sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cultura do atraso


Afonso Vieira

O que move as nações, organizações e indivíduos, que nos possibilita galgar um patamar mais elevado na pirâmide social? O que é a aspiração de todas as pessoas que se pretendem progredir na vida? A resposta é algo um tanto óbvio, estamos falando do Capital, que é gerado através dos lucros ou resultados positivos. Mesmo que boa parcela da população não seja tão ambiciosa, é inegável que todos – incluam-se governos, empresas e pessoas - buscam uma melhora na própria situação.

Ainda assim, lemos e ouvimos diariamente uma infinidade de textos e opiniões de pseudo intelectuais criticando e até mesmo condenando esse ser “malvado”. Parece ser crime ser bem sucedido hoje em dia, dizer que quer maximizar resultados, auferindo lucros ainda maiores, é praticamente uma heresia! Mesmo que isso seja a regra geral dentro das instituições.

É curioso que esses mesmos críticos, são os primeiros a se esbaldar com tudo que o dinheiro lhes permite quando conseguem um pouco de poder. São os mais corruptíveis; literalmente se lambuzam!

A miopia é tamanha, que não conseguem enxergar que o progresso, pasmem, gera progresso! Os melhores salários, que possibilitam a tão almejada qualidade de vida, são pagos pelos “malfeitores” latifundiários, banqueiros, multinacionais, etc. Se esquecem que é justamente o investimento dessa classe que tira/tirou milhares de pessoas da miséria absoluta – vide o casa da China.

Em nome de uma suposta justiça social, de corrigir (sic) injustiças históricas, pretendem cometer os mesmos erros do passado, punindo a quarta ou quinta geração de pessoas cujo único delito foi ter nascido em berço de ouro, ou ter herdado um patrimônio.

Fazendo uma análise da carreira de muitos dos retrógrados de plantão, verificamos que, normalmente, não foram muito bem sucedidos no mercado de trabalho. Muitos são meros pelegos, que no frigir dos ovos arrumaram um cargo público cabidão. Não veem que a culpa pelos seus fracassos, está, na maior parte das vezes, neles mesmos.

Às vezes me sinto envergonhado por fazer parte de uma classe, que deveria ser modelo - a dos professores- e enxergar que grande parcela não gosta muito do batente, nem preparam o conteúdo das próprias disciplinas, no menor vacilo, optam por uma escora política qualquer.

O culto ao atraso é tamanho, que até os ídolos desses beócios, são o que há de mais deprimente em nossa história. Dentro desse “mundo melhor possível”, insistem em suas verdades relativas, ou meias verdades. Cultuam a inveja, maldizendo tudo o que deveria ser passível de elogios.

Deveríamos cultuar o trabalho, a correta aplicação dos recursos humanos e materiais, buscando resultados efetivos e concretos. Exemplos de bom senso e probidade deveriam ser nosso norte. Se a organização na qual prestamos serviço progride, consequentemente seguiremos o mesmo rumo. Ao menos esta é a tendência atual e natural das coisas. Erros ainda ocorrem, mas a seleção natural tem conseguido corrigir a maior parte dos gargalos.

Pena que, em nome das “boas intenções”, escondem-se as mais nefastas, retrógradas e autoritárias intenções.

"O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade." – Voltaire

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=5079

http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=275704

http://www.douradosnews.com.br/leitura.php?id=3417

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Insuportável personalidade


Afonso Vieira

Dentro do exercício diário de convivência, muito aprendemos no respeito ao círculo social que nos cerca. Aprendemos a ser tolerantes, a aceitar divergências e, muitas das vezes, a ter sabedoria para evitar maiores transtornos. Mas como humanos que somos, uma hora precisamos desabafar, explodir!

É carnaval, o “maior espetáculo da terra”, como reza a propaganda. Esta semana fui bombardeado diariamente pelas versões que inundam o Brasil de norte ao sul. No rito matinal de me preparar para o trabalho, assisto jornal no intuito de colher informações. Foi duro ver um suposto desafio de ritmos entre nossos conterrâneos mais famosos, que vão do frevo, passando pelo axé e entre outros, indo até o samba. O estopim foi ver o Neguinho da Beija Flor, com um refrão torpe e irritante, será que já não bastava o tal do Rebolation? Sim, estou sendo chato e intolerante! Ao menos reconheço minha antipatia.

Em nossa autocrítica sempre buscamos ver nossos defeitos e corrigi-los, mas com o tempo acabamos por se tornar intragáveis, às vezes arrogantes ou mesmo, indiferentes. Quanto mais lemos e buscamos evoluir espiritualmente, passamos a nos tornar mais reservados, é algo curioso, dizia Schopenhauer: E também nos tornaremos cada vez mais indiferentes quando alcançarmos um conhecimento suficiente da superficialidade e da futilidade dos pensamentos, da limitação dos conceitos, da pequenez dos sentimentos, da absurdez das opiniões e do número de erros na maioria das cabeças.

Têm dias que nem deveríamos sair de casa, a rabugice toma conta do ser. Chegamos a emitir opiniões fortes e, até mesmo, ofensivas aos demais, o melhor caminho é se evadir dos locais que nos atormentam. Nem a cerveja consegue “descer redondo”.

Como já citei música, vou comentar sobre outro estilo. Sempre desconfiei da qualidade das músicas que fazem sucesso com os ditos intelectuais. Considerável parte dos fãs, não passa de neobobos querendo se firmar em seu meio - beócios com pouca ou nenhuma personalidade. Desculpem-me, mas o tal de samba rock é algo sem harmonia musical, e os “cantores” que ouvi, desafinados ao extremo. Eis a nova modinha dos “pseudos”.

Lembrei-me agora do personagem Saraiva, o comediante sem a menor tolerância. Existem situações que adoraríamos ver comentários como os dele na vida real, tamanha a imbecilidade que nos é posta.

Para sorte, nossa e dos demais, conseguimos ser comedidos; desabafos como este, só saem quando já estamos completamente calmos e dentro de nossas faculdades normais. Nosso “dia de fúria” está muito longe de chegar às vias de fato. Ou não . . .

http://www.douradosinforma.com.br/noticia.php?id_noticia=99681

http://www.noticiadahora.com.br/verNoticias.asp?NotID=15669