terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lemmy Kilmister, o rock perde um pouco de sua essência

Acordo meio atordoado em minhas férias, de cara abro as redes sociais e ligo o celular, de onde vem a notícia triste da morte de Lemmy Kilmister, o lendário frontman da banda Motorhead.

Pessoas que não são muito fãs de rock pesado, provavelmente não conhecem o artista e sua banda pelo nome, mas é quase certo que já viram seu rosto estampado em alguma página ou cartaz da internet, ou ainda em algum programa televisivo.

Lemmy viveu intensamente sua carreira, antes mesmo de ter sua própria banda, já podia se dizer um agraciado no meio musical, afinal, não é qualquer pessoa que pode ter a honra de ter sido roadie de Jimi Hendrix – outra lenda do cenário do rock.

O vocalista é o que posso chamar de um libertário no sentido pleno da palavra: viveu como sempre quis, não se privava de nada que tivesse vontade, sem dogmas e valores absolutos que cerceassem sua liberdade. A tríade sexo, drogas e o rock’n roll tem em sua pessoa a personificação do mito nele enraizado. A voz rouca, visual e atitude ímpar o faziam diferenciado dos demais.

Dentro do mainstream musical, nunca se dobrou a tendências e se manteve firme em suas convicções. Motorhead ainda é uma das poucas bandas autênticas do planeta! Ouvir as músicas do início de carreira e as atuais só confirma esse diagnóstico.

Algumas pessoas criticam o estilo de vida dos ícones do rock’n roll, mas será que eles seriam esses ídolos se fossem pessoas normais? Não creio que certas letras e notas musicais seriam compostas por mentes comuns, alguns escritores escreveram seus melhores livros se esbaldando no uísque, só por ai já podemos tirar uma média.

Já perdi amigos músicos que eu achava que eram geniais. Alguns precocemente, outros nem tanto, mas o baixista lendário viveu até os 70 anos! Morreu apenas 4 dias após completar as sete décadas; viveu muito para o estilo de vida que levava, faleceu vítima do câncer - essa doença maldita que teima em levar nossos entes queridos.

Nascido Ian Fraiser Kilmister, Lemmy eternizou uma postura, influenciou milhares de bandas dos anos 70, 80, 90 e atuais. É considerado por muitos um dos criadores do thrash metal. Se outrora já era considerado uma lenda, agora passa à posteridade para se tornar um deus do rock mundial.


If your head's alright, ya don't need binoculars to see thelight - (Don't Need) Religion, Motorhead

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CPMF - Carta aberta aos deputados e senadores

Prezado(a) Deputado(a)/Senador(a)

Venho por meio deste texto solicitar sua posição sobre o aumento de impostos anunciado pelo Governo Federal, gostaria de saber se Vossa Excelência é a favor ou contra a volta da CPMF?

É justo que nós, cidadãos que já pagamos impostos exorbitantes - que estão entre os mais caros do mundo e com o pior índice de retorno em serviços públicos do planeta -, ainda tenhamos que arcar com mais essa despesa, que nada mais é que reflexo da inoperância e incompetência de nossos gestores para com o Erário?

A famigerada contribuição, que se sugere “provisória”, também foi criada no governo tucano com esse mesmo título e só não se tornou permanente porque houve uma falha – mais uma – do Planalto em trabalhar pela sua aprovação. O(a) senhor(a) realmente crê que alguém ainda acredita na palavra da Presidente da República, após todos esses desmentidos que ela vergonhosamente tem protagonizado?

Em 2012 a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizou uma pesquisa, nela se estimava que R$ 50 bilhões por ano eram desviados pela corrupção; agora em 2015, o procurador geral da República, Deltan Dallagnol, disse que esse montante beira a R$ 200 bilhões anualmente. Cabe exaltar que esse valor é bem mais do que o rombo que o atual governo quer cobrir, R$ 30,5 bilhões.

O governo não fez o dever de casa, não cuidou de gastar menos do que arrecada; sua gestão – com raríssimas exceções – é conhecida pelo descaso com a Lei de Responsabilidade Fiscal. As contas do governo até agora não foram aprovadas pelo TCU. O trato da contabilidade foi feito de forma grotesca, maquiando índices e números, tanto é que as tais pedaladas fiscais tiram o sono da mandatária mor da nação até hoje.

Este que vos escreve não possui nenhum vínculo partidário, não entra no coro de radicais pedindo o impeachment da presidente antes que se tenha algo concreto contra ela. Também não me cola a pecha de mero antipetista, já que critico todos os partidos, sem exceção! Exerço simplesmente meu direito e o dever de cobrar nossos representantes pelos atos para que foram eleitos.

Teoricamente teremos um corte de gastos públicos, após anos esbanjando sem o menor controle, e acredito que será muito pouco ainda. A quantidade de ministérios e secretarias beira ao ridículo. Temos um Estado inchado, corrupto e ineficaz, a quantidade de parlamentares e cargos de confiança também precisa ser revista urgentemente, e para baixo!

Mais uma vez, peço encarecidamente que me responda este texto deixando clara sua posição sobre mais esse tributo, pretendo divulgar seu nome e sua posição em hora oportuna, em coluna de opinião por mim assinada em mídia eletrônica.

Obrigado!


Afonso Vieira

Cidadão

PS. Texto enviado nominalmente a todos os deputados e senadores do MS e RS

domingo, 23 de agosto de 2015

A falência do debate

O célebre dramaturgo Nelson Rodrigues dizia que uma das características da juventude era a estupidez, de fato não estava errado; mas pelo visto a estupidez deixou de ser meramente inerente a juventude, está enraizada nos radicais, que insistem em não amadurecer com a idade.
Estamos passando por um acirramento ímpar no ânimo da população. A suposta diminuição da desigualdade, fomentando o preconceito de classe, divisão por raça, credo, ideologia e alhures, tem feito surgir duas novas e perigosas facções:
- de um lado uma militância radical, que quer defender o governo a todo custo. Não importa a quantidade de ilícitos apontados, de nada vale condenações na justiça. De nada vale o previsto na Lei. Tudo é justificável se feito pelo partido e tudo que o denigre é oriundo de uma elite branca, golpista que não suporta um governo “popular” (?);
- do outro vem o opositor radical, que quer derrubar o governo a todo custo. Vale até mesmo se aliar a qualquer crápula que apareça, desde que o “bem maior” seja alcançado e o governo extinto. Querem atropelar trâmites legais, impor sua agenda. Todos que não são a favor do impeachment da Presidente são comunistas, fazem parte do Foro de São Paulo e deveriam se mudar para Cuba.
Nota-se o nível em que se chegou no debate político do país. Infelizmente esses radicais tem afastado a ala moderada e pensante das discussões. Curiosamente, quando se procura aprofundar em qualquer assunto, já se identifica que a radicalização causa cegueira automática no interlocutor. De nada valem títulos acadêmicos, posição social, cargo que ocupa ou erudição se eles não concernem senso crítico; se não são usados com inteligência!
Se agarrar em qualquer maluco que escreve ou fala, só porque ele cita o que você quer ouvir, é muito perigoso. Achar bonito um senhor de idade ficar mandando seus opositores “tomar naquele lugar” é sintoma de que algo está muito errado, e não é com o adversário. Crer que quem é contra cotas é racista – muitos contrários são negros - é ser muito infantil.
A tolerância com o contraditório chegou praticamente a zero. Vemos que, por mais que o mundo evolua, que ideologias tenham sido sepultadas e comprovadamente inaplicáveis, ainda vão existir viúvas do muro de Berlim, da ditadura, anarcocapitalistas, xenófobos e demais cidadãos que vomitam intolerância, desequilíbrio e despreparo.
A virtude está no meio! Teorias sempre existirão, mas devem buscar comprovação empírica. Os fatos ai estão, não adianta subterfúgios para tentar defender o indefensável, provar algo que nunca existiu ou deu certo, por mera simpatia.
Mandar uma pessoa estudar história, chamá-la de racista, fascista, nazista, comunista, et caterva, diz muito mais a respeito de você mesmo do que de outrem. E não faz ninguém ganhar debate ou chegar a lugar algum.
A falência de nosso sistema educacional é gritante há décadas, agora chegamos na falência intelectual das discussões. Sai a massa encefálica cinzenta e entra uma borrada, tendendo ao marrom, que nem sempre se encontra no cérebro . . .

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Nós e as leis

Venho notando recentemente certo comportamento nas pessoas, sempre criticando a postura das autoridades quando aumentam a fiscalização ou cumprem seu dever legal. O fato é que uma crítica embasada e construtiva é primordial para o aprimoramento das instituições, mas vejo que nem sempre elas seguem essa ótica.

Há um claro aumento na fiscalização do trânsito em diversas cidades do país, em vários estados é comum vermos notícias a esse respeito, assim como aumento das críticas, que chegam a ser infantis sobre variados temas.

Primeiro, dentro daquilo que está previsto na Lei, no Código de Trânsito Brasileiro e resoluções do Contran: não existe indústria das multas! Oras meus caros, todos sabemos que temos que pagar o IPVA/Seguro Obrigatório, que temos que obedecer limites de velocidade, que não se pode ultrapassar sinal vermelho e temos que manter nossos veículos em condições de uso e não desacatar autoridades.

Sinto lhes dizer, mas se você está criticando uma fiscalização que vai coibir maus motoristas, inadimplentes e veículos que deveriam estar no ferro velho, você está contribuindo para a corrupção e descaso que tanto abomina!

Particularmente, não gosto do governo. Não vejo com bons olhos um  Estado me monitorando; acredito que pagamos impostos demais com retorno de menos. É fato que os recursos públicos são muito mal aplicados, que são desviados em larga escala, mas isso não é justificativa para desrespeitar as Leis. A meu ver o Estado deveria se ater a setores essenciais e agir somente em situações de extrema necessidade, mas ele continua sendo um “mal necessário”.

Qual é o único valor absoluto independente de credo ou ideologia? No meu entendimento são as Leis, elas devem existir para a manutenção de um Estado de Direito, mesmo que seja mínimo! É uma espécie de imperativo categórico formal. Se não concordamos com elas, temos mecanismos para contestá-las com base em processos legais, qualquer coisa fora disso é passível de sanção.

Vejo pessoas criticando a ação das polícias, dos agentes investidos de autoridade para averiguar determinados setores, imputando muitas vezes culpa a quem nada tem a ver com a causa do problema. Oras senhores, todos temos plena consciência de nossos deveres, se estamos em dívida com algum encargo, temos que batalhar para quitá-la e não depreciar um trabalho que está sendo feito. Por mais que a intenção de um órgão público seja meramente monetária, se estivermos em dia com nossas obrigações, não seremos afetados. Não estamos falando de situações pontuais de desvio de servidores, frise-se!

Curiosamente, eu que não gosto de um Estado inchado e bisbilhoteiro, não tenho problema algum com autoridades, blitz, multas e outros recursos estatais que visam coibir atos considerados infracionais. O fato de ser um libertário não me dá o direito de infringir as Leis, ponto! Da mesma forma, muitos progressistas criticam ações policiais por cumprirem o seu dever de manutenção da lei e da ordem, não enxergam que se estão sendo cerceados de alguma forma, é porque estão cometendo um ilícito.

Por pior que as nossas instituições sejam – na maioria das vezes por causa de maus funcionários -, elas devem ser preservadas. Bem ou mal, são elas que ainda não deixaram cairmos num caos absoluto, haja vista a completa incapacidade e inépcia de nossos representantes e gestores públicos.


Você pode ter sua utopia, visão política, seus conceitos morais, mas o preceito de alguém que se autodeclara idôneo, é cumprir com seus deveres para poder cobrar direitos. Caso contrário você não passa de mais um hipócrita, de um grande relativista moral!

domingo, 19 de julho de 2015

Um brinde a lucidez!

Poucas coisas na vida me são tão caras como a amizade, esse laço de afeto que nem todos conseguem perpetuar, é um dos pilares que faço questão de cultivar por onde passo, incomodo e irrito com minha insignificante existência.
 Poderia citar frases dos meus autores favoritos sobre o tema, mas prefiro divagar nas próximas linhas com minha própria verve. Às vezes é muito simples divagar sobre aquilo que nos faz bem, ou que nos motiva.
 Como cavaleiro errante que sou, já morei por várias cidades, alguns estados e conheci parcos países. Curiosamente, sempre consegui nutrir afeto com nativos desses locais. Nada melhor que enxergar a natureza humana nos seus detalhes, entender que cada ser é único, e que seus defeitos acabam por se tornar suas qualidades, sua marca e assinatura.
 Existem pessoas fúteis, vulgares e desinteressantes. Há ainda os seres que não se conformam com a felicidade alheia, sua incapacidade de chamar atenção - de se postar como ícone que pensa ser – o faz infeliz, frustrado. Alguém que procura somente defeitos, não qualidades ou virtudes, que dentro de sua mediocridade, crê ou pensa crer que todos somos iguais. Baseia sua régua por baixo, quer limitar expoentes à sua estatura. Pessoas tristes, dignas de pena e condolências. Por sorte, não fazem parte de meu convívio.
 A virtude moral no sentimento de afeto nada mais é que amar sem esperar retorno, sem desejar recompensa. Creio que a verdadeira amizade se baseia justamente nos defeitos e não nas qualidades. Gostamos das pessoas pela sua chatice, seu ego, sua personalidade forte e impositiva. Agregar pessoas em seu entorno e que lhes seguem não é tarefa para amadores!
 Talvez o dito popular de que não se enche a mão com amigos verdadeiros possa ter seu fundo de verdade, mas não é meu caso. Seja na Nova Zelândia, na Inglaterra, Canadá, nos diversos Estados da Federação Brazuca e dentro desta partícula de poeira cósmica chamada Terra, temos tido a felicidade de ter pessoas confiáveis, capazes de nos doar um pouco de sua existência.
 Em nossa loucura diária, sempre vem a lucidez gritante quando somos surpreendidos por aqueles que nos querem bem, que conseguem nos cercear quando necessário e nos apoiar quando mais precisamos. Enfim, um brinde a todos que nos aturam, nos rodeiam e nos são tão preciosos. Podem ter certeza que ainda terão que nos suportar e se conformar com nossa ignorância irritante por um bom tempo!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Sobre a redução da maioridade penal

Muito tem se falado sobre a redução da maioridade penal, assunto este em que a maioria das opiniões publicadas em veículos de comunicação, jornalistas e artistas em geral, é terminante rechaçada. Vindo como sempre contra a corrente, teço a visão contrária, por ser a favor da redução.
Primeiramente, temos que dividir essa discussão em temas distintos:
- Redução da maioridade: é fato inconteste que temos criminosos sádicos de todas as idades, porém nos crimes cometidos em grupo sempre quem assume a autoria é o menor; a legislação o beneficia;
- Qualidade de nossas prisões: nosso sistema carcerário, quase totalidade, é algo medonho e pouco recomendável para qualquer cidadão. O que não quer dizer que devemos soltar os criminosos e deixá-los livres em nosso meio;
- Ressocialização: da forma que temos nosso sistema e as casas destinadas aos menores, do modo que são nossos costumes/sociedade, isso chega a ser utópico. Estima-se que 70% dos presos brasileiros são reincidentes; não há pesquisas realmente críveis sobre menores – segundo o CNJ era próximo de 50% em 2013 -, mas basta verificar as notícias dos delinquentes e ver que quase todos não estão cometendo seu primeiro ilícito.
São três temas que andam juntos, mas que devem ser analisados separadamente. A redução não vai mudar o adolescente infrator, mas vai coibir e retirar esses criminosos do nosso meio. Boa parcela da opinião dos contrários a redução que li e ouvi, baseiam-se em suposições completamente fora da realidade e em estatísticas duvidosas.
Cresci nos anos 80 e 90 na periferia da minha cidade, naquela época já sabíamos quem seria marginal e quem viria a ser um cidadão decente, e tínhamos 13 ou 14 anos! Todos que tinham boa índole assim permaneceram, os que já eram desajeitados ou foram para a cova ou passaram inúmeras vezes por delegacias e prisões. Note, não adianta dar escolas e boas condições se a maior parte dos bandidos são formados em casa e não nas ruas, estas só vêm a lapidar o lado sombrio de uma mente atormentada. Frise-se que a maioria esmagadora dos moradores das periferias não são ladrões/assassinos, ou como querem alguns “intelectuais”: vítimas da sociedade!
Nossos estabelecimentos penais possuem um número 2 ou 3 vezes maior que sua capacidade. Em torno de 20% dos detentos trabalham, pouca ou nenhuma atividade extra é realizada, quase não há profissionalização e a maioria nem quer participar de cursos e ter maiores afazeres, o mesmo é válido para casas que atendem menores – que também são em número insuficiente. A tão sonhada ressocialização chafurda e o sistema faz exatamente o oposto, aprimorando a mente doentia e perturbada do recluso.
Falar em educação de qualidade, de medidas socioeducativas e outras sugestões, como se isso fosse resolver o problema, carece de visão empírica. Mesmo nos países desenvolvidos, com elevado nível de educação e melhor qualidade de vida, os menores cometem crimes - em torno de 10% -, novamente não há dados críveis no Brasil sobre isso e tudo leva a crer que tende ser maior que o percentual citado.
Importante ressaltar que o menor no Brasil é apreendido e pouquíssimo ou nenhum tempo fica detido, sua ficha é limpa quando atinge a maioridade, com se uma pessoa de bem o fosse. De nada adianta boas escolas se o caráter da pessoa é formado basicamente no seio familiar; o problema é muito mais amplo e não se resolve com meros clichês.
De imediato o que nos resta é tirar essa pessoa do convívio da sociedade, não dá para tratar um assassino frio como um cidadão normal! É necessária uma reforma prisional? sim, é! Mas lugar de marginal é na cadeia, longe de inocentes e deixá-los livres só servirá para aumentar os índices de criminalidade e sensação de insegurança.

Ps. No início dos anos 90, dois irmãos – que eu conhecia bem - mataram um amigo meu para roubar. Quem apertou o gatilho tinha 18 anos, quem assumiu a culpa foi o irmão menor. Esses dois continuaram roubando e fazendo ilícitos por muito tempo e já faziam anos antes do ocorrido.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

A falácia da luta pela democracia

Há uma falácia muito difundida entre nossos teóricos esquerdistas – frise-se: teóricos! – de que quem pegou em armas contra a ditadura militar, “lutava pela democracia”. Estranha noção de democracia dessa classe que se diz pensante, entre eles inúmeros professores muito titulados . . . Isso é e sempre foi uma mentira retumbante!
Em recente pronunciamento nacional, a nossa presidente mentiu mais uma vez ao dizer que ela lutou para que nós, cidadãos comuns, pudéssemos protestar. Desde quando alguém que lutava para implantar um socialismo marxista-leninista luta por liberdade? Desde quanto uma ditadura do proletariado é diferente de ditadura? Segue trecho do depoimento de Dilma à justiça militar em 21 de outubro de 1970:
"Que se declara marxista-leninista e, por isto mesmo, em função de uma análise da realidade brasileira, na qual constatou a existência de desequilíbrios regionais de renda, o que provoca a crescente miséria da maioria da população, ao lado da magnitude riqueza de uns poucos que detêm o poder e impedem, através da repressão policial, da qual hoje a interroganda é vítima, todas as lutas de libertação e emancipação do povo brasileiro. Dessa ditadura institucionalizada optou pelo caminho socialista".
Posteriormente a deputada do PCdoB, Jandira Feghali, endossou essa mentira da “luta pela liberdade” no plenário do congresso, em 17 de março de 2015: “. . . todos nós, que perdemos vidas em nossos partidos, particularmente comunistas, para dar a eles a liberdade de se expressar e opinar na rua”. Adoraria conhecer um único país comunista que respeita liberdade de expressão!
Para contrapor a mentira propagada, cito o historiador, esquerdista histórico e ex-membro do MR8, Daniel Aarão Reis: “As esquerdas radicais não queriam restaurar a democracia, considerada um conceito burguês, mas instaurar o socialismo por meio de uma ditadura revolucionária”.
Reforço com o ex-guerrilheiro, Fernando Gabeira: “havia muita gente lutando pela democracia no Brasil, mas não especificamente os grupos armados, que tinham como programa esse processo de chegar numa ditadura do proletariado”.
Poderia ainda citar outro esquerdista histórico, Jacob Gorender, que estudou exaustivamente o período e chegou à conclusão que nossos “democratas” mandavam militantes treinar guerrilha fora do país antes mesmo de 1964. Hobby estranho esse, não?
Tenho entre meus amigos pessoais, um senhor comunista e que possui uma das maiores bibliotecas sobre o período militar que já vi. Ele afirma também que o maior erro das esquerdas foi a luta armada.
Vejam bem, não vim aqui defender ditadura alguma! Já citei anteriormente que sou contra o impeachment da presidente Dilma, por ser legalista e ter lido a Lei sobre o processo. Mas o que não dá mais para tolerar, é que pessoas públicas, investidas de autoridade e que deveriam prezar pelo decoro que lhes foi conferido, continuarem mentindo e distorcendo fatos históricos.
Pelo que ando lendo e analisando, há mais historiadores precisando estudar história do que nós - meros curiosos -, que insistem em ter senso crítico e remar contra a corrente, buscando fontes alternativas e nos aprofundando em assuntos que nos causam interesse.

Keep on rockin' in the free world

domingo, 15 de março de 2015

Sobre o 15 de março de 2015

Ok, fomos para as ruas no dia 15 de março de 2015, data histórica! Jamais haveria essa oportunidade se não houvesse a democracia. Jamais o termo liberdade de expressão foi tão exaltado, mesmo com muita “gente” querendo cercear um direito legítimo do povo.

Vai mudar algo? Não sabemos ainda, mas é fato inconteste que isso mexeu com o brio dos atuais “donos do poder”. Milhões de pessoas inconformadas e mesmo assim, nenhuma briga, nenhum incidente sério, nenhuma vidraça quebrada. Isso demonstra o exercício da cidadania, feito dentro da Lei e da ordem, exercício de civilidade.

Nós, apartidários, honestos e que temos um ideal em comum: um país livre de corrupção (mesmo que seja utopia), fizemos nossa parte. Pode não dar em nada? Talvez, mas o governo esperou até o último momento para se posicionar, torcia para o fracasso que foi sua defesa do dia 13; para seu desespero, foi um sucesso total em todos os locais onde houve manifestação.
A polícia, tanto criticada pelas pessoas de índole duvidosa, foi aplaudida diversas vezes. As instituições são maiores que a minha ou sua opinião, e assim devem permanecer.

Aqui, em Lajeado, o movimento foi tão bem organizado que ao passar próximo do hospital, seus idealizadores pediam para não gritarem, não se exaltarem pois o local merecia o devido respeito. Ato prontamente atendido pelos milhares de manifestantes.

Meus caros, chamar a insatisfação com o governo de golpismo, é o atestado de imbecilidade. Particularmente, sou contra o impeachment, pois entendo que isso seria a pior medida para a nossa credibilidade institucional. Mas, em momento algum, isso é golpe! É mero exercício de cidadania!

Contestar seus governantes, cobrar pelas suas promessas, erros e acertos, deveria ser algo natural e um dever cívico. Achar que está acima da Lei, defender corruptos e bandidos é algo detestável e digno de desprezo.

Independente de ideologia, hoje foi um dia ímpar e lindo de se ver: pessoas com as camisetas verdes e amarelas, com a Bandeira do Brasil, unidas pela insatisfação com a corrupção generalizada que se tornou nosso país.

O problema não é o PT, nem o PSDB, é quem vota sem ter noção alguma de política e economia, é quem não tem vergonha na cara de se corromper por migalhas ou que põe ideologia acima dos direitos individuais.


Ainda existem pessoas incorruptíveis? Sim, talvez, ou é utópico, mas só sei que fui criado para crer que minha hombridade não tem preço! E pretendo mantê-la a qualquer custo.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Uma reflexão libertária


Algumas vezes, pessoas vêm me perguntar sobre a definição de libertário, ou ainda observo que sempre atribuem esse termo meramente a questões políticas e econômicas. Enfim, é um conceito que para muitos pode ser simplório, mas é complexo e diz mais respeito a questão de foro íntimo do que meras formalidades ou achismos.

Creio que um libertário preza primeiramente pelas liberdades individuais, tanto a sua como a de outrem. É aquele contrassenso do respeito e direito de cada um, um termina onde começa o do próximo. Em segundo, um libertário jamais pode possuir dogmas e paradigmas que não possam ser revistos, aprimorados e até mesmo mudados.

É possível atingir sua paz interior sem nenhum dogma, sem nenhum amparo espiritual/religioso? Sim, e alguém que ama a liberdade de forma suprema entende perfeitamente disso – liberdade talvez seja o único valor absoluto - contrassenso de novo, ainda que suas definições sejam relativas em certas partes para cada um. Buscamos nossas necessidades dentro de nossa mente, conseguimos nos suprir e entender nossas qualidades e defeitos e sobre isso refletimos e encontramos as devidas soluções.

Há outra atitude que é primordial: o respeito com quem pensa diferente. Impor sua opinião - a quem quer que seja -, não vale a pena e não é comum em pessoas livres. Pode-se discutir, divergir e argumentar, mas o mundo civilizado e que desejamos, sempre vai ser oriundo do equilíbrio. Devemos fugir de extremos, mas ainda assim, eles também devem existir para fazer o peso e o contrapeso da balança. Para ilustrar: nunca consegui ter um grande amigo de quem não discordasse ao menos um pouco, muito menos que não tenha discutido ferrenhamente sobre um determinado assunto, nem por isso a fraternidade diminui, talvez até aumente pela situação.

Estamos falando aqui de questões filosóficas e de natureza íntima, são teses que nem sempre podem ser aplicadas em todos os locais, mas quem atinge certa maturidade consegue entender e se adaptar. Por exemplo, liberdade individual não se aplica dentro de organizações hierarquizadas, por questões obvias de disciplina e de funcionamento. Talvez ainda chegaremos lá, mas ainda precisamos evoluir muito para isso.

Dentro da ótica econômica e política da coisa, existem muitos que leem este ou aquele pensador e já se autodenominam seguidor. Não funciona assim! Pode-se ler quem quer que seja, e continuar sendo enganado ou com a visão completamente deturpada! Liberdade e ideologia cega são excludentes.


“A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as consequências das próprias decisões” – James Mullen