domingo, 19 de julho de 2015

Um brinde a lucidez!

Poucas coisas na vida me são tão caras como a amizade, esse laço de afeto que nem todos conseguem perpetuar, é um dos pilares que faço questão de cultivar por onde passo, incomodo e irrito com minha insignificante existência.
 Poderia citar frases dos meus autores favoritos sobre o tema, mas prefiro divagar nas próximas linhas com minha própria verve. Às vezes é muito simples divagar sobre aquilo que nos faz bem, ou que nos motiva.
 Como cavaleiro errante que sou, já morei por várias cidades, alguns estados e conheci parcos países. Curiosamente, sempre consegui nutrir afeto com nativos desses locais. Nada melhor que enxergar a natureza humana nos seus detalhes, entender que cada ser é único, e que seus defeitos acabam por se tornar suas qualidades, sua marca e assinatura.
 Existem pessoas fúteis, vulgares e desinteressantes. Há ainda os seres que não se conformam com a felicidade alheia, sua incapacidade de chamar atenção - de se postar como ícone que pensa ser – o faz infeliz, frustrado. Alguém que procura somente defeitos, não qualidades ou virtudes, que dentro de sua mediocridade, crê ou pensa crer que todos somos iguais. Baseia sua régua por baixo, quer limitar expoentes à sua estatura. Pessoas tristes, dignas de pena e condolências. Por sorte, não fazem parte de meu convívio.
 A virtude moral no sentimento de afeto nada mais é que amar sem esperar retorno, sem desejar recompensa. Creio que a verdadeira amizade se baseia justamente nos defeitos e não nas qualidades. Gostamos das pessoas pela sua chatice, seu ego, sua personalidade forte e impositiva. Agregar pessoas em seu entorno e que lhes seguem não é tarefa para amadores!
 Talvez o dito popular de que não se enche a mão com amigos verdadeiros possa ter seu fundo de verdade, mas não é meu caso. Seja na Nova Zelândia, na Inglaterra, Canadá, nos diversos Estados da Federação Brazuca e dentro desta partícula de poeira cósmica chamada Terra, temos tido a felicidade de ter pessoas confiáveis, capazes de nos doar um pouco de sua existência.
 Em nossa loucura diária, sempre vem a lucidez gritante quando somos surpreendidos por aqueles que nos querem bem, que conseguem nos cercear quando necessário e nos apoiar quando mais precisamos. Enfim, um brinde a todos que nos aturam, nos rodeiam e nos são tão preciosos. Podem ter certeza que ainda terão que nos suportar e se conformar com nossa ignorância irritante por um bom tempo!

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