segunda-feira, 2 de julho de 2007

Dia do Trabalho


Criado em 1889, o dia foi escolhido para homenagear as manifestações e reivindicações de trabalhadores ocorridas em 1886, em Chicago, que em 1º de maio daquele ano, culminou em uma greve geral e com a morte de alguns manifestantes que clamavam por melhores condições de trabalho. No Brasil, o feriado nacional foi instituído por meio do Decreto do Poder Legislativo nº 4.859, de 26 de setembro de 1924, na gestão do Presidente Artur Bernardes, porém, a primeira celebração a que se tem registro em território nacional ocorreu em Santos-SP, em 1895.

Em que pese os acontecimentos daquela época e as conquistas alcançadas pelos trabalhadores, as quais considero maior parte extremamente justas, temos que refletir melhor para o que ocorre hoje e quem realmente merece o epíteto de trabalhador.

O que é um trabalhador? Alguém que executa um trabalho/ofício, que cumpre afazeres de forma a produzir algo, gerando de certa forma uma espécie de riqueza (no sentido mais genérico da palavra). Vou mais longe, como nosso sistema econômico visa geração de riquezas, produtividade e em conseqüência, empregos - na teoria, condições mínimas para alcançar uma vida com dignidade -, o trabalhador pode ser definido como um executor de um produto ou serviço, com qualidade, dentro das condições que lhes foram dadas, desde que respeite o previsto na legislação e condições humanas.

Utilizando-se do pseudônimo de trabalhador, ou como bandeiras para supostamente representar uma categoria e reivindicar direitos têm verdadeiras aberrações. Partidos que se utilizam da alcunha, deturpam fatos; seus políticos e representantes são os que menos se pode esperar de um auto-intitulado trabalhador. Temos diversos movimentos, ditos sociais, que automaticamente se apoderam do termo para reivindicar direitos e esquecem seus deveres, promovendo crimes como depredação de patrimônio, cárcere privado, roubos e mais alguns ilícitos - e para piorar - com a total conivência de certos órgãos do poder público.

É evidente que tendemos cada vez mais à globalização - isso é inevitável -, negá-la ou ser contra, é assinar o atestado de fracasso, portanto, alerto que cada vez mais iremos precisar de trabalhadores de verdade. A meritocracia já está sendo implantada em diversos setores públicos, no privado existe há muito tempo. Não é justo que alguém que efetivamente faça seu dever ganhe o mesmo que alguém que vive encostado, que não merece nem ser chamado de trabalhador. Já pararam para observar que os que mais “lutam” pelos direitos trabalhistas, são os que efetivamente menos trabalham? Verifiquem os “trabalhadores” que fazem parte de sindicatos, normalmente são os que mais reclamam e os que menos produzem; os políticos do Congresso Nacional ignoram até mesmo a “santa” segunda-feira, sinônimo de ofício para qualquer reles mortal.

Dizem que o trabalho dignifica o homem, realmente, nada mais justo que trabalhar e ganhar sua recompensa de forma a ter o mínimo de satisfação, o problema é que muitas vezes percebemos que os verdadeiros trabalhadores não são devidamente indenizados.

Vamos às profissões, é comum vermos certos profissionais desprezando esta ou aquela classe, quem comete este equívoco ou é muito limitado ou age de má-fé. Todas as profissões possuem sua importância, não é porque um médico salva uma vida que um advogado merece menos respeito. A responsabilidade de certos ofícios muitas vezes ultrapassa o caráter do conhecimento teórico, não é porque eu me considero extremamente qualificado que posso desprezar outro colega. Um jornalista pode vir a desvendar um conluio que estava prejudicando milhares de pessoas, e muitas vezes ocasionando problemas que resultaria em verdadeiras barbáries. Um administrador pode, em apenas um ato, definir o destino de várias pessoas, um cientista pode desvendar a cura para a pior de todas as doenças.

O 1º de maio é uma data para reflexão, para atentarmos se estamos realmente merecendo nossos salários, se cumprimos nosso dever de profissional, se é justo o tanto que trabalhamos e se não estamos prejudicando a nós mesmos ou a outrem. Devemos deixar de lado invejas e recalques, buscando aprimoramento de forma a sermos mais eficientes e merecedores de respeito, executando nossos ofícios com amor e dedicação, demonstrando profissionalismo e honrando a memória dos que tombaram para que tivéssemos uma sociedade com as condições mínimas para uma vida digna.

Parabéns a todos os trabalhadores que realmente representam suas classes, que honram o direito de exercer um ofício, coisa que, infelizmente nem todos atualmente conseguem, e é por isso que devemos primar pela excelência na execução de nossos atos. Em todos os cantos vemos exemplos de pessoas que devem ser seguidos, e espero que cada vez mais tenhamos a oportunidade de presenciarmos profissionais dignos de respeito e admiração.

30.04.2007

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