Lendo os noticiários de Tangará da Serra, e assistindo alguns programas de televisão, chamou-me atenção ao noticiado sobre o repasse de R$ 10 mil à Acits, sobre o qual teço alguns comentários:
Primeiro, segundo o que li em mídia impressa, está escrito que é um EMPRÉSTIMO, como o que li e ouvi até agora, não deixou claro se é empréstimo ou doação, e acreditando ser o descrito, que mal há no repasse, haja vista que O DINHEIRO SERÁ DEVOLVIDO? Ou alguém inventou novo conceito para a palavra empréstimo;
Segundo, por se tratar de recursos públicos, também sou favorável pela total transparência dos atos de qualquer administração, e que toda e qualquer transação seja devidamente debatida e fiscalizada pela sociedade;
Terceiro, me desculpem os senhores da mídia local, mas não acham que estão fazendo um certo alarde desnecessário sobre o assunto? Está parecendo muito mais sensacionalismo. O que vem a ser R$ 10 mil para o comércio de Tangará? E, lembro ainda, com a suposta reversão da quantia em investimentos para a sociedade principalmente na Saúde e na Educação, chamo a atenção dos senhores para o que efetivamente se faria com tal quantia? Deixemos de demagogia, R$ 10 mil não resolverá em hipótese alguma os problemas locais, muito menos nas áreas citadas;
Quarto, cabe lembrar que o empréstimo de dinheiro público à iniciativa privada é prática corriqueira, que é utilizada por praticamente todos os governos para fomentar o desenvolvimento econômico e social;
Quinto, temos que ter muito cuidado com o que falamos e escrevemos, como formadores de opinião, temos o dever de informar corretamente o que está sendo feito em nossa sociedade, e temos que tentar ser imparciais, disse TENTAR, pois ninguém, muito menos a imprensa, JAMAIS será;
Sexto, percebi em um artigo, que foi feito um comentário favorável ao prefeito local, se o referido gestor realmente “está fazendo um esforço danado para colocar Tangará da Serra num lugar de destaque no cenário estadual e nacional”, e que tal medida é tão nociva à sociedade tangaraense, não basta ele vetar o repasse? Ou o empréstimo não é levado à apreciação do prefeito?
Sétimo, como já disse acima, será que a notícia é passível de tanto alarde, sendo motivo de matéria de capa de um jornal e praticamente todo o conteúdo de sua página 2? A propósito, pouco li/ouvi e assisti sobre a denúncia de gastos exorbitantes de diárias pelos vereadores tangaraenses, esta sim, de grande interesse para a sociedade, tendo em vista que é sabido por qualquer pessoa bem informada, que a farra com o dinheiro do contribuinte, particularmente no quesito “diárias”, é escancarada e, normalmente, ilegal e imoral.
Deixo claro minha posição, o dinheiro público deve ser passível de controle, tanto pelos órgãos de controle interno como externo, e principalmente pela população. A imprensa tem que fazer seu papel, de noticiar os fatos, DOA A QUEM DOER, mas isso deve ser feito com responsabilidade e clareza. Espero que o impasse seja resolvido de forma que a sociedade seja a maior beneficiada. E que seja esclarecido que um empréstimo RETORNA aos cofres públicos, e que o poder público, através de medidas semelhantes à em questão, fomenta a economia local, aquecendo vendas, aumentando rendas e indiretamente, melhorando a qualidade de vida da população. O resto é especulação, ruim mesmo seria, se estivéssemos com o comércio fechando portas, gerando desemprego e mais desigualdade social.
* Atendendo ao pedido do diário, eu fiz um resumo deste texto para que se adequasse à lauda da publicação, que foi publicado na edição de número 10, de O Jornal, de 29 de março de 2007.
28.03.2007
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