segunda-feira, 2 de julho de 2007

Sistema de atendimento ao “público”


Esta semana circulou pela internet a foto de uma agência do INSS, onde se demonstrava a já conhecida e combalida estrutura dos postos do Instituto pelo país afora, com a já imortalizada imagem inepta do servidor público.

Primeiro vou tecer algumas considerações, o servidor incompetente e incapaz, está com seus dias contados, os concursos ficam a cada dia que passa mais seletivos, as administrações utilizam excelentes métodos de aprimoramento de pessoal e, justiça seja feita, a prestação de serviço em si já sofreu uma reconhecida melhora, falta agora adequação às dimensões do país. Acredito que o maior problema esteja nos cargos “negociáveis” e nos ainda existentes “dinossauros” dos monstros estatais, mas estes últimos já têm data definida para se aposentarem, já os cargos com indicações políticas, NÃO.

Acredito e torço para que a estabilidade, assim como as aposentadorias integrais, da forma que conhecemos, tenham poucos anos de vida. Mas ainda temos outros problemas, prefeituras e outros órgãos estaduais continuam repletos de nepotismo, e para piorar, existem os “colaboradores”, que sempre garantem uma vaga em troca de algum favor político.

Desejo chegar a um ponto crucial, é notório que nas empresas privadas, ao menos na maioria, a qualidade dos serviços são explicitamente melhores do que nos órgãos públicos, mas ainda existem setores que deixam a desejar em ambos os lados, com uma única diferença, o prejuízo do privado quem paga não é o Estado, nem eu e nem você como contribuinte. Quem lê jornais diariamente, deve ter percebido pelas manchetes os lucros dos bancos, que atingiram recordes nos últimos anos. Temos ai um grande problema, os lucros batem recordes e a qualidade dos serviços piora, há uma inversão de valores, nas cidades pequenas, onde ainda existe pouca oferta de serviços bancários, o cliente fica refém das poucas agências que dispõe.

Particularmente, procuro fazer quase todo tipo de transação bancária pela Internet, mas não são todos que têm esta opção, muito menos conhecimentos de tais serviços. Chega-se ao cúmulo de ver pessoas permanecerem por horas nas filas, para, às vezes, apenas pagar um título ou efetuar uma simples transação. Presenciei outro dia, na porta de uma agência da Caixa Econômica Federal (para mim, de longe a pior instituição financeira, até entendo suas particularidades e serviços exclusivos, mas não deixa de ser o sinônimo da morosidade estatal) um senhor chegar após o horário de funcionamento junto com uma outra pessoa, ambos barrados, existe um horário estabelecido, para minha surpresa, após um telefonema o senhor foi liberado e a outra pessoa continuou de fora, ora, as regras são para todos, se fosse um órgão privado não ligaria, mas é um órgão do Governo Federal, bancado com o dinheiro do contribuinte, portanto, ambos mereciam o mesmo tratamento, ambos PAGAM impostos e indiretamente os salários dos funcionários da agência.

Voltando ao assunto da foto do INSS, o mais curioso, é que a primeira coisa que me vem à cabeça quando lembro do nome dessa instituição é justamente o termo “GREVE”, sim, exatamente isso, de dez vezes que ouço o termo, sete estão associadas a uma “greve do INSS”. É vergonhoso, deplorável a forma que são tratados nossos aposentados. Sei que muitas vezes a culpa não é somente dos funcionários dos órgãos, sei que muitas vezes depende de decisão superior, mas convenhamos, o circo pegando fogo e ainda conseguimos nos deparar com um ser apático jogando paciência no computador.

Como essas pessoas querem depois lutar por direitos trabalhistas? Por manutenção de privilégios? Tenho esperanças que os mecanismos de fiscalização e de avaliação dos funcionários públicos sejam aprimorados, de forma que só permaneçam nas funções, somente quem realmente mereça. Chega de pagarmos salários a ineptos tiranossauros que não têm o menor comprometimento com o correto cumprimento da função.

10.04.2007

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