terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Despedidas e recomeços


Há pouco mais de dois anos, escrevi um texto intitulado Idas e vindas, nele divagava sobre meu retorno a Dourados, após mais de treze anos vagando pelas cidades país afora. Hoje, novamente venho refletir sobre os rumos abraçados por este escriba.

Naquela época, pensava em plantar raízes de vez na cidade dourada. Não tinha intenção em novamente me afastar dos entes queridos. Como havia dito na oportunidade, felizmente, não existem valores nem verdades absolutas.

Há alguns dias me estabeleci em Lajeado, RS, sem previsão de retorno para morar no MS, o que talvez possa nem ocorrer a curto/longo prazo. Mas como busco satisfação pessoal, e esta escolha em nada muda os rumos que trilhei, abracei a causa. Foi uma decisão estritamente pessoal, mas voltada para meus interesses profissionais.

Com a evolução da internet, a ampliação dos voos domésticos e melhora em nossa infraestrutura logística, as distâncias hoje são basicamente inexistentes para quem acostumou viajar. Posso - pelo menos uma vez por mês - visitar os entes amados, e eles podem fazer o inverso. Estou mais próximo de lugares que me proporcionaram maior acesso ao que realmente gosto de fazer como lazer. Sem contar que farei novas amizades, conhecerei lugares e ampliarei meu leque de informações.

Curiosamente, nunca havia passado pela minha mente em morar na região Sul. Mas, sinceramente, não há nenhum obstáculo – ao menos até o presente – que possa diminuir meu entusiasmo na fase vindoura.

É uma fase de crescimento, posso ler mais, talvez conquistar coisas que demorariam mais tempo e me aprimorar melhor espiritualmente, no quesito da busca incessante pela paz interior.

Pelo menos, até agora, não tive que engolir nenhum fracassado reclamando do mundo pela própria incompetência. Justamente por isso, tenho evitado colunistas de jornais regionais e os “bichos grilos” de sempre, que pululam por todos os cantos do planeta.

Vou me utilizar no momento de uma passagem do livro A revolta de Atlas, de Ayn Rand: “o trabalho* exige que o senhor venda não a sua fraqueza à estupidez humana, mas o seu talento à razão humana”. É nesta linha de ação que estamos progredindo. Enquanto fracassados por natureza buscam culpados pelas próprias limitações, que sempre se sentem explorados e nada fazem para superar suas fraquezas, outros tentam remar contra a maré de incompetência reinante. Alguns podem interpretar erroneamente este texto, não é a intenção parecer arrogante ou o que quer que o valha, simplesmente é um desabafo contra a massa que nos cerca.

Saudades sempre existirão, seja de amigos, parentes, de amores ou naquela sessão nostalgia. Basta saber aproveitar o que realmente a vida nos proporciona, encarar desafios e primar por aquilo que nos é caro, seja no pessoal ou no profissional.

“Seja o que for que sejamos, somos nós que movemos o mundo e seremos nós que vamos salvá-lo” – Ayn Rand, do mesmo livro supracitado.

*Troquei a palavra dinheiro do original, por trabalho, para se adequar ao texto escrito, o trecho faz parte de um discurso magistral do personagem Franciso D’Anconia, em um capítulo que refuta a frase imbecil: “O dinheiro é a origem de todo o mal”.

2 comentários:

Eda De Maman disse...

A cada fase da vida enfrentamos novos desafios que nos fazem crescer e que servem de propulsores à nossa vida...

Tem um poeminha do Pessoa que eu gosto muito e que fala que devemos abandonar as roupas velhas...

Que tua estada aqui no RS seja cheia de desafios enriquecedores e que te guardem lembranças e amigos


Eda

Yáscara disse...

Opções - a todos os momentos abraçamos uma coisa em detrimento de outra. Divisões - partes nossas que ficam pra criar espaço de mais preenchimento. Reciclagem - nada acaba de verdade... Boa sorte nessa nova fase! :)