Afonso Vieira*
O recente projeto, de iniciativa popular - frise-se – contrário à candidatura de políticos com “ficha suja” é algo que nos traz uma pequena esperança, dentro do lamaçal que se tornou a política nacional.
Oras, se para ser efetivado em diversos concursos públicos, para ser aceito em certas empresas, a pessoa quando passa pelo teste seletivo tem que comprovar a própria idoneidade, por que não cobrar isto também dos políticos? Ao contrário do que essa corja pensa, os representantes de cargos eletivos deveriam ser, obrigatoriamente, pessoas de boa índole, probos incontestes e exemplos de caráter. Tragicamente o que ocorre é exatamente o oposto.
Outra colocação que deve ser posta, o candidato não é representante antes de ser eleito. Os mandatos têm dia e horário para terminar. O impeditivo em questão é apenas momentâneo; que o pretenso político resolva seus problemas para depois vir nos “representar”!
A iniciativa, além de ser completamente elogiável, traz à tona o sentimento popular de repúdio que anda muito explícito nos círculos nacionais. É chegada a hora de dar um basta na situação atual! Se realmente fôssemos um país com leis e instituições sólidas, provavelmente, mais da metade das casas legislativas do país já estaria atrás das grades, e não panfletando suas picaretagens Brasil afora.
Infelizmente, essa discussão vai acabar no STF, e com as interpretações toscas que só têm protegido bandidos, não dá para aguardar muita coisa.
Nosso país se notabiliza pela existência do político profissional, cuja única ocupação é viver mamando no erário; normalmente com currículo medíocre, que se resume a ser filho deste ou daquele parlamentar ou ter feito parte de certa militância. Capacidade administrativa e intelectual é raridade, só despontam mesmo quando cometem atos vis, de desvio de conduta e da verba pública.
Na contramão do que pensa a sociedade, aumenta-se o número de edis das casas do país. Mais uma vez, babacas que somos, vamos bancar o inchaço da corja de energúmenos, sem a menor função social ou empregabilidade que mereça respeito. Nem preciso dizer quais são os resultados práticos do que virá. A suposta representatividade é a maior balela que já ouvi.
1,3 milhão de eleitores assinaram o documento. Levando-se em conta que muitos nem souberam da iniciativa, e das dificuldades em atingir todas as classes, é muita gente! Façamos votos que o projeto seja aprovado, torcida nunca é demais, não nesses casos!
É apenas o sexto projeto de iniciativa popular desde 1988, mas vem em boa hora, que sirva de exemplo e que vire rotina. Mobilizar a população pensante, ante a massa de ignorantes e analfabetos funcionais, é necessário e estimula o senso crítico da população.
E para encerrar, chamo para a seguinte reflexão: um cidadão de bem, não tem como enxergar algo de ruim na iniciativa e suas propostas, mas acompanhem quais serão os maiores críticos do projeto. Ficará fácil separar o joio do trigo. Saudações!
http://www.edicaoms.com.br/index.php?pag=noticias_det&id=50186
3 comentários:
Zé Genoíno, já chiou. Logo ele!
Afonso Vieira , olá !
Infelismente não concordo quando você afirma que temos a Políticos Profissionais no Brasil !
Se a política fosse profissionalizada no Brasil ( um provável tema de Fórum na CNBVN ) , já teríamos um Conselho Regulador de Políticos - certificando qualificação profissional , registrando propostas de campanhas eleitorais dos candidatos , fiscalizando campanhas e pleitos eleitorais , acompanhando todo o mandato fiscalizando desvios éticos e não cumprimento das propostas eleitorais , aplicando as punições cabíveis e denunciando o que couber à promotoria pública !
O que é notório no Brasil , Amigo Afonso , é "político" Ladrão , Desqualificado , Criminoso , Mafioso e muito mais , tudo contra o Código de Ética Profissional da Classe Política , concorda ?
No mais , eu penso o mesmo do seu comentário e é por isto que espero contar com você na CNBVN , participando ativamente e notabilizando os Fóruns da CNBVN com seu jeito próprio de argumentar !
Abraços à todos !
Somel Serip .
Somel, o que quis dizer com político profissional, é o seguinte:
O cara não é nada, nunca geriu nada, seu único atributo é ser parente de político ou filiado a partido. Como é incompetente para ganhar a vida de forma honesta, resta a política.
Esses beócios são a escória moral, nada mais se assemelha tanto com eles como a vida de "legislador", que se resume a trabalhar única e exclusivamente em benefício próprio.
Eu tenho dois colegas de infância que hoje são vereadores na minha ciadade. Friso novamente, são dois exemplos exatos do que descrevi acima, nunca trabalharam ou tiveram sucesso em investidas na iniciativa privada.
Daí o termo que utilizei, político profissional, pois é a única coisa que lhes restou.
Os legisladores, em tese, deveriam ser os "nobres" de outrora, mas o que vemos hoje é exatamente o oposto.
Abraços!
Postar um comentário