domingo, 16 de agosto de 2009

Conceitos, definições e valores


Afonso Vieira

Esta semana li a seguinte frase: Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. - É a única. Do filósofo Albert Schweitzer. Alguns acontecimentos recentes me fizeram refletir neste texto.

Note que, dentro das mais variadas definições, de nada vale defender uma posição, se não a cumpre de forma prática, dando o exemplo a ser seguido.

É muito comum cairmos em discussões infindáveis sobre conceitos, fatos históricos, valores morais. Analisando friamente, dá para chegar à conclusão de que tudo é relativo à ótica individual de cada um.

Quando leio ou ouço alguém defendendo teorias utópicas, busco automaticamente um exemplo empírico para corroborar com tais conceitos, normalmente, não os encontro.

Um exemplo clássico sobre da deturpação conceitual são os termos direita e esquerda política. Marxistas e liberais utópicos tendem a fazer saladas esdrúxulas quando querem criticar esta ou aquela posição. Não há mais como enquadrar essas teses como há 100 anos, mesmo porque, existem diversas vertentes no mundo real e as mais aceitáveis tendem para o centro. É a busca de algo equilibrado. Teóricos só servem para permear a imaginação dos românticos, nem eles mesmos aplicam o que pregam; temos inúmeros exemplos disso. Um bom modelo é ver que temos anarquistas coletivistas e individualistas, aceitos na atualidade como esquerdistas e direitistas, respectivamente.

Para quem gosta de pesquisar sobre fatos históricos, uma das primeiras lições é visualizar que a verdade absoluta não existe. Para cada fonte que apontemos, sempre haverá outra no sentido contrário. Podemos dizer que encontramos a visão “mais aceita”.

Pela minha experiência pessoal, creio que já tenho certa bagagem para divagar sobre nosso perfil. Nesta semana passei por duas situações parecidas. Na primeira, quando fui pagar a conta em um bar, verifiquei que ela estava com a quantidade inferior do que consumimos, chamei o garçom e mandei corrigir – a cara de espanto dele foi tremenda -, no outro dia disse ao proprietário para atentar a isso, pois “não existe almoço grátis”, alguém ficará com o prejuízo. Na segunda situação, o garçom de outro estabelecimento trouxe a cerveja e não marcou na comanda, chamamos e pedimos para anotar. Alguns pensarão que sou trouxa – ampla maioria -, outros acharão louváveis as atitudes, mas a opinião de outrem pouco me importa. Vale mesmo meu imperativo categórico.

Cito, bastante, em meus textos os valores morais. Nisto também não há consenso, mas - via de regra - são os fundamentos repassados pelos pais, pela cultura geral, no nosso caso, a cultura judaico-cristã – sou agnóstico, mas reconheço sua importância – que muito norteia as atitudes do dia a dia.

Não há valores e conceitos absolutos, há padrões de conduta, normas mais aceitas; um bom filósofo, por exemplo, deve se desprender de dogmas e, literalmente, tergiversar ad infinitum. Voltando à frase do primeiro parágrafo, deixo algo para reflexão: você faz com os outros, o que não gostaria que fizessem com você? Pense!

http://moglobo.globo.com/integra.asp?txtUrl=/opiniao/mat/2009/08/19/voce-faz-com-os-outros-que-nao-gostaria-que-fizessem-com-voce-757471833.asp

http://www.campogrande.news.com.br/canais/debates/view.php?id=4733

http://www.douradosinforma.com.br/noticia.php?id_noticia=89441

http://www.douradosagora.com.br/not-view.php?not_id=262352


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