domingo, 23 de junho de 2013

Tolerância, relativismo e hipocrisia

As recentes revoltas em todo o nosso país, além do chacoalho geral que já provocou, serviu também para mostrar o quão intolerante, relativista e hipócrita pode ser o ser humano. Teoricamente, todos que são nossos amigos nas redes sociais, também o são na vida real, ou nos adicionaram por já ter lido nossas discussões, conhecer e coadunar com nossas ideias.

O fato de uma pessoa ser de esquerda ou direita - seja lá o entendimento de cada um nessas definições –, não vai fazer com que deixemos de ser amigos, de termos relações cordiais e nem vai nos colocar em uma batalha campal cheia de agressões.

Enquanto todos falam em democracia, uma parte parece desconhecer o real significado da palavra. O que mais observei foi gente excluindo o perfil de fulano ou beltrano, pelo simples fato de não concordar com a visão do cidadão. Ressalte-se que essa atitude não teve uma vertente ideológica específica, presenciei isso tanto com esquerdistas (?) como com direitistas (?). Penso que se estivessem frete a frente, chegariam a entrar em luta corporal.

O perfil de uma pessoa no ambiente virtual é público até certo ponto, podemos restringir o acesso a informações e ignorar pedidos de amizades. Se eu não gosto de uma pessoa e ela não faz parte do meu círculo de amizade, posso bloqueá-la e ficar livre de suas posições.

Posso afirmar, sem medo de errar, que dentre meus amigos virtuais – conheço quase todos pessoalmente –, eu tenho opinião completamente diferente da maioria sobre as manifestações, e estou num lado ideológico oposto. E, por mais que isso nos coloque como adversários de ideias, jamais diminuirá nosso apreço, jamais influenciará em nossas amizades.

O exercício da tolerância vem de berço, radicais não conseguem enxergar que – na maioria das vezes – eles mesmos são tudo o que criticam e condenam.

Há uma frase famosa, erroneamente atribuída ao filósofo Voltaire, que não me canso de repetir:

“Desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo” – Evely Hall, na obra Os amigos de Voltaire.


Civilidade e respeito às Leis não é somente propagar seus conceitos, é dar o exemplo todos os dias, cumprindo e defendendo as normas de um Estado, Democrático e de Direito. Ao menos ele ainda o é, e espero que continue . . .

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