Refletindo
ultimamente sobre aquilo que me agrada, acabei por conciliar devaneios e
lembranças com os dois anos em que tentamos fomentar um gênero musical que não
é o forte no interior do Brasil. Ao se falar em rock’n roll, vem de imediato à
mente os estereótipos, as dificuldades para bandas e bares, o desconhecimento e
falta de apoio, muitas vezes oriundos de membros da própria tribo.
Não
sou músico, nunca tive curiosidade e tempo de aprender a tocar nenhum
instrumento, apesar de já ter até comprado uma guitarra. Gosto das melodias,
letras, riffs e da atitude do gênero rebelde e barulhento. Por todas as cidades
e estados que passei, sempre fiz amizade com o nicho que gosta do estilo que
levou ao estrelato milhares de “gênios” malucos e incompreendidos.
É
comum ver entre os mesmos que reclamam da “falta do que fazer” para quem gosta
de Rock, pouco ou nada ajudar. Pior ainda é quando profissionais da área
criticam quem luta por fazer algo quando nem mesmo eles o fazem.
Podemos
mudar as cidades e estados, e o problema da cena é sempre a mesma! Aquele seu
amigo reclama da ausência de opção, mas nem prestigiar e pagar míseros R$ 10,00
ou 15,00 está disposto para incentivar e fomentar essa cultura pouco difundida
no meio que nos cerca. Muitas vezes não comparecem nem em eventos gratuitos,
mas é claro, criticar sem conhecimento e engajamento fazem, e muito.
Acredito
que o músico deva ser gratificado pelo seu trabalho, mas cabe também uma
reflexão: se o profissional não está tocando no estabelecimento – que lhe paga
quando se apresenta -, por que ele não quer pagar o ingresso para ver seus
pares? É dura a vida do empreendedor que teima contra a corrente e busca manter
uma casa nessa linha.
Em
dois anos de existência, o Clube do Rock do Vale do Taquari já colocou para
tocar no palco mais de duas dezenas de bandas de todo o Vale. Fez parcerias com
bandas já reconhecidas na região. Arrecadou alimentos, rações, agasalhos e
brinquedos, atendendo algumas centenas de animais, crianças, adultos e idosos,
sempre com o intuito de divulgar novos talentos, promover a música e cumprir
uma função social.
Entre
erros e acertos, muitas vezes tiramos dinheiro do próprio bolso para conseguir
cumprir compromissos e não deixar a bola cair. Há uma música do Bando do Velho
Jack - banda sul-matogrossense - chamada Como ser feliz ganhando pouco,
acredito que sintetiza muito bem a sina de quem empunha essa bandeira.
Amamos
um estilo musical, mas também aprendemos a respeitar as individualidades e
opiniões de terceiros. Cumprimos nossos compromissos, gastamos nosso tempo,
suor e recursos materiais, mas pode ter certeza que é gratificante ver que
ainda temos uma geração vindoura cantando, tocando baixo, guitarra e
literalmente espancando uma bateria. Ações como a feita no munícipio de
Imigrante – RS, em que se organiza um evento anual para festejar o Dia Mundial
do Rock, demonstra que estamos no caminho certo e incentiva.
Enfim,
se é uma longa viagem ao topo, que todos os amantes dessa arte se unam, deixem
intrigas de lado e vamos continuar agitando em um mundo livre!
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