ainda assim não sente arrependimentos, com certeza já não se trata de um ente nas condições normais de suas faculdades mentais.
Muitos de nós temos preconceitos, dos mais diversos - em sua maioria são coisas pequenas e irrelevantes. Há ainda os que passam uma imagem perfeita, de conduta ilibada; mas atrás de uma fachada, sempre há o local para o lixo.
Pautar seus atos e atitudes pelo respeito ao próximo, honrar sua família, seus amigos, cumprir as Leis e não cometer irregularidades, seriam um bom exemplo de valores morais bem definidos, defendidos e aplicados. É triste a constatação que mesmo entre nosso meio mais próximo, isso ande tão em baixa. Castelos desmoronam a cada dia, sutentam-se apenas por imagens falsas e distorcidas do verdadeiro ego.
Todos temos nossas qualidades e defeitos; porém, ter a certeza da própria honestidade, não se arrepender das próprias atitudes, saber que cumpriu sua tarefa de forma satisfatória, deveria ser a regra e não a exceção. Andar de cabeça erguida, ter orgulho da própria probidade - nos dias atuais - é algo raro e para poucos, muito poucos.
Maquiavel é que estava certo, como sempre seus ensinamentos se comprovam na realidade dos fatos. Cabe a nós sabermos discernir, estar preparados e prontos para levantar após o próximo tombo. Lembrem-se, ainda nos resta nossa hombridade, nossa moral!